Na região sul dos Estados Unidos, no ano de 1865, foi criado um grupo de racistas que faziam uso de roupas brancas com capuzes e perseguiam negros montados a cavalos, assim como aos seus defensores, que ficou conhecido como Ku Klux Klan. O grupo era formado basicamente por jovens que eram veteranos da Confederação Sulista e objetivava prolongar a fraternidade das armas e exaltar a supremacia branca, na qual acreditavam. Liderada por Calvin Jones, Frank McCord, Richard Reed, John Kennedy, John Lester e James Crowe, a Ku Klux Klan aumentou, passando para outros estados.
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O nome escolhido é derivados do grego “kuklus”, que significa círculo, e o grupo, inicialmente, tinha o intuito de ser uma “brincadeira” que acabou tomando grandes proporções em decorrência da aderência de outros jovens que eram racistas e tomavam conhecimento da existência do grupo. Ao filiarem-se ao clã, os jovens passavam a aterrorizar os negros, que eram odiados porque, segundo eles, eram “preguiçosos, inconstantes e economicamente incapazes e, por natureza, destinados à escravidão”, segundo Paul-Eric Blanrue. Mas não eram apenas os negros que sofriam com a atuação do grupo: brancos que apoiavam e protegiam os negros, como professores que lecionavam para eles, por exemplo, eram atacados da mesma forma.
Características do grupo
Os membros desse clã conhecido pelo nome de Ku Klux Klan não tinham suas identidades reveladas, e usavam roupas brancas e capuzes para cobrir o rosto. Os candidatos que pretendiam entrar para o clã eram fechados em um tonel e empurrados em uma ladeira. Com a disseminação das ideias do Ku Klux Klan, filiais do grupo foram se espalhando como foi o caso do Alabama, onde pela primeira vez foram aplicados castigos físicos aos negros e seus apoiadores. O grupo de klanistas foi colocado na ilegalidade no ano de 1871 por Ulysses Grant, então presidente estadunidense como uma consequência dos excessos. Foram presos muitos dos membros, e outros para escapar das leis contra sua atuação, montaram outro grupo que possuíam alcunhas diferentes, mas com propostas bastante semelhantes, como foi o caso do Rifle Club, Shot Gun Plan, entre outros, desmontando a Klu Klux Klan.
O Nascimento de Uma Nação
No ano de 1915, Griffith, cineasta, dirigiu um filme que recebeu o nome de “O Nascimento de uma Nação”, onde não escondeu uma grande simpatia que possuía com relação ao clã. A partir de então, motivados com o incentivo explícito do diretor, reuniram-se muitos racistas e retomaram a seita, passando a perseguir os negros novamente, mas inserindo em seu grupo de seleção os judeus e estrangeiros. O grupo, segundo estimativas, nesse momento, chegou a alcançar uma média de 5 milhões integrantes, fortalecendo-se e ganhando cada vez mais espaço ao redor do mundo. Nessa época, o símbolo da organização Ku Klux Klan passou a ser uma cruz em chamas.
Julgavam-se justiceiros e defensores da moral, e passaram a caçar também marginais, prostitutas e médicos charlatões. Quando atingiam suas vítimas, as marcavam com três letras K na testa, e chegaram a um ponto tão intenso de atuação que o governo teve que intervir aprovando uma lei antimáscaras, proibindo o uso destas em dias que não fossem o carnaval e o Dia de Todos os Santos. Novamente o grupo começou a perder forças e se desfez, diante da lei e de cobranças de grupos anti-Klan que lutavam por indenizações nos tribunais para todas as vítimas dos atos violentos cometidos por seus integrantes.
Grupos racistas na atualidade
Apesar de ser menos intensa a atuação direta dos grupos racistas, ainda hoje temos um intenso problema com esse tipo de comportamento. Pode-se dizer, inclusive, que a atuação é mascarada, no sentido figurado, já que na sociedade em que vivemos negros ainda têm menos oportunidades, salários inferiores e são associados às figuras criminosas por policiais e pela população. Existem muitos grupos, ainda nos dias atuais, que atuam objetivando promover a superioridade dos arianos, mas em intensidade muito menor e com menos adeptos. Até mesmo a Ku Klux Klan existe ainda, mas segundo Patsy Sims, historiadora e jornalista da Universidade de Pittsburgh, sua força é bastante pequena, tendo seus integrantes e simpatizantes se adaptado a grupos mais violentos de defesa da supremacia branca, como é o caso da Nação Ariana e outras organizações que estão diretamente ligadas ao neonazismo.
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Referências
Toda a História – História Geral e História do Brasil – Nelson Piletti, José Jobson de Andrade Arruda
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Ku Klux Klan. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/ku-klux-klan. Acesso em: 04 de December de 2024.
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