Quando falamos em miscigenação, estamos nos referindo basicamente no processo que de mistura entre etnias humanas, gerando indivíduos com características físicas mescladas dentre as marcantes em cada uma das etnias. Chama-se de mestiço o indivíduo que nasce a partir da miscigenação étnica.
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Mundialmente falando, essencialmente a miscigenação se dá a partir das união entre as principais etnias do mundo, que são os brancos, os negros e os amarelos, e se trata de um processo de evolução do ser humano. Não existe, atualmente, nenhum grupo humano puro no que se refere às etnias, pois a população mundial atual passou por um longo processo de miscigenação durante as conquistas de territórios e as imigrações.
Miscigenação no Brasil
Graças à miscigenação, podemos afirmar com muita precisão que há diversas identidades culturais no Brasil. Os portugueses que vieram ao Brasil já passaram por um processo de miscigenação há séculos, envolvendo contribuições de africanos, celtas, mouros, árabes, judeus, romanos, gregos, fenícios, entre outros.
Durante 15 gerações, aproximadamente, principalmente do século XVI ao século XVIII, se formou a estrutura genética da população brasileira a partir de índios que já habitavam o território, os portugueses que chegaram, e os africanos que foram trazidos por esses últimos no processo de colonização. Chamados de caboclos ou mamelucos, os mestiços de índios e brancos povoaram o interior, e os cafuzos, mestiços de africanos e índios, apesar de serem minoria, também povoaram o território, principalmente nas regiões Norte e
Nordeste.
Os povos indígenas, como mencionamos anteriormente, já povoavam o Brasil antes da chegada dos portugueses, estando espalhados por todo o território e em grupos diversos que compunham uma população de quase 2 milhões de pessoas. Os povos africanos por sua vez, foram capturados e trazidos ao Brasil como escravos para trabalhar no cultivo da cana de açúcar e do café durante a colonização, tendo uma população muito significativa no Brasil e representativa para a miscigenação. Vieram, ainda, povos imigrantes advindos de Portugal, Itália, Espanha, Alemanha e Japão. Foram, pelo menos, 4 milhões de imigrantes que representaram, na época, aproximadamente 80% de toda a população.
O conceito de raça e o racismo
Os grupos humanos desenvolveram diversas características particulares de cor de pele, cabelos, entre outros traços. Quando falamos em racismo, estamos nos referindo à rejeição à mistura entre as etnias e à crença de que as “raças” superiores foram predestinadas a dominação das mais fracas e inferiores. Foi isso, inclusive, que gerou essa intensa exploração do homem pelo homem, e a escravização de africanos e índios.
No Brasil temos diversas leis que batem de frente com essas ideias, porém as práticas cotidianas são marcadas por anos de história que ainda fazem com que negros e mestiços sejam julgados como inferiores, tendo menos oportunidades, sendo excluídos e discriminados por sua cor. O racismo é condenado e considerado crime pela Constituição Brasileira, mas a punição ainda está fraca, dependendo de registros e testemunhos.
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É difícil, até os dias atuais, comprovar que empregos e oportunidades são negadas simplesmente em decorrência da cor de pele. A ideia, ainda que absurda, é muito presente até os dias de hoje no Brasil e no mundo. Ainda é preciso trabalhar muito o combate ao racismo na sociedade atual, para que todos sejam tratados como iguais, como realmente o são.
Referências
Casa-grande e Senzala – Gilberto Freyre
Interpretação do Brasil – Gilberto Freyre
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Miscigenação. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/miscigenacao. Acesso em: 22 de November de 2024.
01. [UFPR] A respeito dos conceitos de raça e etnia, avalie as proposições a seguir:
I) No que diz respeito aos seres humanos, o termo raça não pode ser avaliado em seu sentido biológico, tendo em vista que, nesse aspecto, só existe a raça humana.
II) Raça e etnia referem-se à constituição física de uma determinada população. Os europeus nórdicos, australianos e estadunidenses pertencem a uma mesma raça, pois possuem características físicas semelhantes, como cor da pele, cabelo e olhos.
III) Quando se utiliza o termo raça para se referir a uma ou mais populações humanas, deve-se estar atento, pois o enfoque, nesses casos, é o aspecto sociocultural para diferenciar os grupos populacionais por características físicas e históricas.
IV) O termo raça tem origem biológica, diferentemente do termo etnia, que tem origem biológica, religiosa e cultural.
V) O termo etnia corresponde aos indivíduos que se diferenciam por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e V.
b) II, IV e V.
c) I, II e IV.
d) I, III e V.
e) I, III, IV e V.
02. [ENEM] Leia o trecho a seguir:
VEJA – Vê uma atitude racista no culto à mulata ou reafirma sua tese de que esse culto está uma prova da ausência de problemas raciais no Brasil? O Brasil é, realmente, uma democracia racial perfeita?
GF (Gilberto Freyre) – Perfeita, de modo algum. Agora, que o Brasil é, creio que se pode dizer sem dúvida, a mais avançada democracia racial do mundo de hoje, isto é, a mais avançada nestes caminhos de uma democracia racial. Ainda há, não digo que haja racismo no Brasil, mas ainda há preconceito de raça e de côr entre grupos de brasileiros e entre certos brasileiros individualmente.
(Trecho de entrevista de Gilberto Freyre publicada na revista Veja de 14 de abril de 1970).
É possível afirmar que a resposta de Gilberto Freyre:
a) reforça o preconceito racial dos antigos senhores escravocratas.
b) desrespeita a figura da mulata.
c) pondera a questão do racismo no Brasil com a evidência de que há democracia racial, ainda que imperfeita.
d) incita o ódio entre as raças.
e) ignora a história do passado escravista brasileiro.
01. [D]
02. [C]