O Brasil esteve diante do café pela primeira vez por meio de contrabando dos grãos provenientes da Guiana Francesa, mas o cultivo teve início pelas mãos de um militar luso-brasileiro, Francisco de Melo Palheta. Durante algum tempo, o café ficou no Brasil como uma produção para consumo doméstico, mas depois começou a se expandir e ser comercializado. O café, assim como seus derivados, foi, durante quase 100 anos, o principal produto brasileiro de exportação, de forma que o chamado ciclo do café ajudou muito no desenvolvimento do país.
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Benefícios
O ciclo do café se deu, basicamente, entre os anos de 1800 e 1930, mas teve início ao final do século XIX e começo do século XX, quando a economia cafeeira que estava concentrada somente na região do Vale do Paraíba começou a tocar praticamente sozinha a economia Brasileira, já que o grão estava em alta cotação na Europa. Favorecendo a alta do café, ainda podemos citar a baixa nas exportações de açúcar, algodão e cacau, já que os produtores acabaram encontrado no ciclo cafeeiro uma chance de obter altos lucros. O Brasil chegou, em determinado período, a exportar mais de 50% de todo o consumo mundial de café.
O comércio do café trouxe muito dinheiro para os fazendeiros, o que era visto facilmente pelas mansões encontradas em São Paulo na época. O dinheiro também foi investido na indústria, o que favoreceu o setor, assim como a industrialização do país. Outro setor com impactos significativos e positivos foi o de transporte, que recebeu grandes investimentos na construção de ferrovias, que possibilitavam que o café fosse levado do interior de São Paulo para o Porto de Santos, e então fosse levado para os outros países. O Vale da Paraíba ficava entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, e isso garantia condições de clima e chuvas, assim como a terra nutrida, bastante adequadas para a produção de café. No lado paulista, o Vale do Paraíba é formado pelo lado leste, enquanto do lado do Rio de Janeiro, é formado pela região oeste do estado.
A crise do ciclo do café
O ciclo do café sofreu pela primeira vez com o início do trabalho assalariado, já que o sistema de parceria com os colonos imigrantes foi um fracasso. Na década de 1870, entretanto, com a imigração custeada pelo governo, o problema estava solucionado. Vieram para o Brasil, em busca de oportunidade de trabalho, imigrantes europeus que, em sua maioria, eram italianos, o que aumentou a mão de obra e a produção. Somente em 1886 vieram 30 mil imigrantes, e nos anos seguintes a média anual cresceu, chegando a mais de 130 mil. Em 1888 a abolição da escravatura trouxe mais uma crise para a indústria do café devido às zonas cafeeiras mais antigas que ainda tinham predominantemente mão de obra escrava, mas em São Paulo essa não foi sentida.
O Brasil tinha grande vantagem durante o período de expansão do ciclo do café devido a grande oferta que dispunha para o mundo inteiro, de forma que passou a controlar os preços e a decidir como atuaria na economia internacional. O crescimento da economia do Brasil, entretanto, dependia de forma direta e fundamental do aumento da população nos países que eram consumidores do café.
A oferta do café, então, passou a ser muito maior do que a demanda, e isso fez com que os preços começassem a cair gradativamente. Além disso, haviam mais fatores que prejudicaram a economia do café, como a crise de 1929 dos Estados Unidos, também conhecida como a “Grande Depressão”, que fez com que a demanda diminuísse mais ainda e acabou por determinar a baixa dos preços de forma ainda mais rápida.
Como a economia brasileira era muito dependente das exportações de café, o governo decidiu comprar estoques e queimar durante as quedas dos preços para aumentar o preço, o que ficou conhecido como a política de valorização do café. O governo brasileiro não encontrou formas de absorver os estoques que acabaram sobrando com a diminuição da demanda, e isso acabou trazendo a quebra da economia cafeeira neste período. O governo precisou, então, estudar formas para evitar que os produtores ficassem vulneráveis às crises internacionais, e passou a ter uma importância fundamental na economia do país durante o governo de Getúlio Vargas, no ano de 1930, objetivando evitar que outras crises mundiais pudessem afetar o Brasil.
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Referências
A Civilização do Café (1820-1920), Alves Motta Sobrinho
História do Café, Ana Luiza Martins
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Ciclo do café. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/ciclo-do-cafe. Acesso em: 13 de November de 2024.
01. [FUVEST] A expansão cafeeira no Estado de São Paulo atingiu, por volta de 1900, pontos distantes a mais de 400 km do porto de Santos. Esta interiorização tornou-se possível porque:
a) o clima tropical de altitude favoreceu o plantio do café;
b) o crescimento da demanda internacional permitiu o aumento da produção;
c) o porto de Santos foi aparelhado para exportar grandes volumes de carga;
d) a produção pôde ser transportada por ferrovias;
e) o sistema de colonato incentivou a abertura de fazendas para o norte e oeste.
02. [UNESP] O transporte ferroviário no Brasil, da segunda metade do Século XIX ao início do Século XX, mereceu prioritariamente o interesse estatal e particular. As condições históricas relacionadas com a ampliação da rede em ritmo crescente foram:
a) expansão da cafeicultura, principalmente em São Paulo, e o escoamento da produção para o exterior.
b) reservas de minério de ferro, do quadrilátero ferrífero, pouco acessíveis e demasiado distantes dos centros urbanos mais expressivos.
c) políticas de industrialização e de reflorestamento.
d) capitais externos em busca de lucros para a indústria automotiva e para as empresas distribuidoras de petróleo.
e) devastações de pinhais para a extração de madeira e para a produção de papel.
01. [D]
02. [A]