Epicuro foi um filósofo grego que viveu no século IV a.C. correspondendo ao período helenístico. Sua filosofia conquistou diversos discípulos, pois consistia em preceitos básicos para se viver bem, com prazeres moderados e serenidade do espírito, ou seja, uma vida sem perturbações. O filósofo ainda buscou pôr em prática seus ensinamentos, criando em Atenas uma comunidade autossuficiente denominada “Jardim”, onde também funcionava sua escola.
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Biografia
Epicuro teria nascido em 341 a.C., supostamente em Samos. Em 323 a.C., o filósofo teria se mudado para Atenas. Inclusive, consta em sua biografia que ele já possuía cidadania ateniense, herança de seu pai. Filho de Néocles e Queréstrata, dois anos após a morte de Alexandre (323 a.C.), acarretando a expulsão dos atenienses de Samos, juntou-se a seu pai em Cólofon (atual território turco). Teria iniciado seus estudos de filosofia aos quatorze anos de idade, sobretudo aprofundado seu conhecimento sob a tutela de Nausífanes, ligado à escola atomista de Demócrito. Antes de retornar a Atenas, passou por mais duas cidades nas quais conquistou diversos seguidores.
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A vida no Jardim
Já em Atenas, Epicuro comprou uma propriedade denominada “Jardim” e lá fundou sua escola que, mais tarde, viria a ser conhecida como “O Jardim de Epicuro”. Neste lugar, instalavam-se seus discípulos e todos, mestres e alunos, viviam uma vida muito simples em uma comunidade autossuficiente. Lá, cultivavam hortaliças e se alimentavam de maneira minimalista. Ademais, este modo de vida epicurista exaltava, sobretudo, a amizade (do grego philia). Além disso, havia a preocupação com questões pedagógicas para melhor integrar os novos discípulos à comunidade, visto que a filosofia, antes de tudo, era vista como uma terapia para o espírito. Portanto, era fundamental que todos estivessem alinhados quanto aos ensinamentos do mestre. Por fim, Epicuro viveu até os 72 anos de idade e, após sua morte, foi sucedido na direção da escola por seu discípulo Hermarco.
Pensamentos
Epicuro nos deixou diversos ensinamentos a respeito de como viver uma vida boa, prudente e feliz. Estas lições formam uma Ética a qual, tanto o mestre quanto os discípulos, se esforçavam para pôr em prática. A seguir, explicaremos os principais aspectos do pensamento epicurista.
Felicidade para Epicuro
Epicuro descreveu na Carta a Meneceu os preceitos necessários para se alcançar uma vida feliz – os quais listamos abaixo.
- Estudar a filosofia: Epicuro pontua a importância do estudo da filosofia, exaltando-a como um bem para a saúde do espírito. Ademais, incentiva o receptor da carta a nunca cessar seus estudos.
- Respeitar aos deuses: deve-se respeitar e não temer aos deuses, pois estes são imortais e bem-aventurados, ao contrário do que a tradição faça parecer ao retratá-los como seres caprichosos e vingativos.
- Não se preocupar com a morte: não há motivos para que, em vida, nos preocupemos com a morte, visto que, enquanto vivemos, a morte não existe. Por outro lado, quando estamos mortos, o que não existe é a vida, bem como as sensações que nos levam a temer a morte.
- Aproveitar os prazeres que nos fazem bem: devemos reconhecer bem os nossos desejos para saber quais escolher e quais recusar para manter a saúde do corpo e a serenidade do espírito, visto que é essa a finalidade da vida. Por isso, agimos para nos afastar da dor e do medo. No entanto, devemos saber avaliar as situações: às vezes, o sofrimento pode nos trazer benefícios, assim com os prazeres podem trazer malefícios.
- Ser autossuficiente: devemos saber nos contentar com o pouco – caso não tenhamos muito -, pois o que é natural é fácil de conseguir, ao contrário do que é inútil. Isso significa que viver com prazer não é jogar-se em farturas e exageros, mas, sim, evitar sofrimentos físicos e perturbações da alma.
- Ser prudente: a prudência é o princípio e o supremo bem, ou seja, é dela que se originam todas as virtudes. Não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça; assim como não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade.
Hedonismo: prazeres ativos e passivos
A palavra “hedonismo” vem do termo no grego antigo que significa “prazer”. Enquanto algumas doutrinas pregavam, e ainda pregam, o hedonismo puro e radical – isto é, uma vivência desmedida dos prazeres -, o epicurismo defende o hedonismo com ressalvas. Isso significa que, para Epicuro, o prazer é bom e, para alcançarmos o bem, não podemos abrir mão dos prazeres dos sentidos nem do espírito. No entanto, nem todos os prazeres são iguais. O filósofo os distinguem em prazeres ativos ou dinâmicos e prazeres passivos ou estáticos. Os primeiros tipos consistem na conquista de um determinado fim desejado, precedido de dor; Por sua vez, a segunda qualidade de prazeres diz respeito a um estado de equilíbrio ideal, sem dor. Por exemplo: a satisfação da fome seria um prazer ativo, enquanto a sensação de quietude que se sente quando a fome é saciada, é um prazer passivo.
