A Balaiada foi uma revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841.
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A Balaiada começou em 1838, na então Província do Maranhão. Na época, a região, tradicionalmente algodoeira, passava por uma crise econômica, devido à concorrência com o algodão produzido nos EUA. Os problemas econômicos
eram mais sentidos pelas classes mais baixas da sociedade: vaqueiros, sertanejos e escravos.
Essa revolta foi motivada pela insatisfação popular, a maior parte da população do estado do Maranhão era pobre, contra o monopólio político de um grupo de fazendeiros da região. Estes fazendeiros comandavam a região e usavam a força e violência para atingirem seus objetivos políticos e econômicos.
Episódios principais da Balaiada
Até 1837, o governo foi chefiado pelos liberais, mantendo seu domínio social na região. No entanto, diante da ascensão de Araújo de Lima ao governo da província e dos conservadores ao governo central, no Rio de Janeiro, os cabanos do Maranhão afastaram os bem-te-vis e ocuparam o poder.
Essa mudança dá início à revolta em 13 de dezembro de 1838, quando um grupo de vaqueiros liderados por Raimundo Gomes invade a cadeia local para libertar amigos presos. O sucesso da invasão dá a chance de ocupar o vilarejo como um todo.
Outro líder da revolução era Manoel Francisco do Anjos Ferreira. Artesão que fabricava cestos de palha, chamados de balaios na região, daí o nome da revolta.
Em 1839, os balaios fizeram algumas conquistas como, por exemplo, tomar a Vila de Caxias. Conseguiram também organizar uma Junta Provisória.
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Medidas tomadas
Visando acabar com o levante, o governo maranhense organizou suas forças militares, inclusive com apoio de militares de outras províncias, e passou a reprimir fortemente os balaios.
Com a participação de muitos escravos fugitivos, prisioneiros e trabalhadores pobres da região, os balaios conseguiram obter algumas vitórias no início dos conflitos.
O coronel Luís Alves Lima e Silva foi nomeado pelo Império como governador da província do Maranhão com o objetivo de pacificar a revolta. O Barão de Caxias, que mais tarde seria duque, foi eficiente em sua missão e reconquistou a Vila de Caxias que até então continuava sob poder dos revoltosos.
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O Comandante resolveu os problemas que atravancavam o funcionamento adequado das forças militares. Pagou os atrasados dos militares, organizou as tropas, cercou e atacou redutos balaios já enfraquecidos por deserções e pela perda do apoio. Organizou toda a estratégia e a execução do plano que visava acabar de vez por todas com a revolta.
Em 1840 a chance de anistia, dada pelo governo, estimula a rendição de 2500 balaios, inviabilizando o já combalido exército. Os que resistiram, foram derrotados.
O fim da revolta
Após perder a Vila de Caxias, o comandante dos balaios, Raimundo Gomes, se entregou as tropas oficiais. Em 1839, após a morte de Manoel Francisco, Cosme Bento, um ex-escravo, assumiu a liderança dos balaios. Em 1840 ele partiu, com centenas de revoltosos para o interior.
Em 1841, já com o movimento enfraquecido, muitos balaios resolverem se render, aproveitando a anistia concedida pelo governo. Em 1841, o líder Cosme Bento foi capturado e enforcado. Era o fim da revolta.
Referências
História – Divalte Garcia Figueira
Balaiada: ação e exploração – Maria de Loudes Monaco Janotti
Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Balaiada. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/balaiada. Acesso em: 04 de February de 2025.
01. [UFMG]: O Império Brasileiro presenciou, nos anos 30, a emergência de movimentos revolucionários.
Todas as alternativas apresentam movimentos deste período, EXCETO:
a) A Balaiada, no Maranhão, que se caracterizou por sucessivas e ininterruptas rebeliões da população sertaneja escrava.
b) A Cabanagem, na Província do Pará, que foi uma das lutas mais violentas do período regencial.
c) A Farroupilha, no Rio Grande do Sul, marcada pelas aspirações do patriciado urbano e rural da região.
d) A Praieira, em Pernambuco, que teve como objetivo o fortalecimento da monarquia.
e) A Sabinada, na Bahia, caracterizada pelo antilusitanismo da camada social média.
02. [PUC]: A unidade territorial brasileira foi posta à prova no Período Regencial com revoltas armadas, tais como:
a) Balaiada, Revolução Praieira, Revolta da Cisplatina.
b) Guerra dos Farrapos, Balaiada, Sabinada.
c) Revolução Praieira, Confederação do Equador, Sabinada.
d) Noite das Garrafadas, Balaiada, Revolta da Armada.
e) Guerra dos Emboabas, Revolução Praieira, Balaiada.
01. [UFMG]
Resposta: D
A revolução Praieira ocorreu na década de 1840, já durante o Segundo Reinado, sendo também um movimento republicano e não defensor da monarquia.
02. [PUC]
Resposta: B
As demais alternativas contêm fatos históricos que não ocorreram durante o período regencial.