Nos oceanos e mares existem correntes marítimas, isto é, porções de água que se deslocam em várias direções. Essas correntes pouco se misturam com as águas por onde passam, mantendo suas características de cor, salinidade e temperatura.
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Vários estudos comprovam que as correntes marítimas são impulsionadas principalmente pelo vento.
Suas dimensões são variadas. Umas afetam áreas muito restritas, mas outras, de grandes proporções, chegam a deslocar-se por muitos milhares de quilômetros.
Tipos de correntes marítimas
Localizadas em pleno oceano, ou próximas às faixas litorâneas, as correntes podem ainda ser superficiais ou de profundidade. Neste último caso, sua trajetória pode ser horizontal, vertical ou mesmo oblíqua.
Os estudiosos da oceanografia distinguem duas categorias de correntes marinhas de superfície: as correntes verdadeiras e as derivas, que são menos caracterizadas.
As correntes verdadeiras deslocam-se com velocidades acima de 0,5 nó (um nó equivale a 1.852 metros por hora), enquanto as derivas apresentam-se como lençóis pouco profundos e deslizam na superfície dos oceanos.
As correntes e as derivas podem ser quentes ou frias: As quentes originam-se nas regiões intertropicais (ou delas provém), e deslocam-se para as regiões temperadas e frias.
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Por exemplo, a corrente do Golfo (Gulf Stream, em inglês) que tem origem no Golfo do México, segue a costa leste dos Estados Unidos e se dirige rumo à costa oeste da Europa; a corrente do Brasil, ao largo do sudeste brasileiro, e a corrente das Agulhas, ao largo da costa sudeste da África.
As correntes frias originam-se nas latitudes altas ou nas regiões oceânicas profundas, como as das Canárias, que flui do Atlântico Nordeste para sudoeste ao longo da costa noroeste de África, até à região do Senegal, desviando-se então para oeste e afastando-se da costa; da Califórnia, que banha as costas ocidentais da América do Norte; da Benguela, ao longo da costa sul da África, estendendo-se desde o Cabo da Boa Esperança até Cabinda, em Angola; e a do Labrador, que vai do sudoeste da Groenlândia até o norte, continua pela costa leste do Canadá, do norte até o sul, e se encontra com a corrente da Flórida.
A influência sobre o clima
As correntes marinhas, sobretudo as de grandes dimensões, exercem influência sobre o clima, provocando a elevação ou o abaixamento da temperatura nas costas por onde passam.
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As correntes marítimas conseguem influenciar o clima de uma região em função das características térmicas das águas que as compõe. Quando uma corrente se forma em uma região quente, ela levará consigo estas características e inlfuenciará locais longínquos. É o caso da corrente do Golfo que chega até ao continente europeu e ameniza o clima desta região.
Influem na formação das precipitações e dos nevoeiros; tomam parte no deslocamento dos icebergs das regiões polares; interferem na distribuição dos animais marinhos sensíveis à temperatura; exercem papel importante na modelação e configuração dos contornos dos litorais, no transporte dos sedimentos, etc.
Principais correntes marítimas
Entre as correntes marinhas conhecidas destacam-se, além das já citadas, as correntes quentes Equatorial do Norte e Equatorial do Sul (que atravessam o oceano da África para a América, transportando grandes volumes de água à temperatura de 25 graus centígrados); a corrente das Guianas; a corrente fria das ilhas Falklands, ou ilhas Malvinas; a corrente da Guiné, todas no oceano Atlântico.
No oceano Pacífico, a corrente de Kuroshio, ou corrente do Japão (também conhecida como corrente Negra, por causa da cor de suas águas), a corrente do Pacífico Norte, a deriva do Pacífico Norte, a corrente das Aleutas, a corrente do Peru, ou de Humboldt, e a corrente El Niño.
Os maiores volumes de água transportados pelas correntes oceânicas superficiais ocorrem na corrente do Golfo e na Circumpolar Antártica que transportam cada uma cerca de 100 milhões de metros cúbicos por segundo.