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Desse modo, Epicuro defende que devemos almejar sempre o segundo prazer, estar em um constante estado de quietude e harmonia com seus desejos de modo que não precise sofrer, isto é, viver em ataraxia, em outras palavras, com a alma serena. Na prática, o objetivo do sábio deveria ser, portanto, a ausência de dor, e não a presença do prazer. Além disso, em referência a prazeres sociais, Epicuro considera o amor sexual o mais dinâmico dos prazeres, por isso, veta tal prazer. Seria, então, a amizade o prazer social mais seguro, exatamente pela sensação de segurança que amigos proporcionam.
Deuses e a bem-aventurança
Segundo Epicuro, uma das causas do medo, além da morte, é a religião. Ele crê que os deuses existem, mas que não se ocupam com o nosso mundo. Eles seriam hedonistas racionais e governar nosso mundo seria um trabalho desnecessário para uma vida de absoluta bem-aventurança. Não faz sentido, portanto, o medo de ser objeto de vingança e punição dos deuses, pois os deuses em toda a sua perfeição inerente a um ser imortal não nos farão mal. Somos nós mesmos os senhores de nossos destinos, apesar das óbvias limitações, mas considerando que temos livre-arbítrio.
Autarquismo: o controle dos desejos
A respeito da autarquia epicurista, compreende-se a autonomia humana para escolher entre os desejos mais adequados à sua autossuficiência. Para encontrar a melhor forma de lidar com os desejos, Epicuro explica que há duas opções: saciar ou eliminar os desejos. Em geral, o filósofo advoga a favor da segunda opção, isto é, reduzir seus desejos ao mínimo, para que, assim, sejam facilmente satisfeitos. Para que tomemos melhor consciência de nossos desejos, o filósofo os divide em três tipos:
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- Naturais e necessários: aqui, enquadram-se os desejos por alimentos e abrigo. Estes desejos seriam fáceis de saciar, difíceis de eliminar (são parte natural do ser humano) e trazem muito prazer quando satisfeitos. Além disso, são necessários para a vida e podem ser satisfeitos por pouco: se há fome, uma quantidade limitada de alimentos é capaz de saciá-la.
- Naturais, mas não necessários: neste tópico, encontramos os excessos, como a gula e a luxúria. Por exemplo, o desejo por um alimento específico, pois, embora comer seja necessário para a sobrevivência, não precisamos de uma alimentação especial ou extravagante para sobreviver. Cabe ressaltar que, se o alimento está disponível, não precisamos recusar, porém, tornar-se dependente do que não nos é facilmente acessível causa infelicidade
- Vaidosos e vazios: estes são os desejos por poder, riqueza, fama, e afins. São difíceis de satisfazer, principalmente porque não possuem um limite natural, isto é, mesmo que se consiga alguma destas coisas, a tendência é desejar sempre mais. Para Epicuro, estes desejos não são naturais aos seres humanos, mas são resultado da influência da sociedade que nos faz acreditar que precisamos destas coisas para conseguir satisfazer desejos necessários. O filósofo afirma que esses desejos devem ser eliminados.
Epicuro e os átomos
Materialista, Epicuro acreditava que o mundo consiste em átomos e vazio, assim como Demócrito. Todavia, por ser um filósofo não determinista, não acreditava que os átomos eram sempre guiados por leis naturais. Para ele, os átomos tinham peso e estavam em queda contínua. Porém, eventualmente, estimulado por algo parecido com o livre-arbítrio, um átomo se deslocaria de seu caminho para baixo e se chocaria com outro átomo. Também os átomos compõem a alma e estes – os átomos da alma – se distribuem pelo corpo. Disso decorre que as sensações são películas que o corpo expele e tocam os átomos da alma. Assim, no momento da morte, a alma se dispersa e os átomos sobrevivem, porém, agora, sem a capacidade de sentir, pois não se vinculam mais ao corpo.
Paradoxo de Epicuro
Este paradoxo é atribuído a Epicuro e questiona a existência concomitante do mal e de um deus onibenevolente, onisciente e onipotente. De acordo com o problema, um deus não poderia possuir ao menos uma das três características pelas justificativas que listaremos a seguir:
- Se este deus é onisciente e onipotente – isto é, se a tudo conhece e sobre tudo tem poder-, conhece o mal e poderia acabar com ele mas não o faz, logo, não é onibenevolente, porque não quer acabar com o mal.
