A agricultura familiar tem por característica o desenvolvimento da prática em pequenas propriedades rurais. Este nome deriva do fato de que esta prática é comumente usufruída por famílias, sendo eles mesmos os empregados. Dessa forma, todo o processo, desde o plantio até a colheita, passa por esse pequeno grupo de agricultores familiares.
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A agricultura familiar tem diferenças significativas e pontuais, se comparada diretamente com o agronegócio. Na do tipo familiar, há uma dinâmica muito mais característica. Neste tipo de agricultura, a propriedade é igualmente compartilhada pela família para subsistência, como para sustento. Por meio disso, a agricultura é a principal fonte de renda da família agricultora.
Além disso, duas características destacam este método: a relação com a terra e a diversidade de plantio. Enquanto a relação com a terra tem uma identidade de residência e sustento, no agronegócio gira em torno do lucro. A diversidade de produção também é característica, uma vez que um pequeno produtor cultiva variados produtos.
A agricultura familiar no Brasil
O Brasil concentra 85% de agricultura familiar nas variadas propriedades rurais ao longo do país. Deste montante, quase metade está localizado na região do nordeste. Este, por sua vez, é responsável por 1/3 da produção total oriunda da agricultura familiar. Contudo, a expansão do agronegócio fez com que esse sistema muito mais sustentável regredisse.
Com o avanço da tecnologia no meio rural, assim como a inevitável mecanização, o êxodo rural das famílias foi imprescindível. Al[em da diminuição do número de empregos nas regiões rurais, o inchaço urbano só cresceu. Os grandes centros passaram a comportar muito mais pessoas. Com uma infraestrutura já precária, e uma desigualdade social que só aumenta, o êxodo alavancou mais os índices. Por conta disso, a marginalização destas pessoas se tornou questão de tempo.
A mecanização não foi o único problema com a expansão do agronegócio. O modelo pautado unicamente no lucro acabou prejudicando muito a agricultura familiar. Isso se nota, sobretudo, pelo uso exacerbado de agrotóxicos e da monocultura em propriedades enormes. No entanto, a resistências de muitos grupos que sustentam a agricultura familiar tem sido um alívio, sobretudo, para a sustentabilidade. Esta agravada, negativamente, pelos sistemas de produção modernos.
A importância da agricultura familiar para a economia interna
Apesar da debandada do meio rural ser inevitável, no Brasil ainda há largo consumo de produtos oriundos de agricultura familiar. Isso se deve pelo fato de o agronegócio ainda estar diretamente ligado às commodities. Visando a exportação, produtos como soja e milho, por exemplo, ainda são muito procurados pelos mercados externos.
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Sendo um importante sustento de várias famílias residentes do meio rural, os alimentos “do pequeno produtor” ainda são preferências.
Vale ressaltar ainda que esse modelo de agricultura é muito mais perto do conhecimento do produtor. Afinal, as técnicas utilizadas e as práticas adotadas são de conhecimento popular do consumidor mor.
Além do mais, há famílias que vivem única e exclusivamente disso. É a renda primária de um grupo que conta com três, quatro, cinco, seis ou mais integrantes. Surgindo do trabalho em grupo, e de forma muito mais humana do que mecanizada.
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A agricultura familiar não só colabora para um povoamento do campo. Ela é fundamental para a economia interna. Afinal, é giro de capital constante no mercado interno. Produção interna, venda interna e consumo interno. Conveniência não só na germinação, como também na transportação.
Referências
MDA.gov.br
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Agricultura Familiar. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/agricultura-familiar. Acesso em: 04 de February de 2025.
01. [UNIOESTE] Sobre a agricultura no Brasil, leia as assertivas abaixo:
I. A mecanização agrícola e a liberação de mão de obra na agricultura foram importantes fatores de migração da população do campo para as cidades.
II. A concentração fundiária, que se observa, entre outros estados, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, é fator de expropriação de camponeses que passam a buscar áreas da fronteira agrícola da Amazônia ou se direcionam aos centros urbanos.
III. Os boias-frias são trabalhadores sazonais característicos da implantação de relações capitalistas modernas no campo.
IV. O avanço da pecuária extensiva na Amazônia e a ocupação das áreas de Cerrado visando à cultura de grãos resultaram na redução da taxa de urbanização dos Estados do Mato Grosso e de Rondônia.
Assinale a alternativa cujas as afirmativas estão corretas.
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, II e III.
02. [ENEM] A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período e o número de mortes ocorridas nessas lutas.
Brasil — Vítimas fatais de conflitos ocorridos no campo 1985-1996. Fonte: Comissão Pastoral da Terra — CPT
Mapa dos conflitos no campo no Brasil
OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista Estudos Avançados. Vol. 15, n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.
Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região
a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.
b) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.
c) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.
d) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.
e) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.
01. [E]
02. [B]