Também conhecida como A Grande Muralha, a Muralha da China é uma grande construção que foi edificada durante a China Imperial, e tinha finalidade Militar. Foram precisos dois milênios para a realização desta construção, abrangendo, portanto, muitas dinastias. Não é constituída por apenas uma estrutura, mas sim diversas muralhas. Ainda que hoje represente um dos maiores e mais imponentes símbolos da China, sendo um ponto turístico de grande valor cultural, sua finalidade era estritamente militar durante sua construção e idealização.
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A Construção da Muralha
Com início no ano de 220 a.C., a finalização somente ocorreu durante a dinastia Ming, no século XVI e, segundo historiadores, foram necessárias milhões de pessoas trabalhando de forma incessante para que este feito se realizasse.
O motivo da construção foi a consolidação do império de Qin Shihuang, que desejava mostrar que a China era uma só. A construção, entretanto, persistiu durante a Dinastia Zhou, Dinastia Qin, Dinastia Han e Dinastia Ming, objetivando a proteção do país contra invasores, além de ocupar alguns dos soldados que ficaram sem trabalho depois do fim das guerras, e alguns homens desordeiros do país. Aproximadamente 300 mil trabalhadores morreram durante a construção em decorrência das condições de trabalho impostas a eles.
O Imperador Liu Bang, durante a Dinastia Han, fez uso da construção da muralha não apenas como proteção militar, mas objetivando ter um controle mais preciso com relação ao comércio da seda. A construção foi reparada ao longo das dinastias, mas foi somente em 1980 que houve um esforço de manutenção intenso. Ela é feita, em partes, de blocos de pedras, tijolos e taipas.
A construção conta com aproximadamente 8851,8 km de extensão, além de 7,5 metros de altura e 3,75 metros de largura, sendo considerada por historiadores e profissionais de arquitetura e engenharia como uma das mais fantásticas construções realizadas pelo ser humano, sendo, inclusive, reconhecida como uma das Sete Maravilhas do Mundo.
História
Ainda que tenha sido construída com objetivos militares, o Império Qin não corria riscos com relação às tribos quando a Muralha da China começou a ser construída. Havia pouca resistência, ainda, com relação aos Hsiung-nu, que haviam fixado território na China, quando o exército de Meng T’ien os expulsou. A ideia era uma defesa contra ataques futuros. A muralha era, ainda, um local conveniente para que se pudesse colocar desordeiros para trabalhar, além de dar emprego aos soldados sem trabalho, que, ao final da construção, seriam postos em toda a extensão.
Quando o Imperador Qin Shihuang faleceu, a China enfrentou um grande período de agitações políticas e revoltas, que trouxeram uma paralisação na construção. Reiniciou-se, entretanto, com a ascensão da Dinastia Han. As incursões dos mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês no decorrer da história, entretanto, não foram impedidas pela construção da muralha que, por volta do século XVI, acabou perdendo a sua função estratégica, sendo abandonada na Dinastia Qing, em torno de 1664. Deng Xiaoping, entretanto, no século XX, deu prioridade a construção da Muralha da China como um símbolo do país, mas a restauração do monumento não tinha normas para a sua utilização adequada, além de não haver intensos critérios técnicos, que acabaram gerando críticas vindas dos preservacionistas e, acredita-se que, por isso, a Grande Muralha esteja em grande parte em ruínas.
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A ruína da Muralha da China
Além de não haver uma intensa manutenção com relação à construção, tão antiga, sua deterioração está acontecendo em decorrência da má restauração da construção, tendo os materiais variados de acordo com a localização. Além disso há a depredação e roubo de tijolos, o que compromete, segundo estudiosos, cerca de 14 mil quilômetros da totalidade da construção. Ao longo da muralha, estão ligados aproximadamente mil fortes, tendo janelas e troneiras (espaços usados para colocar os canhões), além de plataformas que, antigamente, eram usadas para atacar inimigos, e as torres de almenara, usadas para a comunicação entre os militares.
Referências
A Grande Muralha – A China contra o mundo 1000 A.C. – 2000 D.C. – Julia Lovell
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Muralha da China. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/muralha-da-china. Acesso em: 21 de November de 2024.