Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas que foram aplicadas na Europa durante o período da Idade Moderna. Essa prática ficou marcada principalmente pela grande intervenção do estado na economia e durou por aproximadamente três séculos como a principal prática econômica adotada dentre os países europeus. Tratava-se, de uma forma mais resumida,de um conjunto de ideias econômicas que tinha como foco, para calcular a riqueza do Estado, analisar o capital que havia em cofres.
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De onde surgiu?
A prática teve origem durante a grande escassez de ouro e prata na Europa, faltando ainda dinheiro para que as demandas do comércio fossem atendidas. Nesse período, o grande objetivo dos portugueses e dos espanhóis (século XVI) era encontrar fontes de ouro e prata, principalmente no continente americano. Como não era simples encontrar fontes diretas de metal precioso, a forma de reunir metais preciosos para os cofres do governo era por meio do comércio.
Para que isso fosse possível, foram instaladas três medidas básicas, que eram o bulionismo (ou metalismo), colbertismo (ou balança comercial favorável) e mercantilismo comercial e maritmo. O bulionismo é a base principal do mercantilismo, que corresponde ao acúmulo de metais preciosos, o colbertismo, por sua vez era uma medida que fazia com que o Estado exportasse mais que importasse, mantendo, portanto, a balança comercial favorável. O mercantilismo comercial e marítimo, por fim, refere-se ao acúmulo de riquezas que fossem provenientes do comércio marítimo, impulsionadas pelas grandes navegações, que trouxeram um aumento de escalas na economia.
Características
Os reis, recebendo apoio da burguesia mercantil, passaram a assumir o controle da economia nacional com o objetivo de trazer fortalecimento para o poder central, além de obter recursos para que seja possível fazer a expansão do comércio. Além disso, os governos eram controladores da economia, estabelecendo monopólio sobre as atividades mercantis e manufatureiras. A burguesia recebia em dinheiro o pagamento do governo, sendo favorecida pela concessão exclusiva, comprando por preço inferior tudo que os colonos produziam, e podiam vender por um valor superior para os colonos.
Outra medida característica do mercantilismo, era o protecionismo realizado por meio das barreiras alfandegárias aumentando as tarifas e elevando os preços dos produtos importados. Além disso, havia a proibição de exportação de matérias-primas que pudessem favorecer crescimento industrial dos países que fossem concorrentes.
Tipos de mercantilismos
O mercantilismo metalista foi adotado pela Espanha, trazendo um grande enriquecimento no que se refere ao ouro e a prata que foram encontrados e explorados no continente americano. Isso, entretanto, não fez com que se desenvolvesse o comércio, a indústria e a agricultura do país, havendo necessidade de importar produtos e pagar com essa riqueza acumulada. As importações superavam as exportações, e isso acabou gerando um déficit na economia espanhola, o que ocasionou uma crise bastante longa da história do país.
Outro tipo de mercantilismo foi o adotado pela França, o mercantilismo industrial ou colbertismo, voltado ao desenvolvimento das manufaturas de luxo objetivando atender ao mercado espanhol. Assim, expandiam as companhias de comércio do país e a construção naval.
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Por fim, Portugal teve uma grande flexibilidade na aplicação das técnicas mercantilistas. O mercantismo comercial foi posto em prática durante o século XVI quando foi descoberto o caminho marítimo para as índias. Nessa prática, eram compradas e revendidas as mercadorias encontradas no Oriente. Em seguida, por meio das explorações realizadas nas terras americanas, Portugal se tornou o país pioneiro no mercantilismo de plantagem, que tinha como objetivo a produção destinada ao mercado internacional, além do mercantilismo metalista, que veio com a exploração do ouro em Minas Gerais no século XVIII. Em seguida, quando houve a crise do ouro, começaram a produzir artigos que eram destinados ao abastecimento do mercado colonial, que ficou conhecido como mercantilismo metalista.
Referências
História das doutrinas econômicas – P. Hugon
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Mercantilismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/mercantilismo. Acesso em: 24 de November de 2024.
01. [FGV] O mercantilismo correspondeu a:
a) um conjunto de práticas e ideias econômicas baseadas em princípios protecionistas.
b) uma teoria econômica defensora das livres práticas comerciais entre os diversos países.
c) um movimento do século XVII que defendia a mercantilização dos escravos africanos.
d) uma doutrina econômica defensora da não intervenção do Estado na economia.
e) uma política econômica, especificamente ibérica, de defesa de seus interesses coloniais.
02. [UFV] Mercantilismo é um termo que foi criado pelos economistas alemães da segunda metade do século XIX para denominar o conjunto de práticas econômicas dos Estados europeus nos séculos XVI e XVII. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO indica uma característica do mercantilismo.
a) Busca de uma balança comercial favorável, ou seja, a superação contábil das importações pelas exportações.
b) Intervencionismo do Estado nas práticas econômicas, através de políticas monopolistas e fiscais rígidas.
c) Crença em que a acumulação de metais preciosos era a principal forma de enriquecimento dos Estados.
d) Aplicação de capitais excedentes em outros países para aumentar a oferta de matérias-primas necessárias à industrialização.
e) Exploração de domínios localizados em outros continentes, com o objetivo de complementar a economia metropolitana.
01. [A]
02. [D]