Durante a fase pré-colonial, entre os anos de 1500 e 1530, ocorreu no Brasil o ciclo do pau-brasil. Trata-se de uma árvore nativa da Mata Atlântica, usada pelos índios para o tingimento de tecidos, e que foi o primeiro produto a ser explorado pelos portugueses durante a colonização. Ao notarem a aplicação da madeira pelos índios, os portugueses passaram a extrair a árvore e enviar para a Europa, se tornando bastante popular. De coloração avermelhada, a madeira era encontrada essencialmente em regiões costeiras, sendo ainda mais fácil a exploração do material que rendia altos valores para a Coroa Portuguesa. Para que a extração da madeira do pau-brasil fosse possível, foram necessárias três expedições, a de 1502, de 1503 e de 1504.
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Em 1502, a extração foi arrendada aos negociantes de Lisboa, fazendo com que tivessem, a partir de então, direito de explorar o pau-brasil. Com isso, a coroa ganhava por meio da cobrança de percentuais bastante altos. No ano seguinte, foi quando a segunda expedição de reconhecimento das terras chegou a Portugal com um relatório a respeito da grande quantidade de madeira que havia disponível para a exploração. Depois disso, houve a terceira expedição, quando foi construída uma fortaleza onde atualmente está Cabo Frio. Na região, era realizado o carregamento do material, denominado resgate, e logo depois foram criados outros pontos de resgate como esse.
Após algum tempo de exploração, entretanto, a árvore entrou em processo de extinção, fazendo com que a economia da metrópole entrasse em leve decadência, forçando o desenvolvimento de novas formas de enriquecimento a partir da colônia, envolvendo, entre elas, a produção da cana-de-açúcar. No começo do século XVI, então, Portugal passou a usar o método de troca com os índios para conseguir o pau-brasil, passando algum tempo depois a escraviza-los, já que os negros africanos eram muito caros, e fizeram com que extraíssem a madeira.
Os índios fugiam e, como conheciam melhor o território do que os portugueses, isso acabou gerando problemas para os portugueses. Outro problema enfrentado durante esse período, foi a morte de muitos índios em decorrência das doenças dos homens brancos, trazidas pelos portugueses para a colônia. Apesar de ser proibida no ano de 1570, a escravidão dos índios foi mantida até o final do século XVIII, passando gradativamente pela substituição por escravos africanos.
Durante a primeira década de extração, a maior parte da madeira foi usada, mas o processo ainda perdurou pelo século seguinte até o momento em que começou a perder importância no mercado em decorrência dos altos gastos e esforços para o transporte. Outro produto começou a ser visado no período, passando a receber a atenção internacional, que foi o açúcar.
Referências
História Geral e do Brasil – Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. O Ciclo do Pau-Brasil. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/o-ciclo-do-pau-brasil. Acesso em: 23 de November de 2024.
01. [PUC] “Não, é nossa terra, a terra do índio. Isso que a gente quer mostrar pro Brasil: gostamos muito do Brasil, amamos o Brasil, valorizamos as coisas do Brasil porque o adubo do Brasil são os corpos dos nossos antepassados e todo o patrimônio ecológico que existe por aqui foi protegido pelos povos indígenas. Quando Cabral chegou, a gente o recebeu com sinceridade, com a verdade, e o pessoal achou que a gente era inocente demais e aí fomos traídos: aquilo que era nosso, que a gente queria repartir, passou a ser objeto de ambição. Do ponto de vista do colonizador, era tomar para dominar a terra, dominar nossa cultura, anulando a gente como civilização.” (Revista “Caros Amigos”, ano 4, n. 37, abril/2000, p. 36)
A respeito do início da colonização, período abordado pelo texto, pode-se afirmar que a primeira forma de exploração econômica exercida pelos colonizadores e a dominação cultural e religiosa difundida pelo território brasileiro são, respectivamente:
a) a plantation no Nordeste e as bandeiras realizadas pelos paulistas.
b) a extração das “drogas do sertão” e a implantação das missões.
c) o escambo de pau-brasil e a catequização empreendida pela Companhia de Jesus.
d) a mineração no Sudeste e a imposição da “língua geral” em toda a Colônia.
e) o cultivo da cana-de-açúcar e a “domesticação” dos índios por meio da agricultura.
02. [ENEM] “[…] na ocasião do descobrimento, chamou a atenção dos navegantes portugueses uma árvore de cujo lenho era preparada uma tinta de cor vermelha empregada no tingimento de penas. “Ibirapitanga” era o nome usado pelos nativos, que significa, em tupi, madeira vermelha. Este corante de imediato passou a ser utilizado pelos europeus, em substituição a um outro similar produzido com o “sappan” para tingir tecidos.” (Aguiar, Fracismar F.; Pinho, Reinaldo. Pau-brasil. Caesalpinia echinata. Árvore nacional. São Paulo, 2007. p. 16)
Além da função de tingimento de tecidos, o pau-brasil também foi utilizado em outras finalidades, como:
a) fabricação de arcos e flechas para os exércitos europeus.
b) fabricação de esculturas primitivistas.
c) construção de casas de madeira para a Corte Brasileira.
d) construção de casas de madeira para a Corte Portuguesa.
e) fabricação de móveis, instrumentos musicais e navios.
01. [C]
02. [E]