A Guerra na Síria se iniciou em 2011, porém, suas motivações remontam as décadas anteriores.
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Há 47 anos a Síria é governada pela família al-Assad. Primeiramente por Hafez al-Assad que governou por 30 anos.
O governo de Hafez al-Assad ficou marcado por ser ditatorial, controlador e militarizado.
Com a sua morte, o poder do governo sírio passou para seu filho, Bashar al-Assad, que há 17 anos controla o país com a mesma truculência do pai.
Desde que a família al-Assad assumiu o poder em 1971, existe conflito civil, ou seja, a população síria está em constante choque com o governo e continua até hoje.

A Primavera Árabe: o precursor da Guerra na Síria
Todavia, o conflito civil se acentuou profundamente com o movimento no Oriente Médio que ficou conhecido como Primavera Árabe.
Esse movimento foi marcado pela adesão da população em países árabes contra governos ditatoriais e a favor da redemocratização.
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Entre os países em ocorreram as ondas de protestos da Primavera Árabe estão o Egito e a Tunísia – atualmente esse países se encontram em plena transição para novas democracias.
Nesse contexto, a população síria insatisfeita há décadas com o governo da família al-Assad, também foi às ruas com o intuito de derrubar o governo.
Sunitas x Xiitas
Há ainda nessa questão, um componente religioso. Apesar de ser um país muçulmano, há diferenças entre seus subgrupos.
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Dessa forma, a família al-Assad pertence ao subgrupo chamado de xiita (ou alauítas), que corresponde a 12% da população síria.
Enquanto que 75% da população é de origem sunita, outro subgrupo islâmico.
Assim, existe também forte tensão religiosa por se tratar de um grupo de minoria radical no poder.
As manifestações contra Bashar al-Alassad foram duramente reprimidas e o manifestantes passaram a ser chamados de rebeldes.
2011: o início da Guerra da Síria
Em 2011 a Guerra na Síria tem início de fato – e esta ainda não acabou.
Somam-se de lá para cá quase meio milhão de mortos e mais de 5 milhões de pessoas estão em busca de sair do país devastado pela guerra.
Esse fluxo migratório já é considerado o maior pós Segunda Guerra Mundial.
O apoio ao governo de Bashar al-Assad
Apesar de ser um governo ditatorial, existe quem apoie por questões amplamente econômicas.
Entre os maiores apoiadores estão a Rússia e o Irã. Ambos apoiam o governo de al-Assad pois os concede benefícios, como é o caso do Porto de Tartus para os russos.
Esse porto é estratégico pois por ele é possível se escoar petróleo de modo mais rápido, sem precisar contornar todo o continente africano.
Logo, para continuar com o controle do Porto de Tartus e sua posição estratégica, a Rússia apoia o governo de Bashar al-Assad enquanto os Estados Unidos e demais potências europeias, apoiam a queda do governo ditatorial.
É necessário lembrar também que o governo al-Assad comete crimes contra a humanidade quando bombardeia cidades inteiras de população sunita.
A possibilidade do Estado Islâmico
Entretanto, além do apoio internacional, há ainda quem apoie a permanência do ditador no poder.
Ocorre que as possibilidades para o futuro da Síria são bastante incertas.
Uma dessas possibilidades, é que com a queda do governo de Bashar, o Estado Islâmico, grupo terrorista, alcance o poder e decrete um califado, isto é, um império islâmico.
A ascensão do Estado Islâmico significaria para a população síria ainda mais restrições por se tratar de um modo de governo ainda mais radical.
Hoje o Estado Islâmico é um dos grupos terroristas mais fortes do mundo (senão o mais forte).
Desse modo, a Guerra na Síria ainda parece longe de acabar uma vez que além do povo contra o governo, existe ainda a intensa atividade terrorista.
Referências
A Guerra na Síria e a luta pela unidade territorial – Ana Karolina Morais da Silva, Renan Silvestro Alencar Silva
Síria: um Estado falido? – Ana Paula Sampaio, Pedro Henrique M. Oliveira, Renata S. Costa, Yasmin Moulin
Síria: Histórias de Guerra – Bruna Letícia Junkowski

Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Guerra na Síria. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/guerra-na-siria. Acesso em: 01 de April de 2025.
01. [UECE]: O ano de 2011, além de completar dez anos do atentado terrorista aos Estados Unidos, tem visto vários conflitos no mundo árabe: a queda dos regimes tunisiano e egípcio e, em seguida, a derrubada de Muammar Kadhafi, na Líbia, e a insurreição na Síria. Sobre os atuais conflitos no mundo árabe, é correto afirmar que:
a) as revoltas da Tunísia e do Egito foram geradas pela indignação diante da riqueza e da corrupção da elite governante.
b) reivindicam a política de bem-estar social que garante educação, segurança e saúde gratuitas, bem como uma renda digna para todos.
c) foram gerados pela queda do preço do petróleo e pela indignação com a falta de oportunidades para os jovens.
d) os casos sírio e líbio decorrem da aceitação da desigualdade como preço a ser pago em troca do crescimento econômico.
02. [ENEM]:
No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes
a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) manter o distanciamento necessário à sua segurança.
d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.
01. [UECE]
Resposta: A
a) Verdadeiro – as revoltas na Tunísia e Egito, que serviram de inspiração para os demais protestos e revoltas no mundo árabe, foram ocasionadas pela insatisfação da população em relação às condições sociais em que vivia, questionando a validade dos regimes ditatoriais em seus países.
b) Falso – não há uma reivindicação em termos econômicos na Primavera Árabe, uma vez que as insatisfações são de cunho predominantemente político e social.
c) Falso – apesar de a maioria dos países no mundo árabe serem produtores de petróleo, essa questão, dessa vez, não se relaciona aos protestos, e sim à qualidade de vida da população e dos rumos políticos dos países.
d) Falso – na verdade, o que ocorre é justamente uma não aceitação das desigualdades e condições de miséria que assolam boa parte da população dos países do mundo árabe.
02. [ENEM]
Resposta: E
A questão do Enem, de caráter puramente interpretativo, solicita a identificação da ligação entre o acesso à internet e as revoltas no mundo árabe. No caso, essa relação fez-se pela rápida difusão de informações, quando a revolta na Tunísia inspirou as demais. Assim, as redes sociais permitiram a propalação de ideais revolucionários de caráter mobilizador.