Esta matéria apresenta regras, golpes e curiosidades da luta greco-romana. Além disso, comenta a respeito de sua relação com o wresting e destaca aspectos distintivos entre ela e a luta livre. Desse modo, veja como essa modalidade se configura historicamente. Acompanhe.
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Origem da luta greco-romana
De acordo com a United World Wrestling, uma das primeiras formas de manifestação de wresting data da Idade da Pedra. Tal manifestação remonta aos povos sumérios do Egito Antigo, localizados ao Sul da Mesopotâmia. Entre as fontes, que vão de desenhos e esculturas à Epopéia de Gilgamesh, encontram-se vestígios que sugerem que, já nesse período, o wresting contava com um conjunto de lutadores, regras e um código de arbitragem.
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Desdobrada dessa manifestação, o wresting desenvolvido pelos gregos era entendido como uma arte divina e uma ciência do treinamento dos jovens. Então, a partir de 708 a.C., foi incluso no Pentatlo. Já para os romanos, o wresting consistia em um esporte venerado por aristocratas, soldados e pastores, sendo proibida a prática aos pagãos e restrita aos castelos e palácios.
Assim, com os esforços do Barão Pierre de Coubertin para a retomada dos Jogos Olímpicos, o wresting voltou a ser praticado na edição de Atenas 1896 junto a outras nove modalidades. Entretanto, nesse momento, a modalidade ainda não possuía categorias de peso e seguia as regras da luta greco-romana profissional.
Luta greco-romana profissional
O wresting profissional teve início na França de 1930, aproximadamente. No início, essas lutas tinham como finalidade o entretenimento exibicionista, sendo apresentadas em programações compostas também por exposição de animais selvagens, acrobacias circenses e exibição de monstruosidades genéticas. Posteriormente, com Jean Exbroyat, foi criada a primeira companhia circense de lutadores da modalidade chamada “luta corpo a corpo”, que tinha como regra a não realização de pegadas abaixo da linha da cintura.
Assim, em 1872, a companhia foi assumida por Rossignol-Rollin de Lyon, após a morte de Exbroyat, sendo organizada e anunciada publicamente. Com isso, a prática francesa se estendeu à Itália, Dinamarca, Rússia e ao Império Austro-Húngaro, sendo referida como luta greco-romana, francesa ou clássica. Desse modo, a modalidade logo passou a integrar competições de luta em toda a Europa, embora com regras variáveis.
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O amadorismo que acompanhou a retomada dos Jogos Olímpicos fez com a luta greco-romana profissional fosse readaptada em clubes e escolas. Essa transformação contribuiu para que a prática se tornasse mais popular, favorecendo sua esportivização. Diante disso, a luta greco-romana foi introduzida no quadro olímpico na edição de St. Louis 1904. Já na edição de Londres 1908, ela compunha a competição de wresting, juntamente com o estilo livre masculino.
Luta olímpica feminina
O estilo livre feminino é o único dos três estilos da Luta Olímpica oficialmente disputado por mulheres. Entretanto, esse estilo foi incorporado ao cronograma dos Jogos Olímpicos apenas na edição de Atenas 2004, como parte da política do Comitê Olímpico Internacional – COI de estabelecer a igualdade no esporte.
Objetivo e regras
Em ambos os estilos da modalidade, o objetivo é imobilizar o oponente, pressionando-o com as costas contra o solo. Esse golpe é decisivo para o encerramento da luta. No entanto, há também outras formas de pontuação, a partir dos golpes aplicados. Desse modo, caso o golpe decisivo não ocorra, a vitória é concedida ao ou à atleta que somar a maior pontuação durante a luta.
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Regras
- A luta ocorre em um tablado quadrado de 12 metros em cada lateral, com uma zona de combate circular com 9 metros de diâmetro ao centro. Além disso, o combate possui duração de dois rounds de três minutos cada, com intervalo de 30 segundos.
- Os golpes têm pontuação atribuída de 1 a 5, estabelecidos em tabelas conforme grau de dificuldade da execução dos movimentos.
- Se um(a) lutador(a) abrir 10 pontos de vantagem é automaticamente considerado(a) vencedor(a) da disputa.
- Em caso de empate ou ausência de pontos de ambas as partes, um terceiro round (prorrogação) é realizado. Se mesmo assim permanecer o empate, os juízes decidem a vitória.
