Liga das Nações

A Liga das Nações foi criada no final da Primeira Guerra Mundial visando evitar a tragédia de uma nova guerra. Extinguiu-se em Abril de 1946, devido à sua ineficácia. Em seu lugar surgiu a ONU.

A Liga das Nações ou Sociedade das Nações, criada em 25 de Janeiro de 1919, no final da Primeira Guerra Mundial, espelhava a tentativa de evitar outras guerras, através de um novo tipo de ação diplomática.

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A ideia, que começou a ser pensada em 1917, pelo presidente americano Woodrow Wilson, acabou por ser adotada pelos Aliados, vencedores da Primeira Guerra Mundial.

Liga das Nações

Objetivos da Liga das Nações

Procurava-se que as relações internacionais obedecessem ao mesmo tipo de procedimentos que caracterizavam as democracias ocidentais: a representação de várias opiniões num órgão democrático e a convicção de que as diferenças de interesses se podiam resolver de forma pacífica.

Os objetivos da Liga das Nações consistiam, assim, em:

  • Manter a paz e garantir a independência e integridade territorial dos Estados
  • Assegurar a proteção das minorias nacionais
  • Promover a cooperação entre as nações
  • Organizar o desarmamento em todos os países

O futuro evidenciaria as dificuldades em cumprir este plano, marcado logo à partir por debilidades insuperáveis – a primeira das quais foi a inclusão do Pacto da Liga das Nações no texto do Tratado de Versalhes, imposto pelas potências aliadas à Alemanha derrotada.

O Pacto surgia, assim, como imposição da força dos vencedores sobre os vencidos, espelhando os ódios antigos em lugar de abrir as portas a uma nova ordem internacional.

Dominado pelas opiniões isolacionistas, o Senado norte-americano nunca ratificou a adesão do seu país à Liga das Nações pelo que, entre os 42 Estados que se reuniram pela primeira vez em Genebra, em 10 de Janeiro de 1920, não se contavam os EUA, a Alemanha – que só pertenceria à Liga entre 1926 e 1933 – ou a Rússia soviética – que seria admitida em 1934 e expulsa em 1939.

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O fracasso da Liga das Nações

Apesar dessas limitações, os anos de 1920 conheceram os sucessos da Liga, quer na resolução de pequenos conflitos, sobretudo, ao nível da ação humanitária.

Na década de 1930, tiveram lugar uma série de invasões e intervenções militares que evidenciaram a ineficácia da organização em evitar a guerra:

Em 1931 o Japão invade a Manchúria; a partir de 1933, com a chegada de Hitler ao poder, dá-se o rearmamento da Alemanha; em 1935 a Itália fascista invade a Etiópia; e na Guerra Civil de Espanha (1936-1939) tropas italianas e alemãs combatem ao lado dos franquistas.

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A Liga das Nações, porém, fracassou por defeitos de origem. Não dispunha de um poder executivo forte, nem contava com representantes da União Soviética e dos Estados Unidos – a nação do seu idealizador.

A URSS não era aceita e os Estados Unidos não integraram a organização por rejeitar o Tratado de Versalhes. Mesmo nos melhores tempos, o número de membros não passou de 50.

Já em 1923, tornou-se evidente a fraqueza da Sociedade, quando os franceses invadiram a região alemã da Renânia, para cobrar reparações de guerra.

A dissolução da Liga ocorreu formalmente no dia 18 de Abril de 1946. Na prática, ela deixara de existir alguns anos antes. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) já havia iniciado suas atividades em 24 de Outubro de 1945, como organismo sucessor da Liga das Nações.

A criação da ONU

O documento constitutivo da nova Organização das Nações Unidas (ONU) é assinado em 1945 na Conferência de São Francisco pelos 50 países fundadores.

Imagem: Reprodução

No entanto, existiu desde o início a preocupação de alargar o número de Estados membros, no qual atualmente 191 países são representados na Assembleia Geral.

A constituição da ONU, como resultado da iniciativa dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, ficou evidente no fato de as tomadas de decisão relativas a ações de manutenção de paz, imposição de sanções ou uso da força armada caberem a um Conselho de Segurança, onde existem cinco membros permanentes – China, França, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia – sem o acordo dos quais nenhuma resolução é aprovada.

Lutando pelos mesmos objetivos gerais da Liga das Nações ou Sociedade das Nações, as Nações Unidas desenvolvem a cooperação e a ação humanitária, através de instituições como a FAO, a OMS, ou a UNICEF, entre outras, ao mesmo tempo em que procuram evitar as guerras através de uma diplomacia ativa.

Referências

Direitos Humanos – Lenildo Marcio da Silva

Organização das Nações Unidas: ONU – Karl Arthur Bolliger Vieira

direitoshumanos.usp.br

 

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Liga das Nações. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/liga-das-nacoes. Acesso em: 24 de November de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [ENEM]: A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.

Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão:

a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.

b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.

c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.

d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.

e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

 

02. [UEL]: 

“A Grande Guerra de 1914 foi uma consequência da remobilização contemporânea dos anciens regimes da Europa. Embora perdendo terreno para as forças do capitalismo industrial, as forças da antiga ordem ainda estavam suficientemente dispostas e poderosas para resistir e retardar o curso da história, se necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra foi antes a expressão da decadência e queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua vida, que do explosivo crescimento do capitalismo industrial, resolvido a impor a sua primazia. Por toda a Europa, a partir de 1917, as pressões de uma guerra prolongada afinal abalaram e romperam os alicerces da velha ordem entrincheirada, que havia sido sua incubadora. Mesmo assim, à exceção da Rússia, onde se desmoronou o antigo regime mais obstinado e tradicional, após 1918 – 1919, as forças da permanência se recobraram o suficiente para agravar a crise geral da Europa, promover o fascismo e contribuir para retomada da guerra total em 1939.”

(MAYER, A. A força da tradição: a persistência do Antigo Regime. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 13-14.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que a Primeira Guerra Mundial:

a) teria sido resultado dos conflitos entre as forças da antiga ordem feudal e as da nova ordem socialista, especialmente depois do triunfo da Revolução Russa.

b) resultou do confronto entre as forças da permanência e as forças de mudança, isto é, do escravismo decadente e do capitalismo em ascensão.

c) foi consequência do triunfo da indústria sobre a manufatura, o que provocou uma concorrência em nível mundial, levando ao choque das potências capitalistas imperialistas.

d) foi produto de um momento histórico específico em que as mudanças se processavam mais lentamente do que fazem crer os historiadores que tratam a guerra como resultado do imperialismo.

e) engendrou o nazifascismo, pois a burguesia europeia, tendo apoiado os comunistas russos, criou o terreno propício ao surgimento e à expansão dos regimes totalitários do final do século.

01. [ENEM]

Resposta: A

 A alternativa A nos mostra os principais eventos ocorridos para dar-se início à Primeira Guerra Mundial e, posteriormente, à segunda. Quando falamos aqui em “colonialismo”, na verdade, devido à época, trata-se do “neocolonialismo”. O Totalitarismo é um evento que surge no entre-guerras e o nacionalismo passa a aplicar-se também aos territórios da África e Ásia dominados no período Imperialista.

 

02. [UEL]

Resposta: D

O Imperialismo também foi uma das causas da guerra, mas, segundo o texto do autor, havia outros motivos para a eclosão do conflito, ligados ao contexto histórico referente à ordem social e política que havia sido formada ainda na Idade Moderna. A Grande Guerra seria a demonstração da decadência desses regimes.

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