A organografia vegetal compreende o estudo da morfologia externa das plantas. No caso da maioria das angiospermas, há uma divisão em duas partes: subterrânea e aérea. Os órgãos vegetais presentes na parte subterrânea são as raízes, enquanto a porção aérea é representada por caule, folhas, flores, frutos e sementes.
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Raíz
Tem função de fixação da planta ao solo e absorção de água e nutrientes. Embora se tratem de estruturas comumente subterrâneas, algumas plantas possuem raízes aéreas, tais como as epífitas. Nesse caso, a raiz modificada fixa a planta ao caule do vegetal que está sendo usado como substrato. Algumas raízes desempenham ainda a função de armazenamento de carboidratos, como é o caso da cenoura e do rabanete.
Nas pteridófitas, a raiz se desenvolve a partir do esporófito. Já no caso das plantas com semente, o desenvolvimento se dá a partir de um órgão primordial chamado de radícula, o qual dará origem ao sistema radicular.
Nas dicotiledôneas existe uma raiz principal a partir da qual o restante do sistema radicular é derivado. Por fim, nas monocotiledôneas todas as raízes derivam da base do caule, sendo chamadas raízes adventícias ou fasciculadas.
Caule
“As duas funções principais associadas ao caule são condução e suporte. As substâncias produzidas nas folhas são transportadas através do caule, via floema, para os locais de consumo, incluindo folhas, caule e raízes em crescimento, assim como flores, sementes e frutos em desenvolvimento.”(Raven; Evert; Curts, 1996, pg. 454)
As plantas podem apresentar caules de vários tipos. Dentre os caules aéreos, podemos citar os lenhosos (troncos de árvores), herbáceos (haste de feijão), colmo (cana-de-açúcar) e estipe (palmeiras). Alguns tipos de caules aéreos precisam de outra planta como suporte de fixação, como é o caso do caule das trepadeiras (uva, chuchu), alguns são do tipo rasteiro e crescem paralelamente ao solo (morangueiro, abóbora).
Com relação aos caules subterrâneos, podem ser do tipo rizoma (bananeiras e samambaias), tubérculo (batata inglesa) e bulbo (cebola, alho).
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O caule também pode sofrer algumas modificações para se adaptar ao meio, como é o caso do caule de plantas de deserto, as cactáceas. Esse tipo de caule é denominado cladódio. Além de armazenar água e carboidratos, os cladódios também assumem o papel das folhas – sendo, portanto, responsáveis também pela fotossíntese.
Folha
A folha é uma expansão do caule. Pode ter a superfície lisa, cerosa ou coberta de pelos. São os órgãos responsáveis pela fotossíntese na grande maioria das plantas. Uma folha completa possui limbo, bainha, pecíolo e estípulas. O limbo é a parte em forma de lâmina, que é ligada ao caule por um eixo denominado pecíolo.
A parte inferior do pecíolo é denominada bainha. Na base do pecíolo de algumas plantas, são encontrados dois apêndices denominados estípulas. Algumas folhas podem ser incompletas, quando uma ou mais estruturas estão ausentes.
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Flor
Órgão responsável pela reprodução das angiospermas. Flores são formadas pelo pedicelo ou pedúnculo (eixo floral) e por um receptáculo, onde estão os verticilos florais (elementos florais).
O pedúnculo ou pedicelo é a haste de uma flor, que fica presa ao caule. Em seu ápice, encontram-se os verticilos florais. Os elementos florais, ou verticilos florais, são folhas modificadas que fazem parte do receptáculo. Uma flor completa possui cálice, corola, androceu e gineceu.
O cálice é o conjunto de sépalas, geralmente de coloração verde. A corola é o conjunto de pétalas, que comumente são coloridas. O androceu constitui o sistema reprodutor masculino, e é formado pelos estames (antera e filete). O gineceu constitui o sistema reprodutor feminino, sendo formado pelo pistilo (estigma, estilete e ovário).
