As esculturas são uma vertente artística clássica do mundo ocidental. Elaboradas de modo a materializar imagens de deuses ou mesmo narrar fatos históricos e eternizar a memória de líderes políticos, elas tiveram um importante papel na manutenção do poder imperial e na unificação de Roma. Conheça mais sobre a escultura romana a seguir!
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Resumo
As esculturas romanas surgiram a partir das esculturas gregas (da fase helenística) e etruscas, por isso a história dessas nações e de suas artes fundem-se em diversos momentos. A perfeição e a harmonia da arte grega do período clássico foram copiadas pelos romanos e, depois, superadas buscando representações concretas dos sujeitos. Assim, o retrato realista (busto, corpo inteiro ou equestre) e as esculturas compondo narrativas históricas foram produzidas em pedra, bronze e mármore.
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Um estilo propriamente romano se desenvolveu a partir da ascensão política de Roma e da necessidade de representar seu poder. Por isso, as esculturas e a arte romana estiveram ligadas à política e à propaganda, retratando seus grandes personagens e acontecimentos históricos. Nesse contexto, as esculturas passaram a apresentar características mais realistas com alto teor de expressividade e traços populares.
Características
- Representação realista do corpo humano
- Expressões faciais naturalistas
- Composição arquitetônica de prédios
- Pintura com várias cores
- Narração de fatos importantes da história de Roma
- Tradição em esculturas como retratos de personagens históricos
Agora que você já conhece algumas características das esculturas romanas, entenda quais são as diferenças entre elas e a esculturas gregas.
Esculturas romanas X gregas
As esculturas gregas caracterizavam-se pela harmonia e perfeição dos corpos, em modelos nus idealizados, pois eram as representações de deuses, logo transmitiam imagens de seres divinos e sagrados. As esculturas romanas, por sua vez, romperam com esse ideal ao representarem pessoas. Assim, preferiram imagens mais realistas, reproduzindo as características do corpo humano – até mesmo suas disformidades -, bem como suas vestimentas, expressões sentimentais e marcas do tempo.
Principais obras
A seguir, veja algumas das principais esculturas romanas produzidas em diferentes momentos e compreenda como elas auxiliam a contar a história de Roma.
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Loba Capitolina
Escultura de bronze de tamanho aproximadamente real (75 cm por 114 cm) que representa a loba do mito sobre a fundação de Roma. Há debates sobre sua origem que giram em torno das artes etrusca e romana; alguns teóricos afirmam que sua produção data da Antiguidade e outros, da Idade Média. Existem réplicas da escultura em vários lugares pelo mundo, inclusive no Brasil.
Augusto de Prima Porta
Augusto de Prima Porta foi o primeiro imperador romano. Essa escultura foi encontrada em 1863 em Prima Porta e esculpida em mármore. Nela, o imperador usa roupas militares e seu braço direito estendido constrói a imagem de orador que fala à sua tropa. Na perna direita, há um cupido montando um golfinho, sendo esse último um símbolo da vitória naval. Logo, a escultura transmite a ideia de poder e liderança do imperador.
Escultura equestre de Marco Aurélio
A escultura em bronze, revestida de ouro, possui 4,24 metros de altura e foi criada em 175, sendo instalada em diferentes lugares ao longo dos anos. Na contemporaneidade, localizava-se na Piazza del Campidoglio, mas hoje está nos Museus Capitolinos e, em seu lugar, há uma réplica na praça. A grandeza da obra representa o poder do imperador Marco Aurélio, montado em seu cavalo e conversando com alguém, em função do gesto de sua mão.
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Altar da Paz
O altar foi construído em 9 a.C. para celebrar o período da Pax Romana, sendo dedicado pelo imperador Augusto à deusa Pax. De mármore, ele é decorado com um relevo narrativo de esculturas em tamanho real que representam cenas de devoção, sacrifício e procissões. O altar ficava no Campo de Marte e acabou soterrado, sendo reencontrado somente no século XVI. Seus fragmentos passaram por diferentes museus e foram reunidos em 1980 para restauro.
