Evo Morales, ou então Juan Evo Morales Ayma, é um político boliviano, atual presidente de seu país de origem. Popular por sua liderança sindical entre os cocaleros (agricultores que cultivam coca), o antigo agricultor alcançou a presidência do país. Morales se destaca por constantemente resistir à política imperialista dos Estados Unidos. O país norte-americano tem interesse constante na substituição do cultivo de coca, bastante presente na província de Chapare. A ideia do país é a substituição por bananas, como ocorre no Brasil – sendo originadas do próprio país.
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Com orientação voltada ao socialismo, o foco principal do governo de Morales sempre se caracterizou em uma reforma agrária. Além disso, a nacionalização de setores pontuais da indústria econômica também era fundamental na visão do mandatário. Contrapondo-se aos interesses norte-americanos e das grandes corporações, a medida foi considerada polêmica. Isso porque, a partir da estatização de setores chaves, a iniciativa privada murchou no país após sua eleição.
Por falar em eleição, inclusive, o político perdeu sua primeira corrida pela presidência, em 2002. Entretanto, no ano de 2005, venceu sob maioria absoluta dos votos. Evo Morales foi o primeiro presidente na Bolívia a alcançar a vitória no primeiro turno em mais de 30 anos. O mandatário ainda viria a ser reeleito no ano de 2009 para seu segundo mandato.
O Governo de Evo Morales
Ao alcançar a presidência, Evo Morales instituiu uma maneira particular de governar o país. Renunciando ao tradicional terno e gravata, o chefe de estado adotou vestimentas típicas da Bolívia, com uma jaqueta de lã. Da mesma forma de valorização dos nativos, Morales, antes de assumir a posse do parlamento, acabou por inovar. Antes da cerimônia protocolar de posse, o presidente submeteu-se a uma celebração indígena.
Aproximando-se dos governos voltados à esquerda na América Latina, Evo Morales estreitou relação com os países de fronteira. O presidente Hugo Chávez, na Venezuela, Rafael Correa, do Equador, Kirchner, na Argentina, Fidel, em Cuba, e Lula, no Brasil. Estes eram alguns dos chefes de estado que estreitaram a relação com a Bolívia após ascensão de Morales ao poder. Os países da América Latina então se unem para a concretização da chamada ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América).
Pontos positivos do Governo Morales na Bolívia
- O PIB boliviano teve crescimento médio de 4,8% no período entre 2006-2012;
- A construção de estradas praticamente foi dobrada. Cerca de 890 quilômetros foram construídos entre 2001 e 2005. Já com Morales, entre 2006-2012, este número foi para 1680 quilômetros;
- O poder de compra atual aumentou de 17% (em 2005) para 41% atualmente;
- Investimento de mais de US$ 500 milhões para edificação em mais de 4 mil projetos;
- Receita do petróleo em relação ao PIB subiu de 5% antes do governo para 13,5% com Morales;
Pontos negativos do Governo de Morales
- Obras consideradas desnecessárias de alto custo, como o Museu da Revolução Democrática e Cultural Orinoca, erguido em sua cidade natal. O mesmo teve custo de mais de US$ 7 milhões em uma cidade com menos de mil habitantes;
- Sem diversificação na pauta de exportação, ficando apenas com a soja, gás e minérios;
- Mudança na constituição para nova reeleição;
- A falta de energia no combate ao tráfico de drogas existente na região;
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Referências
AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª edição. 2007, 592 p.
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Evo Morales. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/evo-morales. Acesso em: 15 de November de 2024.