O Pantanal é caracterizado por uma região plana e com baixas altitudes (em média 100 m). Por suas características geográficas, pode apresentar vastos trechos inundados durante as chuvas de verão. Os pontos mais elevados da planície do Pantanal são chamados de “cordilheiras”, enquanto as partes mais baixas, “baías” ou ainda “lagos”. Segue uma imagem do bioma:
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O Pantanal é conhecido por sua expressividade, sendo a maior extensão úmida contínua do planeta. No Brasil, o Pantanal ocupa quase toda metade oeste do Mato Grosso do Sul e o sudeste do Mato Grosso, sendo bastante apreciado pelo turismo de pesca. A biodiversidade do Pantanal é significativa, embora não seja tão expressiva quanto da Amazônia, por exemplo. Na fauna, de destaca principalmente a grande variedade de aves e peixes presentes no bioma.
1. Aspectos da Hidrografia do Pantanal
A Hidrologia do Pantanal é composta pelo Rio Paraguai, bem como seus afluentes (rios menores que desaguam nele). A maior extensão da Bacia do Paraguai em território brasileiro está situada no Pantanal. A navegação internacional pelo rio é possível, já que este banha terras brasileiras, bolivianas, paraguaias e argentinas. No Mato Grosso do Sul está situado o porto fluvial de Corumbá (LUCCI, 2010).
2. Impactos Ambientais no Pantanal
Assim como nos demais biomas, o Pantanal também sofre interferências antrópicas, ocasionando alguns problemas ambientais.
“Apesar de sua beleza natural exuberante o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana, principalmente pela atividade agropecuária, especialmente nas áreas de planalto adjacentes do bioma.” (BRASIL, 2014)
Na época das secas, o maior risco para o Pantanal é a alta incidência de incêndios. Muitas queimadas são ocasionadas pela ação humana, atingindo plantas e animais da região. Outro fator que tem desestabilizado o equilíbrio do ecossistema do Pantanal é a derrubada da mata nativa com a finalidade de plantar soja, milho, arroz e também para a pecuária extensiva. Além do desmatamento, o mau uso do uso tem causado problemas de assoreamento dos rios. As queimadas produzem efeitos negativos na natureza, mas também para a saúde dos pantaneiros, que adoecem por conta da inalação da fumaça e fuligem derivadas dos incêndios.
Os projetos de infraestrutura (hidrelétricas, mineradoras, etc.) no Pantanal também são ameaças à conservação do ecossistema, assim como a pesca desordenada e o uso de pesticidas na agricultura. Maiores informações sobre a degradação ambiental no Pantanal podem ser obtidas no site do Ministério do Meio Ambiente, em um relatório elaborado para mostrar as condições em que aquele bioma se encontrava até o ano de 2008.
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3. Cultura Pantaneira
Além das belezas naturais do Pantanal, alguns aspectos culturais peculiares formaram o que se convencionou chamar de “cultura pantaneira”. Uma das imagens mais conhecidas sobre os pantaneiros é a de peões de fazendas (ou vaqueiros). O uso dos cavalos é algo que facilita a locomoção das pessoas que vivem naquele tipo de bioma, por conta dos alagamentos.
Para viver em um local como o Pantanal, algumas habilidades são necessárias, e o povo pantaneiro foi adquirindo-as ao longo dos tempos. Muitos pantaneiros são descendentes de paraguaios, os quais preservam aspectos culturais do Paraguai, como o consumo do tereré (mate gelado).
4. Flora, Clima e Fauna do Pantanal
A flora do Pantanal recebe influência dos ambientes vizinhos, se tornando significativamente heterogênea.
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“Podemos encontrar na planície pantaneira espécies animais e vegetais do Cerrado (a leste), Amazônia (ao norte), Mata Atlântica (sul de Mato Grosso do Sul) e até Chaco (a oeste). Nas partes mais altas, como no Morro do Urucum, em Corumbá e na Serra da Bodoquena, encontram-se relictos de Caatinga e bromélias, em especial entre as rochas calcárias.” (PLANETA PANTANAL, 2014)
O clima no Pantanal (Tropical) é marcado por duas estações bem definidas, os verões chuvosos e o inverno seco. Assim, o Pantanal é um ambiente bastante úmido, devido aos altos índices pluviométricos registrados. Já a fauna pantaneira é diversificada, contando com várias espécies de animais. Os mais conhecidos talvez sejam as aves, peixes e os jacarés. Assim, o Pantanal é um bioma rico em biodiversidade, abrigando muitas espécies animais e vegetais, em um ecossistema relativamente equilibrado, apesar da intervenção humana que vem degradando este bioma.
