A Revolta de Beckman está inserida entre os movimentos nativistas que ocorreram no Brasil entre os séculos XVII e XVIII.
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O que foi o movimento nativista
Os movimentos nativistas não se caracterizavam por um questionamento total do Pacto Colonial, ou seja, não visavam à emancipação definitiva da colônia em relação à metrópole, nem sequer tinham ideais nacionalistas.
Antes, esses movimentos, questionavam aspectos genéricos do Pacto, como leis, taxas, e impostos isolados.
Além da Guerra dos Emboabas e Revolta de Vila Rica, podemos destacar também como revolta nativista a Guerra dos Mascastes e a Revolta de Beckman.
A Revolta de Beckman
A Revolta de Beckman ocorreu no Maranhão em 1684.
Foi um movimento de resistência à atuação da Companhia de Comércio do Maranhão que monopolizava a atividade comercial na região, e aos jesuítas, que se opunham à escravidão indígena.
O Maranhão era uma região muito pobre, e tinha sua economia fundamentada na exploração da chamada drogas do sertão, e de pequena lavoura, cuja mão-de-obra era indígena – mais barata que a africana.
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Os jesuítas se opunham fortemente ao uso de mão-de-obra indígena, aos quais visavam catequizar.
Em 1682, Portugal criou a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, que possuía o monopólio do comércio da região.
Por usufruir de exclusividade comercial, a Companhia vendia seus produtos a preço muito elevado. O que gerou um descontentamento geral da população levando os colonos a revolta.
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Em 1684, um movimento armado por mais de sessenta homens depôs o Capitão-Mor Baltazar Fernandes e sob o comando do fazendeiro Manuel Beckman e de seu irmão Thomas Beckman, poeta e advogado, ocupou a cidade de São Luiz.
Os revoltosos expulsaram os jesuítas que se opunham a escravidão indígena, declararam deposto o governador, extinta a companhia de comércio e governaram o Maranhão por quase um ano.
Porém, logo a Coroa interveio, nomeando um novo governador, Gomes Freire, que desembarcou em São Luis e restaurou a ordem.
Consequências da Revolta de Beckman
Manuel Beckman e Jorge Sampaio, também lider do movimento, foram enforcados, Thomas Beckman exilado por dez anos, a Companhia do Comércio foi extinta, os índios aprisionados em guerra ficaram na escravidão como uma forma de permitir aos colonos que utilizassem os índios como escravos e de conter novas rebeliões.
Apesar do fracasso, esse foi o primeiro movimento anticolonial organizado, embora não tivesse ocorrido aos dirigentes do movimento a independência da colônia em relação a Portugal, ou seja, a condição colonial chegou a ser questionada.
Referências
História: uma abordagem integrada – Nicolina Luiza de Petta, Eduardo A. Baez Ojeda
História – Divalte Garcia Figueira
Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Revolta de Beckman. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/revolta-de-beckman. Acesso em: 21 de November de 2024.
01. [UFRN]: A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como:
a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, nas diversas capitanias, com a intenção de se criarem governos republicanos;
b) movimentos de defesa das terras brasileiras, que resultaram num sentimento nacionalista, visando à independência política;
c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam alguns aspectos da política econômica de dominação do governo português;
d) manifestações das camadas populares das regiões envolvidas, contra as elites locais, negando a autoridade do governo metropolitano.
e) manifestações separatistas de ideologia liberal contrárias ao domínio português.
02. [FUVEST]: A elevação de Recife à condição de vila; os protestos contra a implantação das Casas de Fundição e contra a cobrança de quinto; a extrema miséria e carestia reinantes em Salvador, no final do século XVIII, foram episódios que colaboraram, respectivamente, para as seguintes sublevações coloniais:
a) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e Conjura dos Alfaiates.
b) Guerra dos Mascates, Motim do Pitangui e Revolta dos Malês.
c) Conspiração dos Suassunas, Inconfidência Mineira e Revolta do Maneta.
d) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos Santos e Revolta dos Malês.
e) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos e Conjura dos Alfaiates.
01. [UFRN]
Resposta: C
Nos três movimentos situados, observamos a deflagração de movimentos que questionavam características e medidas pontuais da administração colonial portuguesa. Sob tal aspecto, nenhum desses eventos históricos advogava em favor da extinção do pacto colonial, mas apenas a revisão de alguns aspectos que contrariavam os interesses dos envolvidos.
02. [FUVEST]
Resposta: E
Observando cada uma das características presentes na questão, percebemos o trabalho com a motivação de diferentes revoltas desenvolvidas no período colonial. Na opção correta, vemos que as duas primeiras opções se tratam de revoltas de natureza nativista, sendo somente a Conjura dos Alfaiates, de 1798, o único movimento que defendia o fim das relações entre Brasil e Portugal.