Colosso de Constantino
Constantino, o Grande foi um imperador romano (280–337). Essa estátua de proporções gigantescas tinha por volta de 12 metros de altura, com a figura de Constantino sentado em um trono. Ela se localizava na Basílica de Constantino, em Roma, e hoje seus fragmentos estão nos Museus Capitolinos. A cabeça que aparece na imagem tem 2,6 metros de altura e cada pé, mais de 2 metros de comprimento.
Conforme você viu, as esculturas romanas ilustram o uso político da arte para criar imagens de poder dos líderes, deuses e heróis. Assim como os retratos em estátuas, também era comum que retratos dos imperadores fossem escupidos em moedas de pedra e bronze que circulavam por todo o Império Romano.
Vídeos sobre as esculturas romanas
Para reforçar o conhecimento que você adquiriu até aqui, separamos dois vídeos que destacam os principais aspectos da arte romana nas esculturas. Assista!
Marco Aurélio e seu cavalo
Nesse vídeo, a Patricia de Camargo apresenta a história da escultura equestre de Marco Aurélio e conta diversas curiosidades sobre a obra e sua importância para a história da arte. Acompanhe!
A arte como expressão de poder
A professora Joelza explica a atuação da arte na criação de simbologias sobre as conquistas romanas. Dentre as obras apresentadas no vídeo, estão o Altar da Paz e a estátua Augusto de Prima Porta. Confira!
Os acontecimentos importantes do Império Romano foram registrados artisticamente, assim como os grandes feitos de outras sociedades em diferentes momentos da história. Continue seus estudos lendo esta matéria sobre o Barroco e veja outro exemplo de uso da arte para a demonstração de poder!
Referências
As representações do imperador Constantino na estatuária e na epigrafia romanas (2016) – Pedro Paulo A. Funari e Jefferson Ramalho
Religião e Poder Político na Antiguidade Grega e Romana (1997) – Fernando da Conceição Barradas
Por Érica Paiva Rosa
Professora, redatora e produtora cultural. Mestre em Letras pela UEM.
Paiva Rosa, Érica. Escultura romana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/artes/escultura-romana. Acesso em: 21 de November de 2024.
1. [UEG]
Analise a imagem.
Augusto de Prima Porta, esculpida por volta de 19 a.C., é uma típica escultura da Roma antiga. A diferença dessa escultura em relação às gregas do período clássico está:
a) na monocromia, indicando maior austeridade dos costumes romanos em comparação com os dos gregos.
b) na postura ereta e estática, demonstrando que as esculturas gregas retratavam o movimento dos corpos.
c) no caráter político, já que as esculturas gregas priorizavam temas da mitologia religiosa.
d) no uso da indumentária militar na composição da obra, uma vez que as esculturas gregas valorizavam o corpo humano.
Resposta: D
Justificativa: as esculturas gregas caracterizavam-se por delinear corpos perfeitos, já as romanas representavam corpos humanos reais, por isso algumas incluíam vestimentas na composição das obras.
2. [UEA]
Discóbolo Lancellotti é cópia romana da escultura grega feita originalmente em bronze, por Míron, em 450 a.C.
Pertencente ao Museu Nacional de Roma, o Discóbolo Lancellotti assinala:
a) a separação entre arte e ciência na Grécia clássica e a criação da ciência anatômica por sábios romanos.
b) a ligação da arte grega com as crenças religiosas e a falta de refinamento nas produções artísticas de Roma Antiga.
c) a representação da irracionalidade humana no desequilíbrio corporal e o enaltecimento da ética guerreira dos romanos.
d) a visão pessimista dos gregos clássicos sobre os destinos da humanidade e a escravização dos gregos pelos conquistadores romanos.
e) a concepção de beleza ideal das artes gregas e a presença da cultura grega na sociedade romana da Antiguidade.
Resposta: E
Justificativa: a cópia romana da estátua Discóbolo Lancellotti expõe a influência da arte grega na sociedade romana da Antiguidade.