O fim da URSS

Dissolvida em 1991 no governo de Mikhail Gorbatchev, o fim da União Soviética deu lugar a uma união de repúblicas que iniciaram suas lutas por democracia e governos liberais.

Na década de 1980, o mundo foi surpreendido por um conjunto de distúrbios na União Soviética que evidenciavam a falência desse Estado, ou seja, seu desmonte.

Publicidade

Foto: iStock

A separação das repúblicas que formavam o Estado Soviético começaram a se separar. Primeiro foram da Letônia, Lituânia e Estônia. Logo após, em 1991, a URSS passou por seu desmembramento completo.

Perestroika e Glasnot

Na década de 1970, a União Soviétia entrou em um processo de empobrecimento. A riqueza produzida pelo bloco socialista declinava sensivelmente. Ao longo dessa década, seu PIB diminuiu em 50%. Em consequência, a crise econômica rapidamente se traduziu em crise política e conflitos internos.

Relacionadas

Capitalismo e Socialismo
Destacados principalmente durante o período da 2º Guerra Mundial, esses dois sistemas político-econômicos podem ser considerados opostos.

Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu o governo soviético em meio a grave crise econômica e com a intenção de realizar importantes reformas políticas. Seu programa contava com duas frentes de ação: a perestroika, que significa reestruturação, cujo objetivo era promover mudanças na economia e na sociedade e a glasnost, que significa transparência, e que era o lado político do plano e pretendia romper com a tradição que permitia aos dirigentes tomar decisões sem levar em conta o que a sociedade pensava a respeito.

Imagem: Reprodução

Enfim, a intenção de Gorbatchev era modernizar a estrutura econômica e social e promover uma abertura política sem, é claro, abandonar o Socialismo.

No plano internacional, o novo governo renunciou à corrida armamentista propondo a desativação das armas nucleares. Como não houve acordo com os Estados Unidos, o arsenal bélico continuou ativo. Porém, essa postura do governante soviético significou um armistício (cessar fogo temporário) da Guerra Fria.

Imagem: Reprodução

Em 1988, as tropas soviéticas deixaram o Afeganistão, onde tentavam havia oito anos, sem sucesso, combater uma guerrilha nacional.

Publicidade

As reformas na estrutura do Estado soviético incentivaram as lutas de independência de várias repúblicas que pertenciam à União Soviética e aceleram o movimento pelas liberdades democráticas no países do bloco socialista.
Em 21 de dezembro de 1991, a queda pacífica da URSS, após a renúncia de Mikhail Gorbachev, pôs fim à experiência histórica do comunismo, como um projeto alternativo ao capitalismo liberal.

Veja o que aconteceu com alguma das repúblicas socialistas após a desintegração da URSS:

  • Polônia. O sindicato Solidariedade foi reabilitado, e em um conjunto de reformas realizadas entre 1989 e 1990, que incluíam o multipartidarismo, conduziram Lech Walesa ao poder.
  • Hungria: O Partido Comunista se renovou e adotou o nome de Partido Socialista. Uma ampla privatização da economia e a abertura para a entrada de capital estrangeiro levaram o país a se aproximar do bloco capitalista.
  • Tchecoslováquia: Sob o comando de um intelectual chamado Vaclav Havel, foi realizada uma abertura politica; o sistema passou a ser multipartidário. Em 1991, teve início a privatização da economia e em 1993, atendendo às diferenças étnicas, o país foi desmembrado em duas repúblicas: Eslováquia e República Tcheca.
  • Bulgária: No final da década de 1980, líderes reformistas, guiados por Gorbatchev, subiram ao poder. Em 1991 as eleições foram vencidas pela União das Forças Democráticas, encerrando o período de hegemonia comunista no poder.
  • Albânia: Em 1992, o Partido Democrata venceu as eleições acabando com o monopólio comunista. Porém, as dificuldades em resolver a crise econômica e a fragilidade das instituições políticas tem criado um clima inconstante quanto ao futuro da democracia nesse país.
  • Romênia: Em 1990, foram realizadas as primeiras eleições livres na Romênia. Ao longo da década de 1990, os partidos políticos anticomunistas tiveram grande aumento.
  • Publicidade

    Referências

    Silvio Pons: A Revolução Global – história do comunismo internacional                                                                Divalte Garcia Ferreira – História, Volume único.
    Nicolina Luiza de Petta, Eduardo A. Baez Ojeda – História, uma abordagem integrada.

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. O fim da URSS. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/o-fim-da-urss. Acesso em: 29 de June de 2024.

Teste seu conhecimento

o1. [PUC-PR] Sob a liderança de Mikhail Gorbachev, a “perestroika” buscou criar nova economia na URSS e a “Glasnost” buscou abertura política. Desapareceu a URSS e foi criada a CEI (Comunidade de Estados Independentes). Na política externa, o resultado mais importante das reformas no Leste Europeu foi:

a) o aumento do poderio bélico americano com a “Guerra nas Estrelas”.

b) a militarização do Japão em função das ameaças da Coreia do Norte.

c) o enfraquecimento da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

d) o fim da Guerra Fria.

 

02. [UNIRIO] O fim da URSS levou a corrida armamentista ao fim. Mas os armamentos nucleares, outrora soviéticos, representam hoje outra ameaça. Faça comentários sobre os problemas atuais relacionados aos armamentos da ex-URSS.

 

o1. [PUC-PR]

Resposta: D

A tensão política e militar que havia entre as potências ligadas ao Pacto de Varsóvia e àquelas ligadas à OTAN desfez-se progressivamente com o colapso da URSS. Esse colapso ocorreu, em grande parte, em razão dos projetos de reforma econômica e política propostos por Mikhail Gorbachev.

02. [UNIRIO]

Resposta: O governo das atuais repúblicas que integravam a ex-URSS não possui controle total sobre os antigos armamentos soviéticos e, através do tráfico internacional de armas, eles podem chegar a países periféricos ou a grupos terroristas em todo o mundo.

Compartilhe

TOPO