José Bento Monteiro Lobato, ou apenas as duas últimas nominações, que mais se popularizaram. Nascido na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, com virtudes e genialidades desde muito cedo.
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Apesar de ter colado grau em Advocacia – por imposição do avô Visconde de Tremembé –, Monteiro Lobato se destacou mesmo na literatura infanto-juvenil.
Com uma clara veia artística, Lobato já se destacava muito cedo na pintura, na literatura e na fotografia. Dessa forma, o jovem do interior que viva em uma fazenda plantou e colheu apenas seu livro de 1918, Urupês.
A história de Urupês introduz a personagem Jeca Tatu. O matuto parasita, “papudo, molenga, inerte e feio”, como ele mesmo descrevia na obra.
A representação de Jeca Tatu era uma espécie de alerta ao público infanto-juvenil. Era uma crítica imensa ao atraso cultural brasileiro e a situação de miséria no país. Jeca Tatu, de Lobato, seria o estereótipo de grande parte dos brasileiros do início do século XX.
Sua popularidade aumentava conforme novas obras eram publicadas. Nos anos 1920 lança o Sítio do Pica Pau Amarelo. Dos personagens lançados, vários foram ganhando histórias próprias, como é o caso da principal, a Narizinho Arrebitado.
Monteiro Lobato, as idas para os Estados Unidos e as polêmicas
Sua alçada na fama contribuiu para uma imensa popularidade. O escritor se veria próximo do governo, adquirindo, inclusive, o status de representante diplomático brasileiro.
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No ano de 1927, por sinal, ele acaba indo para os Estados Unidos, residindo no país por cerca de 4 anos. Em missão diplomática, o escritor se impressionou com o gigantesco processo de evolução americana.
Ao retornar ao Brasil, ele relata seu período de moradia em terras norte-americanas. Criticava, assim, veemente a lentidão no desenvolvimento nacional em comparação ao imenso processo de evolução dos EUA.
Um ano antes de residir nos EUA, Lobato concorreria a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. No entanto, o escritor não foi escolhido, mas sua vida polêmica passa longe deste fato.
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No século XXI surge uma polêmica sobre um suposto preconceito racial em seu livro “O Presidente Negro”, de 1926. Na obra, o autor descreve um conflito racial no EUA depois de o país eleger um negro para o cargo máximo.
Contudo, a polêmica racial não parou por aí. Em uma passagem de seus contos do Sítio do Pica Pau Amarelo, Lobato compara a personagem negra, Tia Nastácia, com uma macaca quando ela sobe em uma árvore.
Características de Monteiro Lobato
- Era um exímio contador de histórias, e de causos de grande interesse;
- Tinha um fio realista ligada às suas obras;
- Criticava veemente o Brasil por copiar modelos estrangeiros de suposto sucesso;
- A servidão completa ao capitalismo internacional;
- Submissão das massas definindo-as como passivas perante as eleições;
- Quebra o conceito de linguagem rebuscada dentro da literatura, trazendo um fala coloquial às suas obras;
- Era um regionalista, e comumente escrevia sobre os problemas nacionais;
Principais Obras
- Urupês (1918);
- O Saci (1921);
- Narizinho Arrebitado (1921);
- O Marquês de Rabicó (1922);
- As Aventuras de Hans Staden (1927);
- Caçadas de Pedrinho (1933);
- Emília no País da Gramática (1934);
- Geografia de Dona Benta (1935);
- Histórias de Tia Nastácia (1937);
- O Poço do Visconde (1937);
- O Pica Pau Amarelo (1939);
Referências
História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Monteiro Lobato. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/monteiro-lobato. Acesso em: 21 de November de 2024.
01. [ENEM]
Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira,
Anita Malfatti e outros artistas modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
02. [ENEM]
Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em
conseqüência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a
concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (…) A
outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das
teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (…). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.
O Diário de São Paulo, dez./1917.
Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
a) Acesso a Monte Serrat – Santos
b) Vaso de Flores
c) A Santa Ceia
d) Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco
e) A Boba
01. [A]
02. [E]