Com a amplitude de momentos que a literatura brasileira passou desde seu início, podemos afirmar que, de uma forma geral, é considerada uma subdivisão em duas grandes eras, acompanhando desde o início da evolução política e econômica do Brasil. Separadas pelo período de transição da emancipação política do Brasil, denominamos essas duas eras de Era Colonial e Era Nacional, e estas são divididas em escolas literárias, tendo seu início e seu fim em marcos de acentuação da ascensão e da decadência das eras em questão.
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A Era Colonial
Tendo início em 1500, e caminhando até o ano de 1808, a Era Colonial ficou dividida em Quinhentismo, Seiscentismo (ou Barroco), e Setecentismo (ou Arcadismo). O Quinhentismo foi registrado no decorrer do século XVI, sendo usado para denominar um grande conjunto de textos sobre o Brasil, como uma terra nova a ser conquistada e cheia de coisas a serem descobertas. Durante esse período, a literatura tinha caráter informativo, e era caracterizada ainda pela literatura de catequese. O Barroco, por sua vez, se estendeu de 1601 a 1768, tendo como marco inicial a publicação do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira, e seu marco final na fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica, Minas Gerais. O desenvolvimento desta escola literária se deu, principalmente, na Bahia, tendo como principal contexto a economia açucareira. Durante esse período, tivemos grandes nomes, como Padre Antônio Vieira, Gregório de Matos, entre outros autores. Por fim, o Arcadismo, também conhecido como Setecentismo, que se estendeu de 1768 a 1808, tendo como principais autores indivíduos diretamente relacionados à Inconfidência Mineira, em Minas Gerais. O contexto era de economia baseada na exploração do ouro, das pedras preciosas, além da Vila Rica (Ouro Preto), e sua importância durante esse período. Como exemplo de autores desse período, podemos citar Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Santa Rita Durão, entre outros.
O período de transição
O período de transição entre as duas eras da literatura brasileira se deu entre os anos de 1808 e 1836, sendo considerado por muitos estudiosos como um momento de inércia na literatura brasileira. Foi marcado pela chegada da Missão Artística Francesa no ano de 1816, que foi contratada por Dom João VI. O contexto era da chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro, e da Independência que ocorreria no ano de 1822. Não há, entretanto, registros significativos de produção literária brasileira nesse período.
Era Nacional
Durante a Era Nacional, que teve início em 1836, e perdura até os dias atuais, temos o Romantismo, o Realismo, o Simbolismo, o Modernismo e o Pós-Modernismo. O Romantismo foi a primeira escola literária que representou um movimento genuinamente brasileiro, tendo início no ano de 1836 com a publicação de Gonçalves Magalhães, “Suspiros Poéticos e Saudades”. Com autores significativos como Castro Alves, Joaquim Manoel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Martins Penas, entre outros, o movimento se manteve firme até o ano de 1881, período em que o Realismo começa a adentrar à literatura brasileira pelas mãos de Machado de Assis e Aluísio de Azevedo, entre outros autores. O Realismo e o Naturalismo são subdivididos pelos estudiosos em Romance Realista, Romance Naturalista e Poesia Parnasiana, tendo início no ano de 1881 com as obras “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “O Alienista”, de Machado de Assis, e “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo. Além destes nomes, podemos mencionar ainda Raul Pompéia, Alberto Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, entre outros.
O Simbolismo, marcado por autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Augusto dos Anjos, entre outros, tem início em 1893, quando Cruz e Souza publica “Missal e Broquéis”, e perdura até o início do século XX, na Semana da Arte Moderna, dando espaço pelo Modernismo, marcado por esse evento em 1922, em São Paulo. É nesse período que encontramos o fim e o início de uma nova era não somente da literatura, mas das artes de uma forma geral. O Modernismo, por sua vez recebe em sua história grandes nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Moraes, Raquel de Queiróz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, entre outros. O pós-modernismo envolve uma intensa transformação na produção artística brasileira após 1945, quando todos começam a receber novas formas de expressão.
Referências
Ensino de Literatura – William Roberto Cereja
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Literatura Brasileira. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/literatura-brasileira. Acesso em: 27 de November de 2024.
01. [ENEM] A escola realista, que contou com nomes como Machado de Assis, Raul Pompéia e Aluísio Azevedo, teve como principais características:
a) retorno aos ideais românticos defendidos pela literatura indianista de José de Alencar;
b) preocupação com a métrica e com a metalinguagem na arte literária;
c) retratar a sociedade e suas mazelas, em uma linguagem irônica e impiedosa sobre o homem e suas máscaras sociais.
d) confronto direto com o ideário religioso, estabelecendo um paradoxo com a literatura barroca.
e) defesa da cultura popular brasileira, resgatando símbolos e arquétipos do folclore nacional.
02. [ENEM] O Realismo, escola literária cujo principal representante brasileiro foi Machado de Assis, tem como característica principal a retratação da realidade tal qual ela é, fugindo dos estereótipos e da visão romanceada que vigorava até aquele momento. Sobre o contexto histórico no qual o Realismo está situado, são corretas as proposições:
I- O Brasil vivia tempos de calmaria política e social, havia um clima de conformidade, configurando o contentamento da colônia com sua metrópole, Portugal.
II- Em virtude das intensas transformações sociais e políticas, o Brasil é retratado com fidedignidade, reagindo às propostas românticas de idealização do homem e da sociedade.
III- O país vivia o declínio da produção açucareira e o deslocamento do eixo econômico para o Rio de Janeiro em razão do crescimento do comércio cafeeiro.
IV- Tem grande influência das teorias positivistas originárias na França, onde também havia um movimento de intensa observação da realidade e descontentamento com os rumos políticos e sociais do país.
V- Surgiu na segunda metade do século XX, quando no mundo eclodiam as teorias de expansões territoriais que culminaram nas duas grandes guerras. O Realismo teve como propósito denunciar esse panorama de instabilidade mundial.
Estão corretas:
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) I, II e III estão corretas.
d) II, III e IV estão corretas.
e) I e V estão corretas.
01. [C]
02. [D]