Os agrotóxicos são amplamente usados nas plantações para evitar a presença de insetos e pestes que possam vir a comprometer os produtos. O que muita gente não sabe, entretanto, é que os venenos usados em plantações atualmente, foram desenvolvidos e muito utilizados durante a Segunda Guerra Mundial como uma arma química.
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Othomar Zeidler desenvolveu no ano de 1874 o primeiro deles, denominado DDT, mas somente em 1939 que as propriedades inseticidas foram observadas por Paul Muller. A partir desse momento, o DDT passou a ser amplamente utilizado como a principal forma de combater o mosquito disseminador da malária. Seu uso foi freado ao descobrirem que, assim como os outros organoclorados, o DDT é um composto cancerígeno, teratogênico e que se acumula no organismo humano.
Agrotóxicos no pós-guerra

A indústria química entrou nos planos de programação de ampliação dos negócio no período pós-guerra, bem como as outras indústrias que tiveram desenvolvimento nesse período. A produção de alimentos nesse período era de suma importância, ainda mais do que o habitual, uma vez que havia fome na Europa. Surgiu, então, a “revolução verde”, que objetivava a produção de alimentos ao fomentar a agricultura.
No Brasil, esta revolução chegou nos anos 1960, estabelecendo-se no país com a imposição das fábricas de agrotóxicos. O governo nacional passou a liberar financiamento bancário para a aquisição de sementes somente se o agricultor também adquirisse agrotóxicos e adubo.
Esse comportamento do governo não resultou no extermínio da fome, como era esperado, mas sim em uma contaminação ambiental. Em 1970, houve a transferência de diversas fábricas para o Brasil, que assumia um ranking significativo, estando entre os cinco maiores consumidores de agrotóxicos do mundo.
Tipos de agrotóxicos
Podemos dividir os agrotóxicos em dois grupos, os inseticidas e os herbicidas. Entre os inseticidas, temos os organoclorados, os organofosforados e carbamatos, e as piretrinas. Os organoclorados são os que mais persistem no meio ambiente, podendo permanecer por um período de aproximadamente 30 anos. Nos seres humanos, a absorção se dá pela mucosa oral, respiratória e pela pele, chegando ao sistema nervoso central e periférico. São responsáveis por causar câncer, tendo sido proibido o seu uso em diversos países.
O segundo, composto pelos organofosforados e carbamatos, são inseticidas bastante utilizados nos dias atuais, tendo absorção também por via oral, respiratória e pela pele, levando indivíduos a apresentarem problemas funcionais de glândulas, cérebro e até mesmo da musculatura do corpo.
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Por fim, as piretrinas não servem para a agricultura, uma vez que são instáveis à luz. Podem ser naturais ou artificiais e são usados na forma de spray, tabletes ou espirais em ambiente doméstico. As substâncias podem causar crises alérgicas nos indivíduos.
Dentre os herbicidas, por sua vez, temos o paraquat, os clorofenoxois e os dinitrofenóis. O mais utilizado é o paraquat, que oferece um risco altamente elevado, matando todos os tipos de plantas e causando, nos indivíduos, lesões renais e fibrose pulmonar irreversível.
Agrotóxicos nos dias de hoje
Existem, mundialmente, mais de 2 trilhões de toneladas de resíduos industriais sólidos e cerca de 350 milhões de toneladas de detritos são gerados anualmente na indústria dos agrotóxicos. A degradação do meio ambiente pode não apresentar muitos efeitos instantâneos, mas tem muitas consequências que serão vistas a longo prazo e que podem ser irreversíveis.
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O Ministério da Saúde é quem controla os agrotóxicos, mas o controle ambiental é função do IBAMA, sendo que o governo passa, constantemente, todos os dados ao Ministério da Agricultura, como uma forma de tentar controlar o uso e amenizar os males que poderão surgir a curto e a longo prazo.
A ANVISA, no ano de 2002, criou um programa chamado PARA, de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos, objetivando controlar o nível de resíduos em alimentos para verificar se a legislação quanto ao nível permitindo está sendo cumprida. Quando acima do permitido, a ANVISA, bem como os órgãos responsáveis mencionados acima, são acionados para rastrear o problema e resolvê-lo. Normalmente, as medidas são de orientação dos produtores para que façam uso de boas práticas agrícolas.
Referências
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananaJuazeiro/agrotoxicos.htm

Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Agrotóxicos. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/agrotoxicos. Acesso em: 01 de April de 2025.
01. [UFPB] Visando combater a fome no mundo, as sociedades humanas desenvolveram a capacidade de produzir mais alimentos, surgindo, assim, as indústrias de fertilizantes, adubos artificiais, herbicidas e pesticidas, os dois últimos conhecidos por agrotóxicos. Sobre as empresas agrícolas que utilizam agrotóxicos para aumentar a produtividade, é correto afirmar:
a) Essas empresas estimulam o aumento da produção agrícola e barateiam o preço dos alimentos no mundo.
b) Essas empresas atuam em parceria com os pequenos produtores rurais e seus sistemas tradicionais de uso da terra.
c) Essas empresas são as que menos poluem, pois localizam-se em áreas rurais, distantes das áreas urbanas.
d) Essas empresas estimulam a competitividade, a concentração de terras e a migração campo-cidade.
e) Essas empresas fixam os trabalhadores no campo e contribuem para a melhoria da qualidade de vida nas áreas rurais.
02. [Enem] Pesticidas são contaminantes ambientais altamente tóxicos aos seres vivos e, geralmente, com grande persistência ambiental. A busca por novas formas de eliminação dos pesticidas tem aumentado nos últimos anos, uma vez que as técnicas atuais são economicamente dispendiosas e paliativas. A biorremediação de pesticidas utilizando microrganismos tem se mostrado uma técnica muito promissora para essa finalidade, por apresentar vantagens econômicas e ambientais. Para ser utilizado nesta técnica promissora, um microrganismo deve ser capaz de:
a) transferir o contaminante do solo para a água.
b) absorver o contaminante sem alterá-lo quimicamente.
c) apresentar alta taxa de mutação ao longo das gerações.
d) estimular o sistema imunológico do homem contra o contaminante.
e) metabolizar o contaminante, liberando subprodutos menos tóxicos ou atóxicos.
01. [D]
02. [E]