Leucócitos

Os glóbulos brancos são componentes do sangue que protegem o organismo contra agentes infecciosos. Também chamados de leucócitos, os glóbulos brancos desempenham um papel importante no sistema imune através da identificação, destruição e remoção de agentes patogênicos, células danificadas, células cancerígenas e substâncias estranhas do corpo.
Os leucócitos se originam a partir de células-tronco da medula óssea e circulam no sangue e no fluído linfático, sendo capazes de deixar os vasos sanguíneos e migrarem para os tecidos do corpo. Ainda são categorizados como granulócito – quando há presença de grânulos (sacos contendo enzimas digestivas ou outras substâncias químicas) ou como agranulócito – quando há ausência de grânulos na célula.

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1. Granulócitos

Existem três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Como podem ser vistos sob um microscópio, os grânulos dessas células são aparentes quando corados.

1.1 Neutrófilos

Estas células têm um único núcleo que aparenta ter múltiplos lóbulos. Os neutrófilos são os granulócitos mais abundantes na circulação sanguínea. Eles são quimicamente atraídos para as bactérias e migram através do tecido para o local da infecção.

Para exercer seu papel defensivo, os leucócitos constantemente atravessam as finas paredes dos vasos capilares (formadas por uma única camada de células epiteliais), num fenômeno chamado diapedese. Eles passam pelo interstício entre uma célula e outra da parede do vaso e vão exercer o seu papel no tecido conjuntivo (SOARES, 1997, p. 110).

Os neutrófilos são conhecidos também como fagócitos, já que tem como objetivo engolir a célula alvo (bactéria, célula doente ou morta, etc) e destrui-la. Quando liberados, os grânulos dos neutrófilos atuam como lisossomos para digerir macromoléculas celulares. O neutrófilo é também destruído ao longo do processo de combate.

1.2 Eosinófilos

O núcleo desta célula apresenta dois lóbulos e muitas vezes aparece em forma de “U” em esfregaços de sangue. Os Eosinófilos são frequentemente encontrados em tecidos conjuntivos do estômago e intestinos. Os Eosinófilos também são considerados fagócitos e tem como alvo principalmente os complexos antígeno-anticorpo. Estes complexos são formados quando os anticorpos se ligam a antígenos para identificá-los como substâncias a serem destruídas. Os eosinófilos se tornam cada vez mais ativos durante infecções parasitárias e reações alérgicas.

1.3 Basófilos

Estas células são as menos numerosas de todos os glóbulos brancos. Elas têm um núcleo multi-lobular e seus grânulos contêm substâncias tais como a histamina e a heparina. A heparina dilui o sangue e inibe a formação de coágulos. A histamina dilata os vasos sanguíneos, aumenta a permeabilidade dos capilares, e aumenta o fluxo de sangue, o que contribui para o transporte de leucócitos para áreas infectadas. Basófilos são responsáveis ​​pela resposta alérgica do organismo.

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2. Agranulócitos

Existem dois tipos de agranulócitos, também conhecidos como leucócitos não-granulares: linfócitos e monócitos. Estas células brancas do sangue parecem não ter grânulos evidentes. Agranulócitos tipicamente possuem um grande núcleo, devido à ausência de grânulos citoplasmáticos.

2.1 Linfócitos

Após os neutrófilos, os linfócitos são o tipo mais comum de glóbulos brancos do sangue. Estas células apresentam forma esférica, com núcleos grandes e muito pouco citoplasma. Existem três tipos principais de linfócitos: linfócitos T, linfócitos B e células natural killer (NK).

Enquanto os linfócitos B defendem o organismo através da produção de anticorpos, os linfócitos T atuam atacando diretamente as células do corpo que foram invadidas por micróbios, numa espécie de combate corpo a corpo (LINHARES, 1998, p. 305).

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Os linfócitos T e B são essenciais para respostas imunes específicas, enquanto as células NK fornecem uma imunidade não específica.

2.2 Monócitos

São as maiores células brancas do sangue. Contém um único núcleo, grande, que pode ter várias formas, embora muitas vezes pareça possuir a forma de um rim. Os monócitos do sangue migram para os tecidos e desenvolvem-se em macrófagos e células dendríticas. Os macrófagos são células grandes presentes em quase todos os tecidos. Eles ativamente executam funções fagocíticas. As células dendríticas são comumente encontradas em tecidos localizados em áreas que entram em contato com antígenos do ambiente externo. Eles encontram-se na pele, internamente no nariz, pulmões e no trato gastrointestinal. As células dendríticas funcionam principalmente para apresentar as informações de antígenos para os linfócitos nos gânglios linfáticos e órgãos linfáticos. Isto ajuda no desenvolvimento da imunidade antigênica. As células dendríticas são assim chamadas porque apresentam projeções que são similares aos dendritos de neurônios.

3. Produção de Leucócitos

Os glóbulos brancos são produzidos pela medula óssea no interior do osso. Alguns glóbulos brancos amadurecem nos gânglios linfáticos, no baço ou no timo. O tempo de vida dos leucócitos maduros varia de poucas horas a vários dias. A produção das células do sangue é geralmente regulada por estruturas do corpo, tais como os nódulos linfáticos, baço, fígado e rins. Durante os tempos de infecção ou lesão, mais glóbulos brancos são produzidos e estão presentes no sangue.

Certas infecções afetam apenas alguns tipos de leucócitos. Na mononucleose, uma virose, o número de linfócitos aumenta muito, enquanto em algumas verminoses intestinais são os eosinófilos que estão aumentados. Em outras infecções, como a Aids, os linfócitos diminuem muito (LINHARES, 1998, p. 298).

4. Exame de contagem dos leucócitos

O exame de sangue conhecido como contagem de glóbulos brancos ou leucócitos é utilizado para medir o número de glóbulos brancos no sangue. Normalmente, há entre 4.300 – 10.800 células brancas presentes por microlitro de sangue. Uma baixa contagem de glóbulos brancos pode ser devido à doença, a exposição à radiação ou deficiência da medula óssea. Um elevado número de leucócitos pode indicar a presença de uma doença infecciosa ou inflamatória, anemia, leucemia, stress ou danos nos tecidos.

5. Você sabia que…

Quando estamos com uma infecção, o inchaço, a dor e a vermelhidão característicos na área infectada, na verdade são um resultado do combate ao agente infeccioso? A liberação de histamina causa a dilatação dos capilares e o aumento do fluxo de sangue na área, provocando os sintomas característicos.

Referências