O conceito de barbárie, que consequentemente originou o barbarismo, vem dos tempos do Império Romano, quando os habitantes do norte da Europa decidiram emigrar para os territórios do Império, bastante atraentes para o grau de civilização que tinha alcançado nessas áreas, em comparação com a vida semi-nômade dos povos do norte.
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Entre outros grupos do norte, os alanos e os vândalos (note que a palavra vandalismo tem sido usada para designar atos violentos ou invasivos) se estabeleceram nas terras dos romanos, até que causaram um enorme choque cultural e o fim do desse o Império.
Nós, no século XXI, definimos barbarismos como erros na pronúncia ou na escrita, bem como o uso de palavras que não são típicas da língua portuguesa.
Eles são considerados erros porque ainda não são aceitos pela norma estabelecida, porque são usados em contextos muito pequenos ou porque o uso tem deformidade em sua aplicação.
A maioria dos barbarismos surgem em ambientes informais e recentemente na internet (especialmente pelo uso de redes sociais), uma vez que as mensagens transmitidas por esses meios são caracterizados pela informalidade no uso de regras gramaticais.

Em essência, o barbarismo ocorre de três formas: por significado, pleonasmo e estrangeirismo e compõem o que chamamos de vícios de linguagem.
Barbarismo por significado
Esses barbarismos são cometidos porque a origem de uma palavra é ignorada, porque o som é confuso ou
porque às vezes é conveniente dizer uma certa palavra de uma determinada maneira.
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Exemplo: “A chuva interrompeu o tráfico de veículos”, tráfico foi, incorretamente, usada no lugar da palavra “tráfego”.
Barbarismo por pleonasmo
Estes barbarismos são cometidos porque a natureza semântica (isto é, o significado) das palavras, tem às vezes os significados repetidos na mesma frase.
Exemplos: Voltar a repetir, filho primogênito, colaborar junto, conclusão final, esquecimento involuntário, sair fora, subir para cima, túnel subterrâneo, utopia inatingível, etc.
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Barbarismo por estrangeirismo
Os estrangeirismos são palavras tiradas de outras línguas que os falantes incorporam em suas linguagem, porque não sabem sua tradução ou porque essas palavras respondem a um contexto especial, e que quase sempre funciona.
Esse tipo de linguagem, aplicado em contextos de trabalho, é chamado de gíria. As gíria são usadas e entendidas em certos grupos e, portanto, seu contexto de aplicação é fechado.
Na língua portuguesa, os estrangeirismos vêm em sua maioria da língua inglesa e também do francês. Confira alguns exemplos abaixo.
Exemplos: Ateliê (do francês atelier), batom (do francês bâton), nocaute (no inglês knockout), xampu (do inglês shampoo), clipe (do inglês clip), etc.
Referências
Academia Real Espanhola – Barbarismos

Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Barbarismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/barbarismo. Acesso em: 02 de May de 2025.
1. [FEI]
Identifique a alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso:
a) Ouvi com meus próprios ouvidos.
b) A casa, já não há quem a limpe.
c) Para abrir a embalagem, levante a alavanca para cima.
d) Bondade excessiva, não a tenho.
e) N.D.A.
Resposta: C
A alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso é a alternativa “C”, pois, “levantar” já se subintende que é para cima.
2. [UFOP]
Qual o vício de linguagem que se observa na frase: “Eu não vi ele faz muito tempo”.
a) solecismo
b) cacófato
c) arcaísmo
d) barbarismo
e) colisão
Resposta: A
Trata-se de solecismo, o correto seria “Eu não vejo-o há muito tempo.”