Tratamento de Esgoto

A necessidade de garantir a saúde da população é uma dos principais motivos de se realizar o tratamento do esgoto.

1. O que é esgoto?

O esgoto pode ser caracterizado como o líquido resultante das atividades humanas (limpezas de casas, nos banhos, uso de vasos sanitários, dentre outros). As residências produzem o chamado “efluente doméstico”, mas também as indústrias produzem esgoto, chamado de “efluente industrial”. Em alguns lugares, não há o adequado tratamento do esgoto, podendo estar exposto a céu aberto. O esgoto não tratado é composto por agentes patogênicos e microrganismos, além de componentes tóxicos, que podem afetar a qualidade da vida humana. Por isso, o tratamento de esgoto se faz essencial nos centros urbanos.

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Embora seja algo importante para saúde da população, no Brasil o sistema de coleta de esgotos ainda é privilégio de poucos locais.

“A falta de saneamento básico é um problema muito grave. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2008, 2.425 municípios brasileiros não contavam com coleta de esgotos.” (SILVA, 2013, p. 216)

Nestes municípios em que não há a coleta, os esgotos continuam correndo a céu aberto, ou no máximo sendo depositados em fossas caseiras, o que causa diversos problemas ambientais e para saúde.

As fossas sépticas também causam problemas ambientais, e algumas situações desagradáveis às pessoas. Para que as fossas funcionem adequadamente, torna-se necessário que seja instalado um sistema de coleta que seja ligado às caixas domiciliares das residências. De modo contrário, elas podem entupir ao longo do tempo, transbordando os dejetos, e causando incômodos diversos.
Embora não sejam os métodos mais adequados, a fossas continuam existindo em diversos lugares do Brasil, e muitas não recebem a manutenção necessária.

Mesmo em municípios em que há a coleta do esgoto, esta pode ocorrer de maneira precária, atingindo apenas uma parcela pequena de todo esgoto produzido. O esgoto quando chega aos rios sem tratamento, pode causar sérios problemas, como a proliferação de doenças como diarreia, a cólera, além de outras. Além disso, a presença do esgoto a céu aberto causa uma impressão estética muito feia ao ambiente, além de exalar um mau cheiro terrível. A imagem abaixo mostra um local em que o esgoto corre a céu aberto, sem tratamento:

Foto: SDB – Salina Diamante Branco
Foto:SDB – Salina Diamante Branco

2. Como é realizado o tratamento do esgoto?

SABESP
SABESP

Os métodos para tratamento do esgoto podem variar conforme os municípios, de acordo com as empresas responsáveis pelo sistema de esgoto. A SANEPAR, empresa paranaense, utiliza dois sistemas: aeróbico e anaeróbico.

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“No processo aeróbio, utiliza-se uma aeração prolongada em fluxo orbital. O sistema ‘Carroussel’, desenvolvido na Holanda, permite a obtenção de um efluente com alta qualidade, Garantindo uma eficiência acima de 95% no resultado do tratamento. O processo de tratamento anaeróbio se dá pela estabilização de resíduos feita pela ação de microrganismos, na ausência de ar ou de oxigênio elementar.” (SANEPAR, 2014)

Apesar das diferenciações que possam existir nos tratamentos, eles seguem uma lógica padrão:

  1. Pré-tratamento: Neste momento é realizada uma separação mais grosseira dos desejos presentes no esgoto, por meio de grades (uma mais grossa e outra mais fina) em que passa o líquido, retendo os materiais que chegam junto ao esgoto, como garrafas, papéis, e outros. Além disso, é feita uma desarenação, que serve para separar a terra e a areia. Esse processo é feito em uma espécie de caixa de areia. O desengorduramento é realizado em pré-decantadores.
  2. Tratamento: Embora tenham sido retirados do esgoto os materiais mais grosseiros, as propriedades da água continuam contaminadas, precisando de tratamento para deixá-las relativamente mais puras. Nesta primeira fase, há uma separação da matéria poluente da água por meio de sedimentação, ou seja, os sedimentos mais pesados são depositas ao fundo. Posteriormente, o líquido passa por um tanque de aeração, onde o ar faz com que os microrganismos se multipliquem, e se alimentem do material orgânico. Um segundo decantador recebe o líquido, separando o lodo formado no processo anterior, deixando a água mais pura. Essa água ainda contém diversas impurezas, mas quando lançada nos rios, se torna mais purificada, por mecanismos naturais.

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Referências

SABESP. Tratamento de Esgotos. Animação. Disponível em: site.sabesp.com.br
SANEPAR. Educando. Processo de tratamento de esgoto. Disponível em: < educando.sanepar.com.br SILVA, Angela Corrêa da. Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2013.

Luana Caroline
Por Luana Caroline

Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).

Como referenciar este conteúdo

Künast Polon, Luana Caroline. Tratamento de Esgoto. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/tratamento-de-esgoto. Acesso em: 20 de December de 2024.

Teste seu conhecimento

1. [ENEM/2010] O despejo de dejetos de esgotos domésticos e industriais vem causando sérios problemas aos rios brasileiros. Esses poluentes são ricos em substâncias que contribuem para a eutrofização de ecossistemas, que é um enriquecimento da água por nutrientes, o que provoca um grande crescimento bacteriano e, por fim, pode promover escassez de oxigênio. Uma maneira de evitar a diminuição da concentração de oxigênio no ambiente é:

a) Aquecer as águas dos rios para aumentar a velocidade de decomposição dos dejetos.
b) Retirar do esgoto os materiais ricos em nutrientes para diminuir a sua concentração nos rios.
c) Adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios para que elas sobrevivam mesmo sem oxigênio.
d) Substituir produtos não degradáveis por biodegradáveis para que as bactérias possam utilizar os nutrientes.
e) Aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto para que os nutrientes fiquem mais acessíveis às bactérias.

2. [UFTM] O esgoto, quando não tratado, pode provocar a morte de muitos peixes. Assinale a alternativa que melhor explica a mortandade desses animais.

a) O aumento na quantidade de matéria orgânica leva à proliferação das bactérias aeróbicas e consequente diminuição do oxigênio.
b) A diminuição na quantidade de matéria orgânica leva à proliferação das bactérias anaeróbicas e consequente diminuição do oxigênio.
c) O aumento na quantidade de bactérias anaeróbicas e consequente aumento na quantidade de oxigênio.
d) O aumento no número de indivíduos herbívoros que eliminam grande parte do fitoplâncton.
e) O aumento na quantidade de bactérias aeróbicas e consequente aumento na quantidade de oxigênio.

1. [B]

Uma das medidas possíveis é diminuir a emissão de materiais riscos em nutrientes que é jogada nos rios, reduzindo a quantidade de bactérias aeróbicas; e a outra é retirar do esgoto estes materiais, diminuindo sua concentração nos rios.

2. [A]

Quando há uma quantidade grande de materiais ricos em nutrientes no esgoto, e estes são lançados nos rios, há a chance de ocorrer a mortalidade dos peixes, pois os materiais orgânicos aumentam a produção de bactérias aeróbicas, as quais necessitam do oxigênio para sua sobrevivência, reduzindo assim o oxigênio da água.

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