O movimento conhecido como Tenentismo ocorreu no período da República das Oligarquias, nas décadas de 1920 e 1930 no Brasil, tendo caráter político-militar e contando principalmente com a participação de tenentes, jovens, do exército.
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Contexto Histórico
Durante a República Velha, no Brasil, havia a Política do Café com Leite que determinava que os presidentes seriam eleitos dentre os candidatos de São Paulo e Minas Gerais, em decorrência de um acordo firmado, realizando alternância. O exército brasileiro, durante este período, enfrentava uma grande crise, não recebendo do governo as verbas básicas para medicamentos, salários e até mesmo armamento e cavalaria, bem como demoravam a promover a troca das patentes.
O que foi o tenentismo?
O tenentismo, neste contexto, surgiu como uma forma de tentar reconquistar o poder que haviam perdido durante a república velha, tendo ainda como objetivos a reforma escolar, a independência do poder judiciário, o voto secreto, o fim da corrupção, entre outros. Diversos civis, entretanto, também aderiram ao movimento, compactuando com alguns de seus objetivos, trazendo maior legitimidade à causa.
Os tenentes realizaram protestos, sendo que as ações principais foram a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, que ocorreu em 1922, a Comuna de Manaus, no ano de 1924, a Revolução de 1924, e a Coluna Prestes, entre os anos de 1925 e 1927.
No ano de 1929, entretanto, foi decidido não eleger presidentes mineiros, surgindo a proposta de eleger um presidente paulista em decorrência da quebra da bolsa de valores, no mesmo ano, que trouxe grandes prejuízos à economia cafeeira. Minas Gerais, no entanto, não concordou e rompeu o acordo com São Paulo, formando, com o apoio de outros estados, a Aliança Liberal.
A Aliança Liberal recebe o apoio e integração dos tenentistas, objetivando quebrar o regime. No ano seguinte, ocorreu a Revolução de 1930, que, sob a liderança de Getúlio Vargas, saiu vitoriosa graças aos tenentes. Vargas então nomeou alguns deles com funções políticas em alguns estados brasileiros como forma de recompensa.
O movimento, a partir desse momento, acabou perdendo forças. Ainda que alguns dos tenentes tenham assumido cargos e passado a atuar como interventores federais, outros continuaram o movimento, mantendo, principalmente, a Coluna Prestes.
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Referências
Tenentismo e Forças Armadas na Revolução de 30 – Maria Cecília Spina Forjaz
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Tenentismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/tenentismo. Acesso em: 21 de November de 2024.
01. [UFRJ] Segundo Anita Prestes, “o tenentismo vinha preencher o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha”. (PRESTES, Anita. “A Coluna Prestes”. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 73.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que:
a) os “tenentes” queriam moralizar a vida política nacional, propondo uma ampla aliança de esquerda.
b) os “tenentes” queriam deixar de ser meros “jagunços” nas mãos das oligarquias estaduais, amparados por um programa democrático.
c) os “tenentes” queriam pôr fim à política democrática instaurada com a República Velha e promover um regime ditatorial único e capaz de finalizar o atraso econômico representado pelas antigas oligarquias cafeeiras.
d) os “tenentes” apresentaram-se como substitutos dos frágeis partidos políticos de oposição aos regimes oligárquicos e à desorganização da sociedade.
e) o tenentismo representou um movimento que buscava romper com a tradição de intervenção militar na política, presente desde a Proclamação da República.
02. [PUCPR] Assim, enquanto Prestes aderia ao comunismo – mostrando, ao mesmo tempo, que a vitória de Getúlio Vargas significaria a mera substituição de uns grupos oligárquicos por outros no poder, (…) os “tenentes se deixavam envolver pela campanha da Aliança Liberal…”. (Prestes, Anita Leocádia. “Uma epopeia brasileira – a Coluna Prestes”, Editora Moderna, 1995, pág. 103)
Interpretando o texto e com ajuda de seus conhecimentos históricos, assinale a única alternativa correta:
a) Luiz Carlos Prestes, principal líder da “Coluna Prestes”, pretendia derrubar o governo opressivo de Epitácio Pessoa.
b) a Aliança Liberal defendia a candidatura de Júlio Prestes, que governava São Paulo.
c) os Tenentes, expressão do movimento político do “Tenentismo”, representavam a ideologia socialista e revolucionária.
d) os grupos oligárquicos substituídos representavam principalmente a cafeicultura.
e) A “Coluna Prestes” nunca foi completamente derrotada pelos legalistas, porque fazia a “guerra de posições”, enquanto aqueles faziam a “guerra de movimento”.
01. [D]
02. [D]