Região Norte do Brasil

Conhecido por ser a região brasileira de maior extensão o Norte, todavia, apresenta uma baixa densidade demográfica.

1. Divisão territorial do Brasil

O Brasil é um país de dimensões continentais, possuindo 8.515.767,049 km² de extensão. Ao longo dos anos foram instituídas diversas divisões regionais no Brasil, com a finalidade de tornar mais fácil a organização territorial. Veja abaixo a evolução da divisão do território nacional:

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Ilustração: Reprodução
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A divisão aceita como oficial atualmente é aquela que divide o Brasil em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. As divisões são definidas a partir de múltiplos fatores, como os aspectos físicos (relevo, clima, vegetação, etc.), mas também com base nas questões econômicas, políticas e sociais. As divisões, portanto, não são elementos naturais, mas criações humanas com uma finalidade específica.

2. Região Norte

Dentre as regiões do Brasil, a Norte é a de maior extensão territorial. Diante disso, é também a com menor população por km². Assim, existem diversos “vazios” demográficos ao longo de toda região, especialmente na Amazônia. Esses espaços vazios se devem, em parte, pela presença de densas florestas e rios de amplas proporções. Diversas famílias ocupam as beiras dos rios na região Norte, sobrevivendo a partir da pesca, são os chamados “ribeirinhos”, que se localizam em Belém, Manaus, Porto Velho, Santarém, dentre outros. Em relação à ocupação territorial, a região Norte apresenta as menores taxas de urbanização dentre as regiões.

São integrantes da região Norte do Brasil os estados de Roraima, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins, conforme mostra o mapa abaixo:

Ilustração: Reprodução
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Pelo mapa, é possível se obter uma noção da dimensão territorial da região Norte, e também se pode pensar sobre os problemas que se estabelecem nos estados que a compõe, diante de suas proporções. Dentre estes problemas, destaca-se a questão da derrubada ilegal de madeiras, que gera diversos conflitos e até violência. Questões básicas de saúde, como o não acesso ao sistema de esgoto, ou mesmo às fossas sépticas, são também problemas que assolam a qualidade de vida das populações no Norte do país.

3. Processo de colonização

O processo de colonização da região Norte enfrentou alguns empecilhos, dentre eles a presença das vastas florestas, mas também a resistência por parte dos grupos indígenas. Por vários séculos, a região Norte ficou “isolada” das demais regiões brasileiras, especialmente em relação às trocas de mercadorias.

“Somente no século XIX começou a ocorrer uma pequena integração dessa região com o restante do território brasileiro.” (TAMDJIAN, 2012, p. 307)

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A primeira atividade significativa na região Norte foi a extração do látex das seringueiras, material este utilizado para fabricação da borracha. As exportações duraram pouco tempo, pois já na década de 1920 o ciclo da borracha se encerrava, uma vez que as plantações de seringais na Ásia começaram a competir com os brasileiros. A imagem abaixo mostra uma das formas de extração do látex:

Foto: Reprodução
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Assim, por mais algumas décadas a região ficou um pouco “ociosa”. Não se pode falar em momento algum em “vazio demográfico”, como alguns se referem ao Norte, pois as terras eram (e são) habitadas por diversos grupos, especialmente indígenas.

“Durante as décadas seguintes [após 1920], a região Norte se manteve estagnada economicamente, sem que ocorressem grandes alterações em seu espaço geográfico.” (TAMDJIAN, 2012, p. 307)

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O desenvolvimento desta região foi significativo a partir da década de 1960, recebendo maior atenção por parte dos governos brasileiros. No período da Ditadura Civil-Militar no Brasil houve a expansão e ocupação populacional da região Norte. Essa ocupação no Norte teve como intenção garantir a segurança nacional diante de possíveis invasões. Esse processo de ocupação produziu inúmeras consequências, dentre elas a morte de vários grupos indígenas, os quais tiveram suas terras tomadas por fazendeiros.

Grandes obras foram iniciadas no Norte, com a promessa de levar o desenvolvimento econômico à região, mas nem todas alcançaram os objetivos propostos, como é o caso da rodovia Transamazônica. Veja como a rodovia se encontra:

Foto: Reprodução
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Para saber mais sobre a Transamazônica, veja a reportagem feita pela Revista Veja em 2009: http://veja.abril.com.br/especiais/amazonia/40-anos-poeira-p-54.html

Consulte também o site “Amazônia Legal”: http://www.amazonialegal.com.br/textos/Transamazonica.htm

Dentre os principais empecilhos para o desenvolvimento da região Norte está a falta de infraestrutura (escolas, hospitais, saneamento, comunicações, etc.). As atividades econômicas de maior destaque atualmente são o garimpo, a criação extensiva de gado, as atividades agrícolas e o extrativismo. Tem se destacado também a produção em larga escala de soja. Estas atividades são também, em parte, responsáveis pelos problemas ambientais e sociais que ocorrem naquela região. Um dos impactos de maiores proporções é a derrubada das matas para dar lugar às pastagens ou áreas agricultáveis.

“O quadro atual mostra que os problemas da Amazônia podem se agravar ainda mais, pois atividades como a agricultura comercial acarretam a destruição de espécies vegetais e animais.” (TAMDJIAN, 2012, p. 311)

Hoje há um destaque especial para importância do complexo industrial de Carajás (PA), o qual é voltado para extração e beneficiamento de minerais. Da mesma forma, a Zona Franca de Manaus é também um elemento essencial para o desenvolvimento da região.

4. Aspectos físicos do Norte

O clima predominante na região Norte é o tropical, sendo que as temperaturas se mantem elevadas, apresentando grandes quantidades de chuvas. O relevo é variado, concentrando planaltos, planícies e depressões. Há uma significativa biodiversidade na região, especialmente pela presença dos grandes rios que compõem a bacia Amazônica e do Tocantins. A vegetação é representada pela floresta Amazônica, com variações dependendo da localização. Há também a presença de cerrados e mangues. Veja no mapa a predominância da Floresta Amazônica na região Norte:

Ilustração: Reprodução
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Referências

TAMDJIAN, James Onnig (Org.). Geografia: estudos para compreensão do espaço – o espaço geográfico do Brasil. 7º ano. São Paulo: FTD, 2012.

Luana Caroline
Por Luana Caroline

Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).

Como referenciar este conteúdo

Künast Polon, Luana Caroline. Região Norte do Brasil. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/regiao-norte-do-brasil. Acesso em: 22 de November de 2024.

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1. [Enem/2011] A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado (AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996). Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:

a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.
b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.
d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.

1. [B]

Dentre os diversos fatores que têm causado impactos ambientais na região Norte do Brasil, um dos de maior relevância é o cultivo de amplas extensões territoriais com soja. São grandes áreas de monocultura, nas quais são aplicadas técnicas mecanizadas, garantindo maior produção e lucratividade. Para isso, são derrubadas áreas de floresta, e desapropriados (por vezes de forma violenta) pequenos produtores.

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