A antiga civilização egípcia se desenvolveu ao longo do curso do rio Nilo, onde hoje se localiza o moderno país do Egito. A história dessa civilização se desenvolveu ao longo de três períodos: o Antigo Império, Médio Império e o Novo Império. Foi um momento de intenso desenvolvimento cultural, social e econômico, que se deve, em grande parte, à condição geográfica específica.
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Período Histórico
Inicialmente, a civilização egípcia era constituída de um grande número de pequenas comunidades independentes que formavam os reinos do Alto e do Baixo Egito. Por volta de 3200 a. C., os dois reinos foram unificados sob o mando do faraó Menés, momento em que tem início a primeira dinastia.
Os três períodos seguintes à unificação foram o Antigo Império (3200 a.C. a 2300 a. C.); o Médio Império (2100 a.C. a 1750 a. C. ); e o Novo Império (1580 a.C. a 525 a. C. ). Durante o Antigo Império foram construídas as três célebres pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. O Novo Império foi um período marcado por intensas invasões territoriais e pelo enfraquecimento do Estado, até a invasão romana, por volta de 30 a. C, quando se estabeleceu o domínio de Roma sobre o Egito.
Importância do Rio Nilo
Mesmo sendo uma civilização de região desértica (nordeste da África, região do Saara), encontrou grande prosperidade em razão de seu desenvolvimento às margens de um grande rio. Em função do regime de chuvas na região das montanhas centrais africanas – a nascente do Nilo – entre os meses de junho a setembro, ocorriam inundações frequentes nas áreas mais baixas (O “Baixo Nilo”).
Com a baixa das águas o solo libera o humo, fertilizante natural que era utilizado pelos egípcios na agricultura. Durante o período das cheias, para aproveitar as áreas fertilizadas, os egípcios desenvolveram sistema próprios de drenagem e irrigação, que possibilitaram a obtenção de várias colheitas anuais. Além disso, o Nilo também era utilizado para pesca, como via de transporte de mercadorias e pessoas, além do fornecimento de água para a população.
Religião, Política e Sociedade
O faraó estava no topo da sociedade egípcia e possuía status de Deus para a população, em um sistema de monarquia teocrática (de atribuição divina) e possuindo imenso poder. Sendo considerado um líder religioso, era o intermediário entre o povo e os deuses – e assim foi por mais de 3 mil anos.
Os demais estratos da sociedade eram compostos por sacerdotes, nobreza, escribas e soldados. Abaixo destes estavam camponeses, artesãos e, por fim, os escravos.
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A religiosidade e a crença na imortalidade são dos aspectos mais marcantes da cultura egípcia. Dentre as diversas divindades, a mais importante era Amon-Rá, o deus sol, rei de todos os deuses e criador de todas as coisas. A crença na imortalidade é a razão para o processo de mumificação dos cadáveres e para a construção das pirâmides, imensos túmulos que abrigavam todas as riquezas do falecido, as quais ele levaria consigo para a eternidade. Não somente as riquezas, mas também familiares e funcionários eram enterrados junto com os farós. Já o processo de mumificação era realizado porque, para os egípcios, a vida eterna implicava em permanência do corpo físico.
“O processo de mumificação desenvolvido pelos egípcios incluía a desidratação do cadáver e a aplicação de betume, substância destinada a conservar o corpo.” (Azevedo & Seriacopi, 2013, pg.45).
Escritas
A escrita hieroglífica teria surgido durante o período de unificação do território egípcio. Os símbolos, ou hieróglifos, eram usados para representar palavras. Ainda surgiram outros tipos de escrita no Egito Antigo, como a hierática, um tipo de escrita cursiva utilizada em textos literários e administrativos. Mais tarde, a escrita hierática foi simplificada e assim surgiu a escrita demótica.
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Você sabia?
As pirâmides, imensos mausoléus milenares, são as construções mais emblemáticas do Egito. Três delas, as Pirâmides de Gizé, localizadas na capital Cairo, são as mais conhecidas. No entanto, em todo o Egito existem mais de 130 pirâmides milenares soterradas sob a areia do deserto.
Referências
AZEVEDO, G. C.; SERIACOPI, R. História em movimento. 2ª Edição. São Paulo: Ática, 2013.
VICENTINO, C.; DORIGO, G. História geral e do Brasil. 2ª Edição. São Paulo: Scipione, 2013.
Por Carlos Ferreira
Formado em Ciências Econômicas e Jornalismo. Possui ampla experiência editorial e redacional em conteúdos jornalísticos com foco em mídias digitais.
Ferreira, Carlos. Egito Antigo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/antigo-egito. Acesso em: 22 de December de 2024.
1. (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois:
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
2. (UFSC) Sobre o Antigo Egito, é correto afirmar que:
01) o rio Nilo foi de suma importância em vários aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a agricultura foi possível devido ao seu ciclo de cheias, como também a noção de tempo cíclico, base do pensamento egípcio, levou à crença na vida após a morte.
02) a construção de pirâmides atendia às necessidades da vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi característica da arquitetura funerária durante todo o período do Antigo Egito e só foi possível graças à enorme mão de obra escrava existente desde o Antigo Reino.
04) Os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico.
08) A despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as mesmas crenças religiosas do Antigo Egito.
1. [a]
Sendo o sistema político egípcio uma monarquia teocrática, onde os faraós eram vistos pela população com status de deuses na terra, as pirâmides, tumbas e templos representavam o poder e a autoridade dos faraós em relação ao povo.
2. Somatória = 05 (01 + 04).
Afirmativa 01: Correta.
Afirmativa 02: Errada. Diferente do que se acreditava até pouco tempo atrás, atualmente existem comprovações de que não foram escravos que construíram as pirâmides.
Afirmativa 04: Correta. Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses).
Afirmativa 08: Errada. Apesar de na antiguidade a religião do povo egípcio ser politeísta, atualmente a religião predominante no atual território do Egito é o islamismo, que é monoteísta.