- A finalização com vitória definida pelos juízes tem como critério a aplicação de golpes bem sucedidos, assim como a motivação para o ataque.
- Golpes proibidos, como socos, chutes, cotoveladas, puxões de cabelo, torções em geral e estrangulamento são sujeitos à desclassificação do infrator.
Essas são as regras básicas da luta greco-romana. Agora que você já as conhece, veja a seguir caraterísticas dos principais golpes dessa modalidade.
Golpes
A luta greco-romana possibilita diversas movimentações e aplicações técnicas. Entre elas, alguns golpes são bastante importantes e característicos desse estilo. Desse modo, veja quais são os principais golpes da modalidade.
- Encostamento: também chamado de pin e touché, esse golpe é caracterizado pela dominação do oponente, pressionado suas costas contra o solo.
- Gut Wrench: é o golpe aplicado pelo lutador posicionado de costas para baixo, com o intuito de deixar o oponente nessa posição e, assim, assumir o controle na disputa. Para isso, o lutador abraça a cintura do oponente e rola com ele ao chão, sustentando-se nos pés e na cabeça para impulsionar o movimento.
- Suplê: nesse golpe, o lutador segura o oponente por trás, na região da cintura, curvando-se para derrubá-lo e, na sequência, lançá-lo para trás de si (por cima de sua cabeça) durante a queda.
- Golpe de braço: nesse golpe, um lutador segura o braço do oponente de costas para ele, impulsionando-o para frente a partir do ombro e, assim, derrubando-o.
- Queda: esse golpe ocorre quando um lutador pressiona os ombros do adversário contra o solo usando seu joelho como apoio e, assim, dominando-o.
Esses são os principais golpes que compõem a luta greco-romana. Entretanto, como sinalizado anteriormente, é importante frisar que há variações de movimentos e padrões técnicos relacionados a essas execuções.
Luta greco-romana X wrestling
Como mencionado no decorrer da matéria, wresting é um termo utilizado para se referir a uma categoria de lutas. Em sua tradução literal, esse termo significa “luta”, ou “lutar”, não se referindo a nenhuma modalidade específica, embora seja comumente utilizado para designar o estilo luta livre. Já a luta greco-romana, por outro lado, é um estilo que compõe essa categoria de lutas, aprimorado ao longo do tempo.
Luta greco-romana X luta livre
Dois aspectos podem ser destacados para a diferenciação entre os estilos de wresting: o código de pontuação e a aplicação dos golpes. Em relação ao código de pontuação, a diferença entre esses estilos é de que, na luta greco-romana, é necessária uma diferença de oito pontos para finalizar o combate e definir um vencedor. Já na luta livre, essa diferença é de seis pontos.
Quanto aos golpes, no estilo greco-romano, eles devem ser obrigatoriamente direcionados à região acima da linha cintura. Além disso, eles podem ser deferidos apenas com os braços e as mãos. Contrariamente, na luta livre, as pernas podem ser alvo e também instrumento para a aplicação de golpes, a exemplo dos agarres e do golpe tesoura, respectivamente.
Curiosidades
Veja, a seguir, algumas curiosidades a respeito da luta greco-romana, apresentadas com o intuito de contribuir para o conhecimento das características desse estilo, bem como para sua diferenciação. Acompanhe.
- O(a) praticante de luta greco-romana é chamado(a) de “gressista”.
- O suplê, um dos golpes desse estilo de luta, também é nomeado como belly to back que, em tradução literal do inglês, quer dizer “barriga para trás”.
- Uma das posições utilizadas nesse estilo de combate é o par terre que significa “no chão”, traduzido do francês.
- O par terre é uma posição que ocorre quando o lutador que inicia o round está em desvantagem ou cometeu uma falta. Nessa condição, a disputa tem início com esse lutador posicionado com as mãos e os joelhos no solo.
- Cada um dos três estilos de wresting (luta greco-romana, luta livre masculina e luta livre feminina) apresentam seis categorias de peso para combate.
Essas são algumas curiosidades a respeito da luta greco-romana. Saiba mais sobre esse estilo conferindo os vídeos a seguir.
Saiba mais sobre a luta greco-romana
A seguir, você encontra videoaulas complementares ao conteúdo apresentado nesta matéria. Assista para compreender melhor os aspectos característicos desse estilo de wresting.
