Graciliano Ramos foi um dos grandes escritores brasileiros. Considerado por muitos, inclusive, como o maior, graças à sua brilhante obra Vidas Secas, de 1938.
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Além disso, graças à sua grande obra, Graciliano Ramos é considerado o ficcionista principal do movimento modernista. Assim como é definido como o grande prosador da expoente segunda fase do movimento.
As obras de Graciliano abrangem os problemas sociais do Nordeste. Seu olhar crítico, ácido e preciso caracterizam suas obras.
Não obstante, seu caráter fortemente crítico sob as relações humanas dentro de suas histórias mostra um Graciliano frio. Isso porque a sua ideia era dar um destaque especial aos diálogos, muito mais do que às características do ambiente.
Graciliano Ramos: vida e obra do autor
Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro, do ano de 1892. Oriundo da cidade de Quebrângulo, no estado do Alagoas, foi o primogênito dentre quinze filhos.
Nascido em uma família de classe média, Graciliano conseguiu se sobressair, e, por isso, teve o privilégio de estudar. Sua residência e vivência do sertão nordestino o inspiraram.
Graças ao fato de sentir a vida que o sertão oferecia, acabou por basear suas obras abordando aquilo que era do seu cotidiano.
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Grande parte de sua infância foi vivida na cidade de Buíque, no estado do Pernambuco. Ainda residiu em Viçosa, no seu estado natal. Contudo, concluiu seus estudos na capital alagoana, sem cursar o ensino superior.
A estreia na literatura
Após ocupar cargos públicos e seguir perambulando por cidades, Graciliano Ramos ingressa de vez na literatura. Em 1933, o romance ‘Caetés’ é lançado. Em sequência, ‘São Bernardo’ e’ Angústia’, de 1934 e 1936, são publicados, respectivamente.
No ano da publicação de ‘Angústia’, Graciliano é preso sob acusação de participação em movimentos de esquerda. Liberado no ano seguinte, ele publica a obra ‘Memórias do Cárcere’, e 1938.
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No mesmo ano de publicação de Memórias do Cárcere, o célebre romance Vidas Secas é escrito e publicado. É considerada como a obra mais importante de Graciliano Ramos. O livro se torna um romance atemporal que retrata a dura vida no sertão nordestino.
Após essa publicação veio o romance “Vidas secas”, escrito em 1938 e considerado como sua obra mais importante.
Características da Obra de Graciliano Ramos
Além de focar nas relações humanas e reafirmar críticas fortes sobre o descaso com o sertão nordestino, Graciliano ainda tinha como característica em suas obras:
- Identidade nacional;
- Forte destaque de características pontuais que cercavam o contexto vivido no nordeste brasileiro;
- Prosa firme e crítica;
- Humanização de personagens não-humanos, como a personagem Baleia, em Vidas Secas;
- Em um primeiro momento, Graciliano dá mais voz às relações humanas, em segundo momento às paisagens retratadas;
- Em Vidas Secas, por exemplo, o autor nomina apenas uma personagem, que, no caso, era o animal de estimação da família;
Suas análises psicológicas precisam ser destacadas. A relação do narrador com as personagens num âmbito muito mais metafísico é uma forte característica de Graciliano.
Grande parte de seus relatos colocam o serão como o palco de conflito entre o homem comum e os poderosos de classes privilegiadas. Sua preocupação com os problemas populares também estão marcados em importantes traços em suas obras.
Ao lado de José Lins do Rego, Graciliano Ramos marca seu nome como o grande romancista da segunda fase modernista.
Referências
História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Graciliano Ramos. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/graciliano-ramos. Acesso em: 03 de December de 2024.
01. [PUC] Graciliano Ramos, cujos livros chegaram à publicação a partir de 1933, distingue-se no quadro amplo da literatura que a partir do Modernismo foi produzida. É marca de sua modernidade, que se constitui de maneira peculiar e distinta:
a) a elevação da caatinga a espaço mítico de transcendência e superação do real.
b) a exaltação da cultura popular baiana.
c) a procura rousseauniana do ideal na simplicidade campestre, na vida rústica, mas gratificante do sertanejo.
d) a reconstituição saudosista do passado, sufocados o espírito crítico e o impulso para a reavaliação.
e) a via do despojamento, que o faz recusar o pitoresco, isentando-o de fraquezas populistas.
02. [UCMG] Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo, faz parte da:
a) fase destruidora, que procura romper com o passado.
b) segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
c) fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
d) geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no caos anterior.
e) década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.
01. [A]
02. [B]