Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um bioma presente na costa do Oceano Atlântico Brasileiro que se expandia até o centro do país, atingindo ainda parte do território do Paraguai e Argentina

Esse bioma acompanhava toda a linha do litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Por ser um bioma que ocupava praticamente toda a costa brasileira, cruzava por diversos solos e climas, criando assim peculiaridades locais e uma formação não homogênea.

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Atualmente, encontra-se extremamente reduzida a poucos fragmentos descontínuos. Sua área original era de 1.290.692,46 km², cerca de 15% do território brasileiro.

Hoje, o remanescente é de 95.000 km², aproximadamente 7% da área original. Estendia-se originalmente ao longo de 17 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).

Essa floresta é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional.

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A composição original da Mata Atlântica é um mosaico de vegetações definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; campos de altitude, mangues e restingas.

Flora

Muitas espécies da flora da Mata Atlântica são endêmicas e ameaçadas de extinção.

O conjunto de características que forma a Mata Atlântica propiciou uma significativa diversificação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de uma complexa natureza vegetal e animal altamente rico.

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É por este motivo que a Mata Atlântica é considerada atualmente como um dos biomas mais ricos em termos de diversidade biológica do Planeta.

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Não há dados precisos sobre a diversidade total de plantas da Mata Atlântica, contudo considerando-se apenas o grupo das angiospermas (vegetais que apresentam suas sementes protegidas dentro de frutos), acredita-se que o Brasil possua entre 55.000 e 60.000 espécies, ou seja, de 22% a 24% do total que se estima existir no mundo.

Desse total, as projeções são de que a Mata Atlântica possua cerca de 20.000 espécies, ou seja, entre 33% e 36% das existentes no País.

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Muitas dessas espécies endêmicas, ou seja, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do planeta, são frutas conhecidas, como é o caso da jabuticaba, goiaba, araçá, pitanga, caju e as menos conhecidas como, cambuci, cambucá e a uvaia.

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Outra espécie endêmica do bioma é a erva mate, matéria-prima do chimarrão, bebida bastante popular na região Sul.

Muitas dessas espécies, porém, estão ameaçadas de extinção. Começando pelo pau-brasil, espécie cujo nome batizou nosso País.

Fauna

Dentro da riquíssima fauna existente na Mata Atlântica, algumas espécies possuem ampla distribuição, podendo ser encontradas em outras regiões, como são os casos da onça-pintada, onça-parda, gatos-do-mato, anta, cateto, queixada, alguns papagaios, corujas, gaviões e muitos outros.

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O que mais impressiona, no entanto, é a enorme quantidade de espécies endêmicas. São os casos das 73 espécies de mamíferos, entre elas 21 espécies e subespécies de primatas.

No total, a Mata Atlântica abriga quase mil espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.

Hidrografia

Mais de 100 milhões de brasileiros se beneficiam das águas que nascem na Mata Atlântica.

A Mata Atlântica abriga uma intrincada rede de bacias hidrográficas formadas por grandes rios como o Paraná, o Tietê, o São Francisco, o Doce, o Paraíba do Sul, o Paranapanema e o Ribeira de Iguapé.

Essa rede é importantíssima não só para o abastecimento humano mas também para o desenvolvimento de atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária, a indústria e todo o processo de urbanização do País.

Atualmente, mais de 100 milhões de brasileiros se beneficiam das águas que nascem na Mata Atlântica e que formam diversos rios que abastecem as cidades e metrópoles brasileiras. Incluindo capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte.

Além disso, existem milhares de nascentes e pequenos cursos d’água que afloram no interior de seus remanescentes.

Clima

O clima do Brasil na região da Mata Atlântica está inserida na faixa de transição entre o clima tropical e subtropical.

A proximidade do oceano, a dinâmica atmosférica regional, e os traços de relevo contribuem para tornar o clima local predominantemente quente e úmido, caracterizado por temperaturas altas, nebulosidade no alto das montanhas e umidade elevada.

A distribuição das chuvas nesta parte do Brasil é bastante irregular, mas de um modo geral, o período mais frio e seco vai de abril a setembro (inverno) e o mais quente e chuvoso de outubro a março (verão).

Devastação e proteção

Apenas cerca de 8,5% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares.

Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais.

Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem além de beleza, controle o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras.

Em geral, a devastação na Mata Atlântica ocorre por:

  • Impacto ambiental causado pelos mais de 145 milhões de brasileiros que habitam sua área;
  • Desmatamentos sucessivos causados pela extração de pau-brasil, e ciclos econômicos como o da cana-de-açúcar, café e ouro;
  • Agricultura e agropecuária;
  • Exploração predatória de madeira e espécies vegetais;
  • Industrialização, expansão urbana desordenada;
  • Consumo excessivo, lixo, poluição.

A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção.

Referências

Mata Atlântica: Uma abordagem geográfica – Anísio Baptista Pereira

A previsão constitucional do bioma Mata Atlântica – Christiane Stefani Peres

apremavi.org.br

mma.gov.br

sosma.org.br

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Mata Atlântica. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/mata-atlantica. Acesso em: 24 de November de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [PUC-RIO]: Nos meses de julho e agosto deste ano, os incêndios florestais, provocados em grande parte por balões, atingiram grandes extensões do Maciço da Tijuca, no Rio de Janeiro. As opções abaixo estão relacionadas a causas ou consequências destes incêndios, EXCETO:

a) Os incêndios ocorreram em função da inadaptabilidade das espécies arbóreas à redução das chuvas.

b) Os poluentes atmosféricos e as queimadas contribuem para a redução da área florestada.

c) Os incêndios contribuem para alterar a composição da fauna de vários grupos.

d) As queimadas favorecem o desenvolvimento do capim colonião, o que pode levar à desestabilização das encostas.

e) Os incêndios florestais favorecem a disseminação de espécies exóticas, como o capim colonião.

 

02. [UNP]: A área da Mata Atlântica correspondia a 15% do território nacional, no entanto, os constantes desmatamentos reduziram esse bioma a 7% da sua área original. Aponte os principais responsáveis pela destruição da Mata Atlântica.

01. [PUC-RIO]:

Resposta: A

As espécies arbóreas da Mata Atlântica, na sua maioria, apresentam mecanismos de adaptação para sobreviver em períodos de secas.

 

02. [UNP]:

Resposta: A destruição da Mata Atlântica teve início no período colonial com a expansão do cultivo da cana-de-açúcar. Durante o século XVIII, a mineração e a agricultura cafeeira foram responsáveis pela devastação do bioma. Posteriormente, outros aspectos que contribuíram (e ainda contribuem) de forma significativa para a redução da Mata Atlântica foram a expansão urbana e o desenvolvimento industrial. Atualmente, essa região abriga as cidades brasileiras mais populosas e os principais parques industriais.

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