O agreste brasileiro compreende uma região bastante característica. Antes de definí-la é fundamental saber sobre a região Nordeste do país. É compreendida pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
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Essa região foi a primeira área de ocupação portuguesa no Brasil. Dessa forma o Nordeste possui uma ocupação muito ligada aos produtos agrícolas introduzidos pelo colonizador português.
Os efeitos dessa economia proveniente da época colonial tem como efeito perverso uma concentração de renda que, com a estagnação econômica atual da região, tem levado milhares de pessoas a saírem do Nordeste. Entre as regiões brasileiras, essa é a única que possui saldo migratório negativo.
É a área que possui os piores índices sociais do país. Dentro desse contexto, criou-se a Sudene, em 1959, Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, na busca por melhorias socioeconômicas para a região, procurando resoluções para antigos e grandes problemas regionais.
O Nordeste representa um pouco mais de 18% do território brasileiro, possuindo a segunda maior parte da população brasileira, cerca de 28%, obtendo também, a terceira maior densidade demográfica do país, com mais de 30 habitantes por km².
Por essa região possuir grandes diferenças regionais, se estabeleceram quatro sub-divisões:
- Zona da Mata
- Meio–Norte
- Sertão
- Agreste
Agreste: aspectos físicos
O Agreste é o nome dado a uma região estreita, no nordeste do Brasil, que se encontra entre a Zona da Mata (litoral nordestino) e o Sertão, paralela à costa do Oceano Atlântico – e exatamente por estar em uma zona de transição, possui tanto o bioma Mata Atlântica quanto a caatinga que é predominante.
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O Agreste abrange uma área que vai do Rio Grande do Norte até a Bahia, englobando também os estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
O clima predominante da região é o semiárido, porém, é possível encontrar pequenas áreas úmida e brejos, locais onda são desenvolvidas atividades agrícolas.
Geologicamente o agreste se encontra principalmente no Planalto da Borborema, entre altitudes que variam entre 500 e 800 metros – sendo o local de maior altitude do nordeste brasileiro.
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Por se tratar de uma região mais elevada em relação às áreas vizinhas, as massas de ar úmidas provindas do Oceano Atlântico perdem força e causam chuva intensas em parte do Agreste e em toda a Zona da Mata – essas chuvas, por possuírem interferência direta do relevo, são chamadas de chuvas orográficas.
Essas chuvas são responsáveis pela presença de rios temporários. A seca no Sertão, e também em parte do Agreste, também é causada pela interferência do relevo.
Agreste: Aspectos socioeconômicos
Economicamente essa região se destaca pela policultura comercial e pela criação de gado leiteiro com estrutura fundiária baseada no minifúndio.
O Agreste Possui também o 2º maior do Brasil polo têxtil do Brasil no estado de Pernambuco:
Considerada zona abastecedora de produtos da Zona da Mata, o Agreste vem sendo invadido pelos canaviais como conseqüência da falta de política agrícola do governo.
Devido a dificuldades financeiras muitas proprietários cedem à pressão dos grandes empresários canavieiros e vendem suas propriedades quase sempre se tornam assalariados rurais, bóias-frias ou mesmo desempregados.
Possui áreas úmidas, brejos onde predomina a policultura (milho, cana, banana, algodão, feijão e mandioca), geralmente praticada com métodos atrasados.
Apesar da situação migratória e da exploração de mão-de-obra barata nos canaviais, a densidade demográfica é elevada, tendo destaque para as cidades de Caruaru e Garanhuns, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba.
A cidade de Campina Grande vem ganhando destaque nos últimos anos, em função da presença de indústrias de tecnologia, como as de informática e eletrônica.
Este fato faz com que a cidade de Campina Grande sozinha possua um PIB duas vezes superior à media nordestina.
Referências
Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas – Aziz Nacib Ab’Sáber
Expedições Geográficas. – Sergio Melhem Adas
Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Agreste. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/agreste. Acesso em: 23 de November de 2024.
01. [UEM]: Assinale a alternativa correta sobre o Agreste e o Meio-norte, sub-regiões do Nordeste do Brasil.
a) O agreste corresponde a uma faixa de terras que se localiza entre o sertão semiárido e o Meio-norte.
b) O agreste é a zona de menor densidade demográfica da região Nordeste em virtude de sua localização, distante das principais cidades litorâneas.
c) No Meio-norte, as chuvas são variáveis, apresentando-se mais abundantes na porção sul, no contato com a Amazônia, e decrescendo para o norte, na direção do litoral semiárido.
d) As salinas são a principal atividade produtiva do litoral maranhense, concentrando grande parte da produção brasileira de sal marinho.
e) O extrativismo vegetal ligado ao babaçu e à carnaúba constitui uma importante atividade econômica do Meio-norte.
02. [UECE]: Considere as seguintes descrições de sub-regiões nordestinas:
I. Considerada a área de transição entre o sertão semiárido e a Amazônia úmida, possui sua economia baseada no extrativismo vegetal e na agricultura, destacando-se como área de modernização o complexo que integra o porto de Itaqui à Serra de Carajás.
II. Área em que predomina uma estrutura baseada em minifúndios. A policultura e a pecuária semi-intensiva contribuem para o abastecimento do mercado regional.
III. É a sub-região mais povoada e a mais industrializada. Foi considerada a principal região econômica do país durante o Brasil colonial.
Pode-se afirmar corretamente que as descrições I, II e III acima correspondem respectivamente a:
a) Cerrado, Sertão e Zona da Mata.
b) Meio-norte, Zona da Mata e Sertão.
c) Cerrado, Agreste e Meio-norte.
d) Meio-norte, Agreste e Zona da Mata.
01. [UEM]
Resposta: E
O extrativismo vegetal é uma das principais atividades econômicas do Meio-norte, pois nessa sub-região predomina a Mata dos Cocais, rica em Babaçu e Carnaúba.
02. [UECE]
Resposta: D
O Nordeste pode ser dividido em quatro regiões: Meio-norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata.
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O Meio-norte é a região de transição entre o sertão semiárido e a Amazônia. As principais atividades econômicas desenvolvidas na região são o extrativismo vegetal e a agricultura.
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O Sertão nordestino, que é a região entre o Meio-norte e o Agreste, apresenta clima semiárido e a Caatinga como vegetação. As principais atividades econômicas desenvolvidas são a pecuária extensiva e de corte e o cultivo de frutas, flores, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale do Cariri, Ceará) e extração de sal, no litoral.
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O Agreste está entre o Sertão e a Zona da Mata e nele predominam as pequenas propriedades rurais, que apresentam produção de policultura e pecuária semi-intensiva para abastecer o mercado regional.
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A Zona da Mata foi a primeira área a ser colonizada no Brasil e atualmente é a sub-região mais urbanizada e populosa do Nordeste.