Fruto
Os frutos são o resultado do desenvolvimento do ovário das flores (especificamente, da parede do ovário) sob a ação de hormônios vegetais. Para que ocorra a fecundação dos óvulos no interior dos ovários, primeiro deve haver a polinização das flores. Existem dois tipos de polinização:
- cruzada (flores diferentes envolvidas, uma masculina e outra feminina); e
- autopolinização (uma mesmo flor possui estruturas masculinas e femininas e se autopoliniza).
O fruto possui duas partes distintas, o pericarpo e a semente. O pericarpo é originado a partir do ovário e pode ser dividido em três camadas: epicarpo (parte externa), mesocarpo (mediana) e endocarpo (interna). A principal função dos frutos é proteger a semente.
Os frutos apresentam diversos critérios de classificação, relacionados à composição (simples e compostos), abertura (deiscentes e indeiscentes), tipo (carnoso ou seco, com várias subdivisões em cada tipo).
Pseudofrutos: um fruto dito verdadeiro, origina-se do ovário da flor. Pseudofrutos originam-se de outras partes da flor. Um exemplo é o caju, que se originou do pedicelo da flor. A parte originada do ovário é a castanha.
Infrutescências: com a fecundação das várias flores de uma infloresncência, formam-se vários frutos a partir do desenvolvimento do ovário de cada uma destas flores. Este tipo de fruto recebe o nome de infrutescência. O abacaxi é um dos exemplos mais clássicos.
Semente
A semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação. O processo de polinização origina o embrião e o endosperma, estruturas que, juntamente com a casca, constituem a semente. O endosperma tem função de reserva para garantir a nutrição do embrião. A casca ou tegumento tem função de proteção. O embrião é o principal componente da semente, pois é o responsável pela origem de um novo espécime vegetal quando a semente germina.
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Em alguns frutos ocorre o desenvolvimento do ovário sem que exista fecundação. Nesse casos, o fruto formado não possui sementes e é denominado fruto partenocárpico. O desenvolvimento do ovário ocorre pela ação dos hormônios vegetais auxina e giberilina.
Referências
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; CURTS, H. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
VIDAL, W. N. & VIDAL, M. R. R. Botânica – organografia. Editora UFV, 4ª Ed., 2000
Por Carlos Ferreira
Formado em Ciências Econômicas e Jornalismo. Possui ampla experiência editorial e redacional em conteúdos jornalísticos com foco em mídias digitais.
Ferreira, Carlos. Morfologia Vegetal Externa. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/morfologia-vegetal-externa. Acesso em: 22 de November de 2024.
1. (UFPR/2007) Atualmente, as angiospermas dominam o ambiente terrestre. Para isso, essas plantas desenvolveram, ao longo do processo evolutivo, características que lhes permitiram colonizar os diferentes biomas terrestres. Identifique, nas características listadas a seguir, aquelas que foram importantes para o desenvolvimento do atual processo reprodutivo das angiospermas.
- Fase gametofítica masculina reduzida.
- Presença de elementos traqueais, como os elementos de vasos e respectivas placas de perfuração.
- Presença da cutícula – uma estrutura de revestimento -, que é uma substância graxa, de composição química de natureza complexa.
- O produto da reprodução sexuada é protegido pelo fruto.
- Desenvolvimento da estrutura floral, concomitante com o processo de polinização biótica.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 4 e 5 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras.
2. (UFSM-RS/2007) Nas pesquisas da EMBRAPA, a melancia foi alterada geneticamente para a não-formação de sementes. Quando ocorre na natureza esse fenômeno é chamado de:
a) anemocoria.
b) Fecundação cruzada.
c) mega ou macrosporogênese.
d) embriogênese.
e) partenocarpia.
1. [c]
Elementos de vaso e cutícula não afetaram diretamente o processo evolutivo de reprodução das angiospermas.
2. [e]
a) Anemocoria: dispersão das sementes pelo vento
b) Fecundação cruzada: no caso de plantas, o pólen de uma flor fecunda outra flor
c) Macrosporogênese: produção de esporos no sistema reprodutor feminino da planta, que resulta no desenvolvimento do saco embrionário
d) Embriogênese: processo de formação e desenvolvimento do embrião