Inúmeros ciclos econômicos do Brasil perpassaram o país desde a época do descobrimento, e esses fazem referência às atividades econômicas desenvolvidas na nação em cada uma nesses períodos. Os principais, são o ciclo do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do ouro, do algodão, do café e da borracha.
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Os principais ciclos econômicos do Brasil
Ciclo do Pau-Brasil
O pau-brasil foi a principal atividade econômica durante o período pré-colonial, entre os anos de 1500 e 1530. Foi, portanto, o primeiro desde a chegada dos Portugueses, que buscavam, na época, por metais preciosos onde encontravam novos territórios. Em terras brasileiras, entretanto, descobriram a importância da árvore usada para tingir tecidos e que, ainda, possuía valores bem altos de comercialização no mercado europeu.
Foi realizada uma negociação com os índios a partir do escambo, trocando objetos e armas que os índios não conheciam pelo serviço de corte e transporte da madeira. Essa troca, entretanto, ocorreu somente no início, pois em seguida os portugueses escravizaram os índios, objetivando lucros ainda maiores. A madeira passou a apresentar sinais de extinção pela intensa exploração, dando fim ao ciclo do pau-brasil.
Ciclo da Cana-de-Açúcar
Com o fim do ciclo do pau-brasil, percebeu-se que o açúcar também apresentava um valor intenso, tal como o pau-brasil, no mercado europeu, criando-se, assim, o segundo dos principais ciclos econômicos. O ciclo se desenvolveu durante o Brasil colonial, e foi bastante aproveitada, pois além de encontrarem a planta no país, os portugueses já apresentavam técnicas de plantio, uma vez que já vinham produzindo a cana-de-açúcar em outros territórios.
Durante esse ciclo, já era usada a mão de obra escrava africana, pois os índios foram acometidos por doenças que não conheciam, com a chegada dos portugueses, bem como tentavam fugir da escravização imposta pelos estrangeiros. O ciclo da cana tinha como características a monocultura, o uso da mão de obra escrava, e era voltada para o mercado externo.
Ciclo do Ouro
Passado algum tempo, os portugueses encontram diversas jazidas de mineral por volta do final do século XVII, principalmente em Minas Gerais. A partir disso, começam as explorações das jazidas de ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, alcançando o auge do seu ciclo durante o século XVIII. Esse ciclo foi o auge da economia colonial, fazendo com que os portugueses passassem a investir mais na extração do minério, acreditando que seria a estabilidade econômica, visto que vinham sofrendo com a concorrência mundial na venda de açúcar.
A metrópole teve uma geração bastante intensa de riquezas, e enviava todo o ouro para a europa. A população no Brasil teve um crescimento drástico durante esse período, mas o ciclo chega ao fim na segunda metade do século XVIII em decorrência do esgotamento das minas.
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O ciclo do algodão
O algodão, que ficou na época conhecido como ouro branco, passou a ser o principal produto de exportação após a crise do ciclo do ouro. Durante a Revolução Industrial, principalmente na Inglaterra, houve uma grande necessidade de aumentar a obtenção de matéria prima para a indústria têxtil, passando o algodão a ter um papel de suma importância para a economia do país.
Para estudiosos, o ciclo do algodão também ficou conhecido como o Renascimento Agrícola, visto que além do algodão, diversos produtos tropicais passaram a ser produzidos nos territórios brasileiros para que pudessem suprir as necessidades do mercado europeu. O crescimento da população europeia durante este período também favoreceu este mercado, uma vez que aumentou o consumo dos produtos tropicais, aumentando a demanda.
O ciclo do café
Logo após o ciclo do algodão, temos um dos principais ciclos econômicos do Brasil: o do café. Este ficou conhecido como o ‘ouro negro’. Este passou a ser o principal produto de exportação assim que as primeiras mudas chegaram ao Brasil, por volta do século XVIII, mas alcançou seu auge durante o século XIX. Os principais locais de cultivo foram o oeste paulista e a região do Vale do Paraíba, uma vez que tinham terra roxa, solo bastante favorável para o plantio.
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O início se deu juntamente com o ciclo do algodão, quando teve início a queda da exportação de cana-de-açúcar. No início do cultivo do café, a mão de obra escrava foi usada, mas com a chegada de muitos imigrantes ao país, principalmente italianos, isso foi mudando, no sistema de monocultura. Ao final do século XIX, o Brasil exportava mais de 50% do produto produzido para a venda e consumo mundial.
Ciclo da Borracha
O ciclo da borracha foi desenvolvido principalmente nas cidades de Manaus, Porto Velho e Belém, na região norte do país. O Látex era o principal produto de exportação entre os anos de 1890 e 1920, usado para a produção de borracha. Foram duas fases, a primeira entre 1879 e 1912, e a segunda entre 1942 e 1945.
No primeiro ciclo da borracha, o advento da Revolução Industrial Inglesa foi o principal impulso para a produção do látex. Durante essa época, o produto, extraído da seringueira, foi produzido no país, e mais de 40% de toda a exportação brasileira era proveniente da Amazônia.
Referências
Os Ciclos Econômicos do Brasil – Clóvis Melo
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Ciclos econômicos do Brasil. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/ciclos-economicos-do-brasil. Acesso em: 21 de November de 2024.
01. [UFRJ] Para garantir a posse da terra, Portugal decidiu colonizar o Brasil. Mas, para isso, seria preciso desenvolver uma atividade econômica lucrativa. A solução encontrada foi implantar em certos trechos do litoral:
a) a produção açucareira.
b) a exploração do ouro.
c) a extração do pau-brasil.
d) a criação de gado.
e) o comércio de especiarias.
02. [UDESC]
“‘O Brasil é o café e o café é o negro’. Essa frase, comum nos círculos dominantes da primeira metade do século XIX, só em parte é verdadeira. O Brasil não era só café, como não fora só açúcar. Além disto, a produção cafeeira iria prosseguir no futuro, sem o concurso do trabalho escravo. Mas não há dúvida de que nesse período boa parte da expansão do tráfico de escravos se deveu às necessidades da lavoura de café.” (FAUSTO, Boris. História do Brasil. 6 ed. São Paulo: EDUSP, 1998. p. 192.)
Analise as assertivas em relação ao excerto.
I – O café brasileiro se desenvolveu com uso exclusivo da mão de obra do imigrante europeu, nas fazendas em Minas Gerais e São Paulo.
II – O tráfico de escravos sofreu um incremento dada a necessidade de mão de obra para as lavouras de café.
III – A produção de café continuou no Brasil, mesmo com o fim do trabalho escravo. Contudo, faltaram políticas que inserissem o liberto no mercado de trabalho assalariado.
Assinale a alternativa correta.
a) somente a afirmativa I é verdadeira.
b) somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) somente a afirmativa III é verdadeira.
d) somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) todas as afirmativas são verdadeiras.
01. [A]
02. [D]