A palavra rural vem do latim RURALIS, de RUS, que significa “campo, terra para agricultura”. Portanto, a zona rural também é chamada de campo e costuma agregar aspectos mais naturais em suas paisagens com menores modificações causadas pelo homem.
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A palavra urbano deriva do do Latim URBS, que significa “cidade grande”. A zona urbana equivale às áreas caracterizadas pelo processo de urbanização, que é um fenômeno que está ligado ao crescimento da população e dos territórios das cidades. Esse crescimento é ocasionado pelo crescimento vegetativo natural das próprias cidades, e às migrações, em grande parte de pessoas vindas do campo.
A esse fluxo migratório específico convencionou-se chamar de êxodo rural, que é quando as pessoas saem do campo em direção às cidades em busca de melhores condições de vida. Essa migração costuma desencadear muitos problemas urbanos como aumento da população, crescimento desordenado das cidades, favelização, violência, entre outros.
Diferenças entre rural e urbano
As diferenças entre zona rural e urbana perpassam questões naturais, sociais e econômicas.
Na zona rural prevalecem as paisagens naturais, com presença significativa de fauna e flora originais da região. As relações sociais costumam ser mais próximas. Os moradores formam uma comunidade rural. As principais atividades econômicas costumam ser voltadas para a agricultura, pecuária, extrativismo, silvicultura, conservação ambiental, turismo rural (ecoturismo).
Na zona urbana as prevalecem as paisagens humanizadas, ou seja, artificiais e modificadas pelo homem. As relações sociais são mais complexas porque envolve muitas pessoas que não se conhecem e por isso ocorre em níveis diferentes de aproximação. Os habitantes da cidade formam a comunidade urbana. A economia costuma ser movimentada pelos setores da indústria, comércio e serviços. A densidade demográfica na zona urbana costuma ser maior do que na zona rural.
Outra diferença é que nas cidades você costuma ver inúmeras ruas e avenidas asfaltadas, indústrias, hospitais, escolas e comércios, além de serviços como abastecimento de água, sistemas de esgoto e iluminação pública. Ou seja, a infraestrutura é melhor na zona urbana do que na zona rural.
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Entretanto não existe uma zona mais importante do que outra, pois ambas se completam na geração de renda de um município. A zona urbana e a zona rural dependem uma da outra na troca de produtos e serviços.
No Brasil, as taxas de analfabetismo ainda são altas e são maiores entre a população que vive nas áreas de zona rural. O número de escolas com Ensino Médio e de creches é menor que nas cidades e a infraestrutura deixa a desejar, faltando laboratórios de informática e por vezes até mesmo energia elétrica.
Algumas mudanças
Os termos classificatórios, na grande maioria das vezes, são criados para facilitar o entendimento e por questões didáticas. É o caso desses conceitos vistos até aqui como totalmente opostos e isolados. No entanto, na prática vemos que eles se misturam e o que existe são áreas predominantemente rurais ou urbanas.
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“A concepção tradicional do rural como o lugar do atraso e da rusticidade e do urbano como o lugar do progresso e da modernidade, não pode mais ser tida como absoluta. Tanto o rural como o urbano tem passado por grandes transformações que fazem com que estes espaços tenham características distintas dessa visão ultrapassada. O processo de modernização da agricultura, seguido pela explosão das facilidades do acesso aos meios de comunicação, transformaram profundamente a realidade do meio rural” (LINDNER, M. et al., 2009).
Diante das objeções que a concepção antagônica entre rural e urbano passou a sofrer, alguns estudiosos hoje defendem que entre esses dois aspectos existe uma transição, a qual chamam de continuum rural-urbano. Conforme Wanderley (2001), “o continuum se desenha entre um pólo urbano e um pólo rural, distintos entre si e em intenso processo de mudança em suas relações” (Wanderley, 2001, p.33). Contudo, a autora enfatiza que essa relação não põe fim às particularidades nem do rural e nem do urbano.
De acordo com o censo 2010, o mais recente, a maior parte dos brasileiros vive em cidades. Os dados apontam que aproximadamente 85% da população vive em zonas consideradas urbanas.
Referências
LINDNER, M. et al. Presença da ruralidade em municípios gaúchos: o exemplo de Silveira Martins, RS. In: XIX ENGA, São Paulo, 2009.
NOVA ESCOLA. Educação rural no Brasil.
WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. A ruralidade no Brasil moderno. Por um pacto social pelo desenvolvimento rural. In: ¿Una nueva ruralidad en América Latina?. Buenos Aires: CLACSO.
Por Isabela Naira
Naira, Isabela. Zona Rural e zona urbana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/zona-rural-e-zona-urbana. Acesso em: 22 de November de 2024.
01. [UEL-adaptada] “… A penetração do capitalismo na agropecuária liberou grandes contingentes de mão de obra, seja pela mecanização das atividades, seja pela concentração da propriedade da terra. Esse pessoal migrou para as cidades (êxodo rural), que não se aparelharam o suficiente em termos de infraestrutura urbana… Multiplicam-se as favelas e cortiços, o transporte é insuficiente e a indústria não acompanha o ritmo de crescimento urbano. Mesmo assim, a agropecuária é de grande peso na economia que está articulada a um setor terciário bastante diversificado.” Os principais destinos dos migrantes que saiam do campo foram as cidades das regiões:
a) Norte e Sudeste.
b) Sudeste e Sul.
c) Norte e Centro-Oeste.
d) Sul e Norte.
e) Nordeste e Centro-Oeste.
02. [Enem 2014] No século XIX, o preço mais alto dos terrenos situados no centro das cidades é causa da especialização dos bairros e de sua diferenciação social. Muitas pessoas, que não têm meios de pagar os altos aluguéis dos bairros elegantes, são progressivamente rejeitadas para a periferia, como os subúrbios e os bairros mais afastados.
RÉMOND, R. O século XIX. São Paulo: Cultrix, 1989 (adaptado).
Uma consequência geográfica do processo socioespacial descrito no texto é a
a) criação de condomínios fechados de moradia.
b) decadência das áreas centrais de comércio popular.
c) aceleração do processo conhecido como cercamento.
d) ampliação do tempo de deslocamento diário da população.
e) contenção da ocupação de espaços sem infraestrutura satisfatória.
01. [B]
02. [D]