A maior parte das outras correntes são bem menores, como a do Brasil, que transporta no máximo 14 milhões de metros cúbicos por segundo. Mesmo assim, são volumes bastante significativos se comparados ao volume transportado pelo rio Amazonas, que atinge apenas 225 mil metros cúbicos por segundo.
A corrente do Brasil
A corrente Sul-Equatorial do oceano Atlântico, que se movimenta no sentido leste-oeste na altura do equador, bifurca-se ao alcançar a costa nordestina brasileira. A que se desvia para o norte, é denominada corrente das Guianas, e a que se volta para o sul, corrente do Brasil. Esta, ao se encontrar com a das Malvinas, afasta-se da costa, fluindo em direção leste.
Na região sudeste, a velocidade da corrente do Brasil na primavera e verão é cerca de 1,4 nós (2,5 quilômetros por hora); no outono e inverno, sua velocidade se reduz a metade. Esta corrente desempenha, no hemisfério sul, o mesmo papel da corrente do Golfo no hemisfério norte, especialmente na geração de meandros.
Referências
Corrente oceânicas e massas d’água – Carla Lima Torres Mendes e Abílio Soares-Gomes
Geografia geral e do Brasil – João Carlos Moreira e Eustáquio de Sene
Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Correntes marítimas. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/correntes-maritimas. Acesso em: 26 de November de 2024.
01. [UFMS]: Clima é a sucessão habitual dos estados do tempo meteorológico. A grande variação climática no planeta é resultante da interação dos fatores climáticos, que são os responsáveis pela grande heterogeneidade climática da Terra e estão diretamente relacionados com a geografia de cada porção da superfície terrestre. Em qual das alternativas a seguir há APENAS fatores climáticos, isto é, aqueles que contribuem para determinar as condições climáticas de uma região do globo?
a) Correntes marítimas, temperatura do ar, umidade relativa do ar e grau geotérmico.
b) Temperatura do ar, pressão, altitude, hidrografia e massas de ar.
c) Hidrografia, correntes marítimas, latitude e relevo.
d) Altitude, massas de ar, maritimidade e latitude.
e) Temperatura do ar, umidade relativa do ar, insolação e grau geotérmico.
02. [FAT]: Desmatamento da Amazônia interfere no ciclo das chuvas
Estudo mostra que o impacto da destruição da floresta pode alterar o clima do Brasil e de países vizinhos. Nos últimos 30 anos, o Brasil já teve 600 mil quilômetros quadrados de terras desmatadas.
(Adaptado de: ANBA, 20/03/2009. Disponível em: http://www.anba.com.br/).
O impacto do desmatamento da Amazônia sobre o regime de chuvas se dá pela seguinte questão:
a) aumento médio das temperaturas
b) contenção das reservas hídricas subterrâneas
c) diminuição da emissão de umidade para a atmosfera
d) intensificação da convergência das massas de ar
e) aumento das anomalias climáticas cíclicas.
01. [UFMS]
Resposta: D
a) Incorreta – temperatura do ar não é um fator, mas um elemento climático; grau geotérmico não é um componente que interfere no clima.
b) Incorreta – temperatura e hidrografia não interferem no clima, sendo a primeira parte do próprio clima.
c) Incorreta – novamente, hidrografia não é um fator climático.
d) Correta – altitude, massas de ar, maritimidade e latitude são fatores que interferem e modificam a dinâmica climática dos diferentes lugares do planeta.
e) Incorreta – temperatura e grau geotérmico não são fatores climáticos.
02. [FAT]
Resposta: C
A diminuição do regime de chuvas em função do desmatamento ocorre porque a Floresta Amazônica tem a função de bombear uma maior umidade para a atmosfera. Com menos floresta, menos umidade é emitida para o ar e menor é a intensidade das massas de ar úmido, responsáveis por boa parte das chuvas no país.