Chamamos de morfemas as unidades significativas mínimas que, unidas, acabam por formar as palavras em um todo semântico. Existem alguns processos pelos quais essas construções podem acontecer. Os morfemas podem ser lexicais (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios) e gramaticais (artigos, pronomes, numerais, preposições, conjunções, advérbios, elementos mórficos indicativos de número, gênero, modo, tempo e aspecto verbal.
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Os morfemas gramaticais possuem um significado interno à sua estrutura gramatical, por exemplo, -s é o morfema gramatical que traduz, para nós, na língua portuguesa, a noção de plural. Esses morfemas dessa categoria podem ainda ter a função de reunir vocábulos constituintes em frases, como na frase “livros de português”. Os morfemas lexicais, por sua vez, carregam uma significação externa, relacionando-se, portanto, ao mundo extralinguístico. Constituem, portanto, um conjunto aberto em que novos elementos podem ser acrescentados.
Elementos mórficos das palavras
Os elementos são divididos em raiz, radical, tema, afixos, desinências e vogal temática, que serão explicados nos tópicos a seguir.
Raiz
A raiz é, como o nome sugere, a base para que diversas palavras sejam formadas, contendo, portanto, o núcleo significativo delas. Mesmo quando houver mudanças no radical, pode-se notar suas semelhanças quando da mesma família em decorrência do significado atribuído. Por exemplo, noc é uma raiz que possui a significação geral de causar dano, atribuindo a palavras como “nocivo” e “inocentar” significados referentes à essa significação da raiz.
Radical
O radical, por sua vez, é o elemento que se repete em praticamente todas as palavras que pertencem a uma mesma família, agindo, portanto, como segmento lexical das palavras. Como exemplo, podemos citar “cert”, que é o radical de uma família de palavras compostas por “certo”, “certeza”, “incerteza”, entre outros.
Tema
Temos o tema de uma determinada palavra justamente ao fazermos a união da vogal temática ao radical. O tema pode ser obtido com a separação do -r do infinitivo. Por exemplo, “canta” é o tema de “cantar”, enquanto “bate” é o tema de “bater”.
Afixos
Afixos, por sua vez, são originários do processo de formação das palavras. Quando uma determinada palavra recebe uma partícula no início, no meio ou no fim,m esta recebe o nome de afixo, podendo ser caracterizada como prefixo, quando é inserida antes da palavra; infixo, quando é inserida no meio da palavra; e por fim sufixo, quando é inserida depois da palavra. Por exemplo, em “contradizer” temos o prefixo “contra” adicionado à palavra “dizer”, e em “ricaço”, temos o sufixo “aço” adicionado à palavra “rico”.
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Desinências
A desinência carrega a função de designação de variação em número, modo e tempo para os verbos, e para os nomes, variações de gênero e número. Por exemplo, em “menino”, “o” é a desinência nominal, assim como em “meninos”, “os”, deinência nominal, designa não só o gênero, mas também o número. Para os verbos, as desinências verbais são, por exemplo, em “estudávamos”, “-ava”, que indica desinência de tempo pretérito do modo indicativo.
Vogal temática
Para finalizar, temos a vogal temática, cuja função é unir-se ao radical, como foi explicado no tópico de “Tema”. Nos verbos, temos três vogais temáticas, que são “a”, como em “andar”, “i”, como em “sair”, e “e”, como em “entender”.
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Referências
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla

Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Morfemas. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/morfemas. Acesso em: 24 de April de 2025.
01. [UFSCar-SP – adaptada] Assinale a alternativa em que o elemento mórfico em destaque está corretamente analisado:
a) menina (-a) – desinência nominal de gênero
b) vendeste (-e) – vogal de ligação
c) gasômetro (-ô-) – vogal temática de segunda conjugação
d) amassem (-sse-) – desinência de segunda pessoa do plural
e) cantaríeis (-is) – desinência do imperfeito do subjuntivo
02. [FGV] Assinale o item em que há erro quanto à análise da forma verbal cantávamos:
a) cant- é radical
b) -á- é vogal temática
c) canta- é tema
d) -va- é desinência de pretérito imperfeito do subjuntivo
e) -mos é desinência de 1ª pessoa do plural
01. [A]
02. [D]