A Escola de Sagres é uma Escola Náutica que fora instituída em Portugal. No entanto, é necessário retomar anos antes de sua fundação para melhor compreender seu objetivo. Afinal, a Europa, por volta do século XV, passava por diversas transformações no que tange à cultura, principalmente. O fim da Idade Média e o início da Idade Moderna estava em alta, dando abertura para grandes descobertas. O mercantilismo tomou o lugar do feudalismo, e se instaurou o período do Renascimento. Havia expectativa de exploração de novos horizontes e novos continentes para acumular capitais, reajustando os prejuízos trazidos pela era anterior. Portugal e Espanha, neste período, tinham destaque, possuindo interesses em comum na descoberta de novas terras não apenas para extração de riquezas, mas também para a colonização e para a expansão do catolicismo, visto que ambos países eram controlados pela Igreja Católica.
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Foi aí que Dom Henrique, o infante, diante da necessidade de aperfeiçoar a tecnologia marítima e tomar frente à corrida expansionista, selecionou um grupo com astrônomos, matemáticos, construtores de navios, cartógrafos e pilotos, dentre os melhores, fundando a Escola de Sagres. Haviam mitos povoando a mente dos navegadores, que não sabiam o que esperar fora do continente europeu, além de não terem conhecimentos geográficos para determinar se os rumores da existência de outros continentes eram reais ou não.
O objetivo com a criação da Escola de Sagres
O objetivo da Escola de Sagres, fundada pelo infante Dom Henrique no século XV, seria preparar e ensinar navegadores que o serviam. Ainda que sua existência seja duvidosa, acredita-se que as disciplinas ensinadas seriam cartografia, geografia e astronomia, entre outras, que eram de responsabilidade de professores de toda a Europa. Segundo dados do Instituto Camões, de Portugal, o infante fundou uma vila em uma região conhecida como Algarve, e solicitou à Dom Pedro, seu irmão, que cedesse Sagres para que pudesse fundar uma vila, em 1443. O local, segundo a carta de fundação de 19 de setembro de 1460, seria usado para passagem de navegadores assistida, tendo acesso a mantimentos, assim como suporte para que aguardassem por condições favoráveis à navegação, se necessário.
Dom Francisco Manoel, em 1660, relata os conhecimentos de Dom Henrique, além da fundação da vila, e existem documentos que apontam ao gosto que ele possuia por Astrologia e Cosmografia. A escola, então, em teoria, assim como a fundação da vila em Sagres, seria para que ele pudesse manter seus estudos, assim como enviar embarcações para a costa da África. O mesmo documento revelava que Jaime de Maiorca, mestre da Catalunha, ensinava aos marinheiros portugueses os ofícios náuticos.
A Escola de Sagres, ainda que seja de existência duvidosa, ficou registrada na memória dos Portugueses, tendo sido a sua existência refutada somente no século XIX, quando historiadores consideraram que a atividade náutica do período era regida por conhecimentos empíricos, sem haver necessidade de estudos mais profundos por parte dos marinheiros com relação a isso. Ainda que não tenha de fato existido, a Escola de Sagres é referência para os portugueses e para a revolução náutica promovida por eles no século XV, sendo considerada, ainda, a indutora dos grandes descobrimentos relacionados à atividade da navegação.
Referências
Sagres – A Revolução Estratégica – Luiz Pinto
História – Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira, Georgina dos Santos
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Escola de Sagres. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/escola-de-sagres. Acesso em: 24 de November de 2024.
01. [USS] A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada:
a) aos interesses mercantis voltados para as “especiarias” do Oriente, responsáveis inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV;
b) à tradição marítima lusitana, direcionada para o “mar Oceano” (Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros;
c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente;
d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;
e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca da “passagem” que levaria às Índias.
02. [MACKENZIE] Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI:
a) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na expansão e à presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros;
b) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo, voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas;
c) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus;
d) a descentralização político-administrativa do Estado português, possibilitando a contribuição de cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima;
e) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz.
01. [E]
02. [A]