Rio Nilo

O rio Nilo possibilitou a sobrevivencia de diversos povos que viviam a sua margem.

O Nilo é o maior e mais importante rio do continente africano, sendo considerado também como um dos rios mais extensos do mundo.

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“Com 6825 km, o rio Nilo nasce no Lago Vitória, numa zona climática superúmida, mas depois atravessa uma vasta área árida com afluentes intermitentes, em especial os da margem esquerda.” (SILVA, 2013, p. 215)

O Nilo onde nasce é chamado de Nilo Branco, recebendo em sua trajetória até o Egito as águas do Nilo Azul, no Sudão, formando um único rio. Este, por sua vez, tem sua foz no mar Mediterrâneo.

A bacia do rio Nilo é bastante extensa, drenando vários países, além de atravessar o deserto do Saara por cerca de 2 mil km, sendo de extrema relevância para o Sudão e o Egito.

Para o Egito, o Nilo é fonte de sobrevivência, sendo que praticamente 90% da população habita nas margens deste. Não apenas os egípcios, mas toda população ribeirinha depende das cheias do Nilo para o desenvolvimento da prática da agricultura. As cheias acontecem em curtos períodos, mas que encharcam os solos, permitindo que estes permaneçam relativamente férteis mesmo durante os períodos mais secos.

Apesar da importância das cheias, nas primeiras décadas de 1990 começam a ser criadas as represas, como a de Assuã. Da mesma forma, no século XX foram criados canais de irrigação para alavancar o desenvolvimento da agricultura. Em 1969 houve uma expansão das barragens, ocasionando a formação do lago Nasser, aumentando a área irrigada do Nilo. Essa modificação no curso natural das águas ocasionou relativa perda de fertilidade dos solos, além de acabar com algumas paisagens naturais.

O desenvolvimento do Egito está intimamente ligado com a presença do rio Nilo.

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Ilustração: Reprodução
Ilustração: Reprodução

O Nilo possibilitou no Egito Antigo (por volta dos 3200 anos a.C.) o desenvolvimento da ciência, bem como a construção dos canais de irrigação, os quais eram novidades naquele contexto, irrigando áreas áridas, promovendo a possiblidade do cultivo. Da mesma forma, estes canais eram utilizados como vias de transporte e deslocamento. As construções grandiosas feitas pelos egípcios tiveram relação com o Nilo, pois este possibilitou que o povo se deslocasse ao longo do espaço. O desenvolvimento dos egípcios não apenas no âmbito da agricultura, mas também cultural, religioso e político.

Hoje o Nilo continua sendo de extrema importância para as pessoas que vivem em suas margens, mas transformou-se também em destino turístico. Em algumas regiões, houve desenvolvimento de importantes centros comerciais e habitacionais nas margens do Nilo, como no caso de Cairo, capital do Egito:

Ilustração: Reprodução
Ilustração: Reprodução

Existem conflitos que envolvem as águas do rio Nilo. Um dos principais impasses que existem é entre o Egito e o Sudão e os demais países banhados pelo Nilo. A questão central que permeia as discussões é sobre a quem pertence o rio. Embora pareça algo óbvio, pois vários países fazem o uso das águas, o Egito e o Sudão afirmam que são os donos deste recurso, já que foi assinado um contrato em 1929 que definia o Egito como país autorizado a fazer uso da grande maioria das águas do rio Nilo. Essa discórdia sobre o uso do rio Nilo gera conflitos e incertezas entre os países que necessitam deste recurso hídrico para sobreviver.

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A importância do Nilo é tão grande, que é praticamente impossível se pensar em Egito sem fazem menção ao grande rio. Veja um poema sobre o Nilo:

“Oração ao Nilo
Salve, tu, Nilo!
Que te manifestas nesta terra
E vens dar vida ao Egito!
Misteriosa é a tua saída das trevas
Neste dia em que é celebrada!
Ao irrigar os prados criados por Rá,
Tu fazes viver todo o gado,
Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra!
Senhor dos peixes, durante a inundação,
Nenhum pássaro pousa nas colheitas.
Tu crias o trigo, fazes nascer o grão,
Garantindo a prosperidade aos templos.
Se paras a tua tarefa e o teu trabalho,
Tudo o que existe cai em inquietação”.
(Livros sagrados e literatura primitiva oriental. Tomo II. In: Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau. São Paulo: CENP/Sec. de Est. da Educação, 1978, p. 55.)

Referências

LUCCI, Elian Alabi (Org.). Geografia: homem e espaço. 9º ano. 25ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
SILVA, Edilson Adão Cândido da (Org.). Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2013.

Luana Caroline
Por Luana Caroline

Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).

Como referenciar este conteúdo

Künast Polon, Luana Caroline. Rio Nilo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/rio-nilo. Acesso em: 22 de November de 2024.

Teste seu conhecimento

1.[UECE] Sobre o papel do rio Nilo na estruturação da sociedade no Egito Antigo, é correto afirmar que:

a) permitia a atividade econômica e, com suas cheias regulares, garantia a estabilidade político e o domínio simbólico dos faraós.
b) sua maior importância era servir de meio de transporte para as tropas que garantiam a supremacia militar dos egípcios em toda a África.
c) suas cheias significavam um momento de instabilidade política e econômica, uma vez que destruíam as colheitas e provocavam fome generalizada.
d) a capacidade e o volume de água não eram aproveitados pelos egípcios, que se limitavam nas vazantes a esperar a próxima cheia.

2. [VUNESP-SP] O historiador grego Heródoto (484 – 420 a.C.) viajou muito e deixou vivas descrições, com reflexões sobre os povos e as terras que conheceu. Deveu-se a ele a seguinte afirmação: “O Egito, para onde se dirigem os navios gregos, é uma dádiva do rio Nilo”.
A partir da acima, ofereça subsídios adequados à compreensão da realidade meio físico/ação humana na formação da civilização egípcia.

1. [A]

O Nilo foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade no Egito, e suas cheias permitiam avanços na produção de alimentos, por exemplo, o que garantia a satisfação social.

2.

O Egito só obteve seu desenvolvimento graças à possibilidade de exploração das águas do Nilo. O rio foi fundamental para a sobrevivência dos egípcios, permitindo o cultivo de gêneros alimentícios, mas também possibilitando os deslocamentos. As cheias do Nilo encharcavam as margens do rio, o que permitia a agricultura, que era a base de sustentação naquele contexto.

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