Revolução Cubana

Conheça os antecedentes históricos e a organização da Revolução Cubana, movimento popular que culminou na instauração do socialismo em Cuba.

A Revolução Cubana foi um processo revolucionário popular que derrubou o governo ditatorial do então presidente Fulgêncio Batista, no dia 1º de janeiro de 1959. O processo revolucionário implantou o sistema socialista em Cuba, sob liderança de Fidel Castro.

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É possível abordar a Revolução Cubana sob duas perspectivas. A primeira como um processo de luta pela tomada do poder por Fidel Castro e seus aliados, que lutaram contra o regime ditatorial de Fulgêncio Batista. Neste sentido, foi um movimento guerrilheiro que demonstrou o descontentamento do povo contra as condições de miséria, corrupção e dependência em relação aos Estados Unidos da América.

Na segunda perspectiva, a revolução cubana de 1959 pode ser compreendida como uma continuidade das lutas de independência iniciadas na segunda metade do século XIX, em um processo radical que ruptura política e social, que fez de Cuba o primeiro país socialista da América Latina e do mundo ocidental.

Antecedentes históricos

As independências latino-americanas surgem num contexto em que a supremacia do capital comercial era substituída pela supremacia do capital industrial, com nações como Inglaterra, França e EUA na dominação do mundo.

Cuba conseguiu a sua “independência” somente em 1898, após uma guerra envolvendo EUA e Espanha. Na prática, os EUA passaram a ter hegemonia sobre Cuba, fazendo constar em sua nova Constituição, de 1903, o direito dos EUA de invadir Cuba para a “manutenção da ordem”, o que pretendia garantir os interesses dos EUA na ilha (Emenda Platt).

A maioria da população cubana era miserável e o controle da produção e exportação do açúcar – principal produto cubano -, bem como de outros importantes setores da economia, pertencia a capitalistas estadunidenses.

Após a “independência”, Cuba teve várias ocupações militares norte-americanas, até que, em 10 de março de 1952, o general Fulgêncio Batista tomou o poder por meio de um golpe e instalou um regime ditatorial claramente apoiado pelos EUA.

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A organização da Revolução Cubana

Imagem: Reprodução
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Com o golpe de Estado, Fidel Castro, recém-formado advogado pela Universidade de Havana, militante da esquerda cubana e que pretendia disputar uma vaga nas eleições marcadas para março, resolveu organizar a luta armada para derrubar o governo de Batista.

No dia 26 de julho de 1953, Fidel Castro juntamente com seu irmão Raul Castro e mais 124 ativistas, atacam o quartel de Moncada, o segundo mais importante de Cuba. A ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários jovens estudantes e a prisão de outros, incluindo Fidel Castro.

Devido à pressão popular, Fulgêncio Batista anistiou os presos políticos em maio de 1955, inclusive Fidel, que foi liberto e exilado no México.

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Foi no México que Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara se conheceram. Lá, reuniram condições para uma verdadeira guerrilha, com a fundação do Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7), que articulava ações e apoio em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.

Em 24 de novembro de 1956, Fidel, Che, Camilo Cienfuegos e mais 80 guerrilheiros embarcam em direção a Cuba, onde são surpreendidos por um ataque aéreo e terrestre das forças de Batista. Apenas 14 guerrilheiros sobreviveram, entre eles, Fidel e Che, que marcham rumo a Sierra Maestra.

Em Sierra Maestra, os guerrilheiros conquistaram o apoio dos camponeses e começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as ideias revolucionárias, alcançando também as grandes cidades.

No decorrer de 2 anos, as forças do Movimento Revolucionário 26 de julho lutaram contra a ditadura de Batista e, no último ano de luta, no primeiro dia de janeiro de 1959, os revolucionários conseguiram tomar o poder em Cuba. Batista e outros integrantes do governo fugiram da ilha.

O estabelecimento do novo governo

Imagem: Reprodução
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O governo revolucionário assume o poder no contexto da Guerra Fria, aliando à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) contra os EUA. Embora não fosse um regime inicialmente comunista, as divergências da ilha com o governo norte-americano resultaram na aproximação com a URSS.

Em maio de 1959, a reforma agrária já era válida em todo o território da ilha; em outubro de 1960, o Estado cubano já era proprietário de todas as indústrias e empresas comerciais importantes.

No dia 3 de janeiro de 1961, os EUA rompem com Cuba e posteriormente decretam o bloqueio comercial à ilha. Em maio de 1961, Fidel Castro declara Cuba como sendo um Estado socialista.

A aproximação com a URSS foi de fundamental importância para o governo cubano. Essa relação também fez com que Cuba se tornasse um dos pontos estratégicos e explosivos na conjuntura da Guerra Fria.

Referências

A Revolução Cubana – Evandro de Oliveira Machado.
Os rumos da Revolução Cubana.
Revolução Cubana – Uma revolução na América Latina. Disponível em: http://www.revolucoes.org.br/

Débora Silva
Por Débora Silva

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.

Como referenciar este conteúdo

Silva, Débora. Revolução Cubana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/revolucao-cubana. Acesso em: 04 de December de 2024.

Teste seu conhecimento

1. [FGV-SP] Em janeiro de 1959, tropas revolucionárias comandadas por Fidel Castro tomaram o poder em Cuba. A luta revolucionária:

a) foi dirigida por uma guerrilha comunista que pôde derrotar o exército de Fulgêncio Batista, graças ao apoio militar oferecido pela União Soviética.
b) foi dirigida pelo Partido Comunista de Cuba, que conseguiu mobilizar camponeses e trabalhadores urbanos contra a ditadura de Fulgêncio Batista.
c) foi dirigida por dissidentes do governo de Fulgêncio Batista, com apoio inicial do governo dos Estados Unidos, interessado em democratizar a região do Caribe.
d) foi dirigida por uma guerrilha nacionalista e anti-imperialista, que angariou apoios da oposição burguesa e de setores da esquerda cubana.
e) foi dirigida por um movimento camponês espontâneo que, gradativamente, foi controlado pelos comunistas liderados por Fidel Castro.

2. [Fuvest-1999] Sobre a Revolução Cubana, é correto afirmar que:

a) um número expressivo de padres católicos compunha as principais lideranças revolucionárias;
b) o êxito da revolução só foi possível graças ao apoio econômico de diversos países da América Latina;
c) o caráter socialista da revolução só foi assumido em abril de 1961, ainda que a vitória tenha acontecido em janeiro de 1959;
d) a vitória da revolução deve ser desvinculada da luta guerrilheira na Sierra Maestra;
e) o principal líder da revolução, Fidel Castro, militou no Partido Comunista Cubano desde sua juventude.

1. [D]
2. [C]

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