Referências
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Pantanal. Disponível em: mma.gov.br
LUCCI, Elian Alabi (Org.). Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia – Ensino Médio. V. 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
PLANETA PANTANAL. Flora Pantaneira. Disponível em: planetapantanal.com
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. Minimanual compacto de geografia do Brasil: teoria e prática. São Paulo: Rideel, 2003.
Por Luana Caroline
Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).
Künast Polon, Luana Caroline. Pantanal. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/pantanal. Acesso em: 21 de November de 2024.
1.[MACKENZIE/2009] “Bacia hidrográfica amplamente navegável, pois atravessa regiões de relevo pouco acidentado no pantanal mato-grossense e, por essa mesma razão, apresenta pequeno potencial hidrelétrico, sofrendo um intenso processo de inundação durante as chuvas de verão, fenômeno responsável pela denominação de Pantanal” (Paulo Roberto Moraes, Geografia Geral e do Brasil).
A bacia hidrográfica a que se refere o texto é a:
a) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraná.
b) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Paraná.
c) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraguai.
d) Bacia do Paraná, sub-bacia do Rio Uruguai.
e) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Cuiabá.
2. [UNICAMP/2001] As migrações populacionais sempre exerceram um importante papel na organização do espaço brasileiro, como ocorreu nas décadas de 70 e 80, quando agricultores do sul do país deixaram pequenas propriedades em busca de novas fronteiras agrícolas para o plantio de grãos, principalmente no Mato Grosso do Sul. Como consequência da ocupação dessa região do país, o cerrado sofreu intensa devastação, a ponto de atualmente estar em vias de extinção.
a) Quais foram os principais fatores responsáveis pela migração desses pequenos agricultores?
b) Identifique a unidade de relevo em que se instalaram esses pequenos agricultores e aponte uma característica dessa unidade que tenha favorecido a expansão agrícola.
c) Analise as consequências do tipo de agricultura aí desenvolvido na dinâmica das águas do Pantanal Matogrossense.
1. [C]
A bacia hidrográfica que está presente na região do Pantanal brasileiro é formada pelo Rio Paraguai e seus afluentes, ou seja, os rios menores que desaguam neste rio.
2.
a) A necessidade de capital para a modernização da atividade agrícola e a falta de subsídio ao pequeno agricultor do Sul decorrente de uma política agrícola que não favorece a pequena produção, levam ao endividamento o agricultor que se defronta com a política de juros altos, e com as dificuldades da colheita e da comercialização dos produtos. Este processo corresponde ao processo mais geral de concentração na estrutura fundiária. Os grandes proprietários se beneficiam, comprando barato a pequena propriedade, ou simplesmente ficando com ela em troca da dívida. O incentivo governamental dado à região Centro-Oeste (Prodecer e Polocentro) também estimulou esta migração.
b) A unidade de relevo regional onde se instalaram os agricultores gaúchos, principalmente no MS, é o Planalto Central do Brasil e uma das principais características deste tipo de planalto são as baixas declividades, com grandes superfícies planas ou suavemente onduladas, que favorecem a agricultura mecanizada.
c) A expansão agrícola ocorrida no centro-oeste brasileiro caracterizou-se pela substituição do cerrado por monoculturas de soja, trigo e arroz. Como consequência, iniciou-se um processo erosivo nas altas bacias dos rios Taquari e Coxim, formadoras do Pantanal Matogrossense ocasionando intensa retirada de solo. A erosão dessas áreas provocou um forte assoreamento dos rios, responsável pela diminuição da profundidade dos canais fluviais e pelo aumento na carga de sedimentos transportados por estes rios, o que resultou na elevação do nível das enchentes no Pantanal.