- Ora, se este deus é onibenevolente e onipotente, quer acabar com o mal, pois é bom e pode acabar com ele mas não o faz, logo, não é onisciente, porque não sabe onde está o mal.
- Entretanto, se este deus é onisciente e onibenevolente, sabe de todo o mal e quer acabar com ele mas não o faz, logo, não é onipotente, pois não teria poder suficiente para tal.
Como visto, há alguns aspectos constantes que norteiam o pensamento de Epicuro e, consequentemente, sua ética, a saber: a prudência como virtude suprema; a não temeridade aos deuses e à morte; a amizade, pois oferece a sensação de segurança ao indivíduo; a autossuficiência, que contempla o discernimento dentre os prazeres e desejos que nos são essenciais e o estudo da filosofia como remédio para o espírito.
Principais obras de Epicuro
A principal fonte dos escritos de Epicuro se encontra na obra do historiador Diógenes Laércio (180-240 d.C.). No livro Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, onde Laércio compila informações diversas da vida e da doutrina de filósofos gregos clássicos. Também foram preservadas três cartas de Epicuro, além de uma coleção de dizeres do filósofo, nomeadas abaixo:
- Carta a Heródoto
- Carta a Meneceu
- Carta a Pítocles
- Principais doutrinas
As cartas tratam de teoria física, ética e astronomia, respectivamente. Já o último texto é um compilado de excertos do filósofo ou de seus seguidores próximos que expressam os princípios e fundamentos da doutrina epicurista. Todos os textos são leves e proporcionam uma rápida leitura e teriam como objetivo facilitar a memorização das principais ideias do autor.
8 frases de Epicuro
Certamente, a obra mais conhecida de Epicuro é a Carta sobre a Felicidade (a Meneceu). Por isso, selecionamos algumas frases desta que sintetizam as principais ideias do filósofo de Samos.
- “Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito”.
- “[…] é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcançá-la.”
- “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações”.
- “Nunca devemos nos esquecer de que o futuro não é nem totalmente nosso, nem totalmente não nosso, para não sermos obrigados a esperá-lo como se estivesse por vir com toda a certeza, nem nos desesperarmos como se não estivesse por vir jamais”.
- “[…] todo prazer constitui um bem por sua própria natureza; não obstante isso, nem todos são escolhidos; do mesmo modo, toda dor é um mal, mas nem todas devem ser evitadas”.
- “[…] tudo o que é natural é fácil de conseguir; difícil é tudo o que é inútil”.
- “De todas as coisas, a prudência é o princípio e o supremo bem, razão pela qual ela é mais preciosa do que a própria filosofia”.
- “[…] as virtudes estão intimamente ligadas à felicidade, e a felicidade é inseparável delas”.
Esta carta é a prova de que o epicurismo não se resume a um hedonismo puro. Pelo contrário, Epicuro pontua a importância do estudo, da prudência e da moderação dos prazeres para que, então, se alcance a boa vida.
Vídeos sobre Epicuro
Após apresentarmos os principais pensamentos e teorias de Epicuro, selecionamos alguns vídeos sobre a filosofia epicurista para aprofundar ainda mais seus conhecimentos.
A felicidade para Epicuro
Neste vídeo, o professor Bruno Neppo fala sobre a Carta sobre a Felicidade (a Meneceu), explicando os principais conceitos do livro de maneira dinâmica e precisa, com informações contextuais que colaboram para a compreensão da obra.
Ética do Prazer
Aqui, o professor Bruno Rodrigues explana o prazer na ética epicurista, como o tema está presente na obra de Epicuro, e quais a diferenças com a mera noção de hedonismo.
Principais conceitos
Em 4 minutos, o professor Mateus Salvadori define com muita clareza os principais conceitos da filosofia epicurista.
Os segredos da felicidade
Com muito bom humor, o The School of Life conta detalhes da vida de Epicuro e destaca os três “segredos” para se viver bem e como o filósofo pôs sua própria filosofia em prática. Detalhe: é possível ativar as legendas em português!
Como se pode ver, a filosofia de Epicuro, muito mais que um sistema conceitual, consiste propriamente em uma filosofia de vida. Exemplo disso, é que ele mesmo, juntamente com seus discípulos, buscou viver conforme escreveu. Ademais, para conhecer outras doutrinas originadas no mesmo período, acesse também nosso conteúdo sobre hedonismo e estoicismo.
Referências
ABRÃO, Bernadette Siqueira (org.). A História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 2004.
