Quando falamos em chuva ácida, estamos nos referindo a um problema bastante moderno, causado essencialmente pelo crescimento intenso dos centros urbanos que, atualmente, são altamente industrializados. Diante disso, temos várias fontes de poluentes para as atmosferas, sendo que os gasosos são produzidos em grande quantidade pelas indústrias, usinas energéticas e veículos, como é o caso do óxido de nitrogênio e do dióxido de enxofre. Essa combinação, junto ao vapor de água que existe na atmosfera, acaba por se acumular nas nuvens, condensando junto ao que seria a chuva comum, as substâncias tóxicas.
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A água, na natureza, reage com alguns óxidos que formam ácidos, como é o caso da dissolução do gás carbônico na água, que forma o ácido carbônico. O pH da água, até então pura, que era 7,0, passa a ser 5,6 quando em equilíbrio com o CO2. Para que seja considerada chuva ácida, o pH deve ser menor que 5,6.
Essa variação no pH da chuva é causada pelo aumento da concentração dos óxidos de enxofre e de nitrogênio na atmosfera, denominados óxidos ácidos, justamente por darem origem à ácidos quando em contato com a água da chuva. Assim, forma-se a chuva ácida. Outro importante fator causador da chuva ácida é a emissão de dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio pelas fábricas que fazem uso de combustíveis fósseis, assim como usinas elétricas que são movidas a carvão. Ambas substâncias acabam se combinando com a umidade atmosférica, e geram o ácido sulfúrico diluído.
da Índia, do México, da China, da Rússia e do Brasil. Entre os anos de 1970 e 1980,as chuvas ácidas causaram muitos danos em uma cidade do litoral de São Paulo, Cubatão. Houveram casos em que muitos problemas de saúde foram gerados na população a partir dessa precipitação, como deficiências físicas. Além disso, para o meio ambiente, a chuva ácida ocasiona desmatamentos significativos, como ocorreu na mesma época na Mata Atlântica da Serra do Mar. Segundo a WWF, nos países ricos o problema também vem se acentuando, como em alguns países da Europa. Ainda segundo pesquisas da mesma instituição, na Europa, estima-se que 40% dos ecossistemas estão sendo cada vez mais prejudicados pelas chuvas ácidas, assim como por outras formas de poluição.
Nas águas de lagos, segundo pesquisas, houve uma grande perda nas populações de peixes, já que abaixo de pH 4,5 quase nenhum peixe consegue sobreviver, e níveis iguais ou superiores a 6,0 promovem populações saudáveis. A acidez atua nas águas inibindo a produção das enzimas que permitem que as larvas de peixes de água doce escapem das ovas, além de inibir o crescimento do fitoplâncton, o que acaba causando restrições na cadeia trófica. Ocorre, ainda, a mobilização nos sedimentos dos fundos dos lagos e rios, assim como do solo, de metais pesados. A alteração dos solos vai mais além, sofrendo mudanças em propriedades biológicas e químicas prejudicando a solubilidade de compostos e alterações na microbiologia do solo.
As árvores são danificadas pelo rompimento da superfície cerosa das folhas, assim como pela perda de nutrientes, que acabam fazendo com que as árvores tornem-se mais suscetíveis aos fungos, gelo e insetos, assim como causa o enfraquecimento das raízes e prejudica o crescimento delas, trazendo dificuldades para o transporte de nutrientes, necessários para a saúde das árvores.
Os efeitos, em plantações, podem ser amenizados com a aplicação de cal, assim como de fertilizantes, que acabam por repor os nutrientes perdidos. A técnica é de difícil aplicação, entretanto, em regiões nativas, de vegetação natural. A perda de cálcio das folhas em decorrência da acidez das chuvas, inclusiva, diminui a tolerância das plantas com relação ao frio, podendo causar danos graves e até mesmo a morte da planta durante o inverno.
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Aumento da corrosão atmosférica
Além de tudo que já foi mencionado, a precipitação ácida acaba por causar danos em edifícios e estruturas, como é o caso de edifícios históricos e monumentos, principalmente quando construídos com calcário e mármore. Há a reação do ácido sulfúrico com os compostos de cálcio, que forma o gesso, que pode ser solubilizado ou soltar-se das estruturas. No ferro, a chuva ácida causa o aumento no ritmo da oxidação, fazendo com que a ferrugem e seus danos se espalhem mais rapidamente.
Protocolo de Kyoto
No ano de 1997, alguns representantes de centenas de países reuniram-se em Kyoto, no Japão, objetivando a discussão de formas de diminuir a poluição mundial, tentando retardar os efeitos prejudiciais causados por tudo isso. O Protocolo de Kyoto foi resultado dessa reunião, documento em que ficaram estabelecidas algumas propostas para a redução da poluição, assim como a criação da Convenção de Mudança Climática das Nações Unidas. Grande parte dos países votou a favor do protocolo, mas países como os Estados Unidos alegaram que isso prejudicaria o crescimento industrial nacional, tornando-se, portanto, contra esse acordo.
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Referências
A chuva ácida e seus efeitos – Nilson Antônio Brena
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Chuva Ácida. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/chuva-acida. Acesso em: 23 de November de 2024.
01. [Univali] A chuva ácida é um fenômeno químico resultante do contato entre o vapor d’água existente no ar, o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio. O enxofre é liberado, principalmente, por indústrias de veículos e usinas termoelétricas movidas a carvão e a óleo; os óxidos de nitrogênio, por automóveis e fertilizantes.
Ambos reagem com o vapor de água, originando, respectivamente, os ácidos sulfuroso, sulfídrico e sulfúrico, e o ácido nítrico. Esses elementos se precipitam, então, na forma de chuva, neve, orvalho ou geada, na chamada chuva ácida.
Dentre os efeitos da chuva ácida estão a corrosão de equipamentos e a degradação das plantas, solos e lagos. O contato com os ácidos é prejudicial, podendo causar, por exemplo, doenças respiratórias.
As fórmulas dos ácidos citados no texto acima, respectivamente, são:
a) H2S, H2SO4, H2SO3, HNO3.
b) H2SO3, H2SO4, H2S, HNO2.
c) HSO4, HS, H2SO4, HNO3.
d) HNO3, H2SO4, H2S, H2SO3.
e) H2SO3, H2S, H2SO4, HNO3.
02. [Enem] Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações ácidas em Manchester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de dióxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes, ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7 e, ao contatar agentes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que provoca reações, deixando consequências.
Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).
O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida (pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como consequência
a) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e acidificação de lagos.
b) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da atmosfera.
c) a destruição da fauna e da flora e redução dos recursos hídricos, com o assoreamento dos rios.
d) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de cobre da rede elétrica.
d) a degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no Nordeste do nosso país.
01. [E]
02. [A]