Intolerância Religiosa

Ainda que a Constituição Brasileira defenda a liberdade religiosa, o Brasil tem sinais bastante claros de intolerância religiosa e perseguição às crenças destoantes do comum.

Um mal que atinge o mundo todo, sendo causa inclusive de guerras, é a intolerância religiosa. Consiste, basicamente, na situação em que um indivíduo tem ideologias e atitudes que demonstram extrema falta de respeito pelas religiões com crenças e hábitos que sejam diferentes da que se acredita. É justamente pela falta de compreensão e respeito que se iniciam as guerras religiosas, transformando a intolerância religiosa em uma perseguição. Trata-se, inclusive, de crime de ódio no Brasil, ferindo não só a liberdade, mas a dignidade humana, impedindo a liberdade de culto e de expressão previstas na Constituição Federal Brasileira, mas também na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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Como se dá a intolerância religiosa?

São formas e níveis diferentes que podem atingir os indivíduos religiosos a partir dessa ideia de desrespeito. Nem sempre geram guerras, mas podem, inclusive, surgir quando os indivíduos ainda são crianças ou adolescentes, e acabam sofrendo bullying em decorrência disso. Ainda que não se trate de uma guerra explícita, muitas vezes esse tipo de situação chega ao ponto de acabar com a vida de pessoas de determinado grupo religioso.

Imagem: Reprodução

É possível notar situações de intolerância religiosa ainda com torturas, negação de benefícios e de direitos, além de liberdades civis, confisco de bens, entre outros. No Brasil, em teoria, estamos em um Estado Laico, ou seja, um Estado que possui posicionamento neutro com relação à religião e que se mantém imparcial com relação às diferentes religiões. Em teoria, o Brasil, portanto, separa Estado de Igreja, assegurando governabilidade sem influências por crenças ou costumes religiosos. É comum, entretanto, a intolerância religiosa no país, visto que somente no ano de 2014, foram registradas no Disque 100, pouco conhecido, 150 denúncias contra intolerância religiosa. O Ministério Público Estadual da Bahia registrou um aumento de 300%, no ano de 2016, no número de denúncias contra o crime, comparado aos dados de 2015. A maioria das vítimas, no Brasil, são seguidores de religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Apesar disso, devemos mencionar que ateus, ou seja, pessoas que não creem e não seguem religiões, também podem ser alvo de intolerância religiosa.

Imagem: Reprodução

Como acabar com a intolerância religiosa?

É difícil dizer como erradicar a intolerância religiosa no Brasil e no mundo. São muitas ideias conflitantes que acabam gerando discussões, brigas e tendo as mesmas consequências desta, e não estamos nem perto de encontrar a solução para isso. É preciso, entretanto, manter o debate sobre a intolerância religiosa sempre em alta, uma vez que um dos principais sentimentos que movem essa situação é o medo, justificado pela ignorância. Não conhecer as culturas e julgar como acredita ser acaba sendo uma das principais geradoras de revolta com relação às crenças diferenciadas.

A intolerância religiosa pode vir, ainda, acompanhada de outros tipos de discriminação, como gênero, língua, pertencimento, raça, entre outras diferenciações entre as pessoas. Uma das grandes exemplificações históricas das consequências da intolerância religiosa, foi a perseguição em massa aos Judeus.

Referências

Cartilha da Diversidade Religiosa. Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Brasil – Governo Federal.

Intolerância Religiosa e Direitos Humanos – Antonio Baptista Gonçalves

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Intolerância Religiosa. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/intolerancia-religiosa. Acesso em: 24 de November de 2024.

Teste seu conhecimento
01. [ENEM] Leia o fragmento do texto a seguir:
“A Portaria nº 92/2013 -SDH/PR, de 25 de janeiro de 2013, instituiu o Comitê Nacional da Diversidade Religiosa. O comitê tem a finalidade de promover o direito ao livre exercício das diversas práticas religiosas, disseminando uma cultura da paz, da justiça e do respeito às diferentes crenças e convicções”.
Considerando o texto da diversidade religiosa no contexto escolar e o texto acima, podemos afirmar que:
a) O mundo é plural, mas não devemos aceitá-lo em seu pluralismo.
b) O pluralismo religioso deve ser combatido em favor de uma única religião.
c) A escola não é lugar para estudar o pluralismo religioso.
d) A partir dessa perspectiva plural percebemos que o panorama religioso apresentado em sua multiplicidade pode proporcionar o
compartilhar de experiências e a riqueza de suas simbologias, o que evidencia as diversas faces do sagrado presente em nossa
sociedade.
e) As ações transformadoras no quadro de intolerância religiosa não contemplam o Ensino Religioso.
02. [ENEM] Leia o excerto de texto a seguir:
“Quem somos nós, então, para desafiar a vontade do Cria dor? E, no entanto, nós a desafiamos. Discriminamos, ofendemos, praticamos atos de violência contra nosso semelhante, com a desculpa de que ele é “diferente”. Foi assim no princípio dos tempos. É assim nos dias de hoje, neste milênio que mal começou”.
Após esta avaliação, caso queira consultar o assunto completo, está disponível em: Cartilha da Diversidade Religiosa. Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Brasil – Governo Federal. Nov.2004. P. 06
De acor do com o texto-base, O grande desafio para a educação em nossos tempos marcado pela pluralidade religiosa é promover o respeito pelo outro com o legítimo outro, em sua diferença e singularidade, sem o intento de homogeneizar as culturas, mas sim de:
a) Tornar todos um só
b) Fazer com que as pessoas se convertam
c) Celebrar a diversidade cultural
d) Criar mais pluralismos
e) Fazer as pessoas serem neutras em sua fé.

01. [D]

02. [C]

 

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