História do esporte
Esse vídeo apresenta aspectos da história da luta olímpica, comentando sobre seus três tipos e algumas de suas particularidades. Além disso, atenta para benefícios, aspectos educativos atletas destaques da modalidade. Assista e conheça melhor esse esporte.
Regras do esporte
Esse vídeo apresenta características relativas ao conteúdo apresentado nesta matéria, ilustrando e exemplificando aspectos como as regras da luta greco-romana, características da área de combate, movimentações e golpes. Confira!
Características e golpes
Nessa videoaula do professor Gilson Henrique de Lima, você confere mais detalhes sobre luta greco-romana. Verá golpes ilustrados, trechos de lutas e exercícios. Não perca!
Esta matéria apresentou aspectos históricos, regras, golpes e curiosidades da luta greco-romana. Além disso, comentou acerca de sua relação com o wresting, bem como sobre sua distinção quanto à luta livre. Continue estudando acerca dos esportes de combate conferindo a matéria sobre Boxe.
Referências
Exercícios físicos na história e na arte (1983) – Jayr Jordâo Ramos.
Transições combativas entre luta, briga e brincadeira: fronteiras fenomenológicas na luta greco-romana (2020) – Leonardo Fernandes Coelho e Cristiano Roque Antunes Barreira.
Por João Paulo Marques
Professor de Educação Física graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestrando em Práticas Sociais em Educação Física (PEF-UEM/UEL). Pesquisador integrante do Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade (GPCCL/UEM/CNPq) e do Grupo de Estudos Foucaultianos (GEF/ UEM/CNPq).
Marques, João Paulo. Luta greco-romana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/educacao-fisica/luta-greco-romana. Acesso em: 22 de November de 2024.
1. [UEM-2015]
Sobre lutas, marque o que for correto.
01) No período da Ditadura Militar vigorou uma deliberação do Conselho Nacional de Desportos que proibia a participação esportiva das mulheres na prática de lutas de qualquer natureza.
02) O judô, o jiu-jitsu e o sumô são lutas caracterizadas como de média distância.
04) Jiu-jitsu, muay thai, e taekwondo são lutas praticadas somente por homens.
08) O boxe feminino foi inserido no programa dos Jogos Olímpicos, nas Olimpíadas de Pequim, no ano de 2008.
16) O MMA é uma prática esportiva moderna caracterizada pelo emprego de técnicas oriundas de diversas artes marciais e de esportes de combate, tais como: capoeira, muay thai, kickboxing, taekwondo, caratê, judô, wrestling, boxe, luta livre e kung fu.
A resposta correta é 17: 01 + 16.
A alternativa 02 está incorreta, pois, judô, jiu-jitsu e sumô são caracterizadas como lutas de curta distância.
A alternativa 04 está incorreta, pois, Jiu-jitsu, muay thai, e taekwondo são lutas praticadas tanto por homens quanto por mulheres.
A alternativa 08 está incorreta, pois, o boxe feminino foi inserido no programa dos Jogos
Olímpicos nas Olimpíadas de Londres 2012, embora aprovado pelo COI em 2009.
2. [UEM-2011]
Sobre lutas, assinale o que for correto.
01) Taekwondo, esgrima, kendo e a luta greco-romana são lutas que compõem o programa dos Jogos Olímpicos.
02) Na atualidade, existem inúmeras lutas de origem oriental, como: kung fu, tai-chi-chuan, caratê, judô, jiu-jítsu, aikido, taekwondo, jet-kune-do, kendo, entre outras. E também existem aquelas consideradas ocidentais, como: boxe, esgrima, kick-boxe, entre outras.
04) As lutas orientais só foram disseminadas no mundo ocidental depois da década de 1960.
08) Tae kwon do é uma arte marcial de origem tailandesa com mais de 2000 anos de existência.
16) Caratê, boxe, muay thai e taekwondo são classificadas como lutas nas quais seus participantes mantêm a distância entre si.
A resposta correta é 18: 02 + 16.
A alternativa 01 está incorreta, pois, kendô não compõe o quadro de esportes olímpicos.
A alternativa 04 está incorreta, pois, não é possível inferir uma data específica a partir da qual todas as lutas orientais foram disseminadas no mundo ocidental. Além disso, sabe-se que algumas modalidades, como o judô e o kendô, chegaram ao ocidente antes de 1960.
A alternativa 08 está incorreta, pois, taekwondo é uma arte marcial de origem coreana.