1. Problemas ambientais
O progresso sempre é carregado de benefícios, mas também representa alguns riscos e problemas. Quando as pessoas deixam o interior e se deslocam aos centros urbanos, geralmente motivadas pela expectativa de melhoria de vida, causam o que se convencionou chamar de “inchaço” urbano, o que ocasiona graves problemas ambientais e sociais. Uma das consequências do aumento do contingente populacional nos centros urbanos é a ocupação de áreas consideradas inapropriadas para habitação.
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Com o aumento populacional, aumenta também a quantidade de dejetos produzidos, especialmente o lixo urbano. Esse lixo, quando não devidamente destinado, pode se depositar nas vias urbanas, obstruindo a passagem das águas das chuvas, ocasionando as enchentes. Esse fenômeno se tornou comum no cotidiano de moradores de grandes centros, como São Paulo, no Brasil. E as consequências são as mais diversas, comprometendo, inclusive, a saúde das pessoas expostas às águas, devido aos componentes poluentes.
“A contaminação das águas nas áreas urbanas decorre, em geral, de vazamentos de sobras industriais sem tratamento, da penetração de chorume (líquido denso e altamente poluidor que se forma a partir de dejetos orgânicos) no lençol freático, da chuva ácida e também do lixo sólido acumulado em vias públicas que é levado pelas enxurradas durante o período das chuvas.” (SILVA, 2013, p. 200)
Além disso, o lançamento dos esgotos sem o devido tratamento em rios também promove a contaminação das águas, as quais são levadas e constituem-se como um risco durante as enchentes.
2. As enchentes
As enchentes podem ocorrer tanto por causas naturais quanto por causas antrópicas. Um exemplo de enchente por causas naturais é a elevação do leito dos rios em períodos de grande intensidade de chuvas. Recentemente constatou-se a cheia do Rio Acre, em 2015, a qual deixou inúmeras cidades em estado de emergência, além de muitas pessoas desalojadas. A cheia foi ocasionada pelas altas incidências de chuvas em anos consecutivos, o que não permitiu que o nível do rio voltasse ao normal, sobrecarregando-o e ocasionado a enchente.
Já um exemplo comum de enchente por causas antrópicas é o caso de São Paulo, onde o entupimento das “bocas de lobo”, ocasionado pelo acúmulo de lixo, juntamente com a presença de chuvas torrenciais, forma as enchentes, pois as águas não escoam adequadamente para a rede pluvial.
As enchentes nos centros urbanos podem acontecer de modo muito repentino, sendo que muitas pessoas não conseguem escapar das águas, tendo que abandonar seus veículos nas ruas, sob o risco de serem levados pela enxurrada. Os principais motivos para as enchentes nas cidades é o acúmulo de desejos sólidos nas vias, falhas ou sobrecargas no sistema de drenagem, mas também a impermeabilização do solo. A escassez de espaços sem pavimento, ou seja, com solos expostos, faz com que as águas não consigam infiltrar, se deslocando superficialmente, e acumulando-se em algumas áreas. O ideal seria que houvessem áreas verdes, onde a infiltração aconteceria.
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Outro problema relacionado às enchentes são os deslizamentos de encostas, nos quais há um risco muito grande de desabamento de moradias, especialmente aquelas construídas em áreas de risco. O desgaste dos solos, em conjunto com fatores de declividade, podem ocasionar desmoronamentos nas encostas. Geralmente as pessoas que mais sofrem com esse fenômeno são aquelas que foram marginalizadas na sociedade, ocupando áreas com iminente risco.
Existem diversos perigos relacionados às enchentes, como a proliferação de doenças, dentre elas a própria dengue. Além disso, a leptospirose é outro grande risco, a qual é uma doença infecciosa causada pelo contato com determinadas bactérias, sendo que estas são comumente encontradas na urina dos ratos, sendo arrastadas junto com as águas nas enchentes.
Portanto, as enchentes representam grave problema ambiental, mas também social, de modo que atingem populações e afetam a qualidade de vida das pessoas. Apenas com um adequado planejamento urbano, reconhecendo áreas de risco, intervindo nos locais com maiores probabilidades de enchentes, é que será possível acabar com essa problemática que atinge muitas pessoas no Brasil. Em relação às enchentes naturais, o distanciamento das margens dos rios para construção das moradias pode amenizar o problema, evitando maiores danos.
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Referências
SILVA, Angela Corrêa da. Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2013.
Por Luana Caroline
Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).
Künast Polon, Luana Caroline. Enchentes. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/enchentes. Acesso em: 22 de November de 2024.
1. [ENEM/2011] Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.
A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial.
Nesse sentido, uma característica comum a esses espaços tem sido:
a) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades básicas dos moradores.
b) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.
c) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.
d) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas materiais e humanas.
e) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de políticas que tentam reverter esse quadro.
1. [D]
A favelização está intimamente relacionada com problemas ambientais como os desmoronamentos, uma vez que as construções são realizadas em áreas de grande susceptibilidade, passível de desmoronamentos quando da presença de altos índices de chuvas. A marginalização dos mais pobres nos centros urbanos intensifica o problema, uma vez que as ocupações fogem ao planejamento urbano, e carecem, por vezes, mesmo se serviços básicos, como a rede de esgoto.