KONSTAN, David. Epicurus. The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2018 Edition). Edward N. Zalta (ed.). Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/sum2018/entries/epicurus/. Acesso em: 19 de junho de 2020.
O’KEEFE, Tim. Epicurus. Internet Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: https://www.iep.utm.edu/epicur/ Acesso em: 19 de junho de 2020.
RUSSELL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. 1 vol. – Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2015.
Por Thaís Bravin Carmello
Licenciada e mestra em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá.
Carmello, Thaís Bravin. Epicuro. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/epicuro. Acesso em: 03 de December de 2024.
1. [ENEM]
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano.
(EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974)
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.
d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade.
e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.
Resposta: A
Justificativa: O enunciado deixa claro que a doutrina epicurista não aceita a satisfação indiscriminada dos desejos, mas que exalta a moderação e prudência em relação aos prazeres para que se possa alcançar a felicidade.
2. [UEM]
“Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade. Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera.”
(Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. Unesp, 2002, p. 27. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. SP: Saraiva, 2006, p. 97).
A partir do trecho citado, é correto afirmar que
01) a morte, por ser um estado de ausência de sensação, não é nem boa, nem má.
02) a vida deve ser considerada em função da morte certa.
04) o tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas suas sensações e nos seus prazeres.
08) a certeza da morte torna a vida terrível.
16) a espera da morte é um sofrimento tolo para aquele que a espera.
Resposta: 1 + 16 = 17
Justificativa:
01) correta, pois a morte é o nada.
02) incorreta, visto que em vida a morte não existe, não há porque sequer considerá-la.
04) incorreta, pois, conforme o trecho citado, tolo é quem se aflige com a espera da morte.
08) incorreta, porque Epicuro afirma: “Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver”.
16) correta, pois, o filósofo afirma: “É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera”.
3. [UEM]
A filosofia de Epicuro (341 a 240 a.c.) pode ser caracterizada por uma filosofia da natureza e uma antropologia materialista; por uma ética fundamentada na amizade e a busca da felicidade nos princípios de autarquia (autonomia e independência do sujeito) e de ataraxia (serenidade, ausência de perturbação, de inquietação da mente).
Sobre a filosofia de Epicuro, assinale o que for correto.
01) A filosofia de Epicuro fundamenta-se no atomismo de Demócrito. Epicuro acredita que a alma humana é formada de um agrupamento de átomos que se desagregam depois da morte, mas que não se extinguem, pois são eternos, podendo reagrupar-se infinitamente.
02) Para Epicuro, a amizade se expressa, sobretudo, por meio do engajamento político como forma de amar todos os homens representados pela pátria.
04) Epicuro, como seu mestre Demócrito, foi ateu, considera que a crença nos deuses é o resultado da fantasia humana produzida pelo medo da morte.
08) Epicuro critica os filósofos que ficavam reclusos no jardim das suas academias e ensinavam apenas para um grupo restrito de discípulos. Acredita que a filosofia deve ser ensinada nas praças públicas.
16) Para Epicuro, não devemos temer a morte, pois, enquanto vivemos, a morte está ausente e quando ela for presente nós não seremos mais; portanto, a vida e a morte não podem encontrar-se. Devemos exorcizar todo temor da morte e sermos capazes de gozar a finitude da nossa vida.
Resposta: 1 + 16 = 17
Justificativa:
01) correta, apesar de Epicuro fazer algumas ressalvas ao atomismo de Demócrito, ele acredita que a alma é formada por átomos que se separam do corpo após a morte, mas que permanecem no mundo.
02) incorreta, pois a amizade para Epicuro é uma tampouco uma forma de prazer social para que, além do prazer da companhia, o indivíduo se sinta seguro.
04) incorreta, apesar de Epicuro fazer críticas à religião, ele crê nos deuses e considera o respeito a eles um aspecto fundamental de sua ética.
08) incorreta, pois é exatamente o que Epicuro fazia: ensinava a seus discípulos no jardim.
16) correta, porque a não temeridade da morte é um ponto importante mencionado nas Cartas a Meneceu para que se alcance a felicidade.
4. [UFF]
Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais próximo da letra da canção “Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em parceria com André Filho.
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que apreendemos pela intuição mental.
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois é deste que nós somos donos.
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à divindade, mas se deve deixá-la livre de todo encargo, em sua completa felicidade.
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças, mas para impedir que as sofram.
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres humanos nobres ou ignóbeis, e, sim suas ações e intenções.
Resposta: B
Justificativa: A alternativa mais adequada é a que exalta a serenidade do próprio sujeito para que ele seja feliz, assim como Noel canta que a filosofia o auxilia a viver indiferente às condenações, zombarias e hipocrisias da sociedade.