Plano inclinado

O plano inclinado é uma superfície plana cujos pontos inicial e final estão em alturas diferentes. Muito presente em nosso cotidiano, relaciona-se com a 2ª lei de Newton sobre aceleração.

Como o próprio nome sugere, o plano inclinado é uma superfície plana na qual os pontos inicial e final estão em alturas diferentes. A força necessária para carregar um objeto entre o início e o fim da trajetória citada é menor no plano inclinado do que em uma trajetória completamente vertical.

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O que é plano inclinado?

Relacionadas

Leis de Newton
As leis de Newton são três, e todas de extrema importância não apenas para o estudo da física, mas com relação às suas aplicações práticas.
Força
A força está presente em nosso cotidiano, e é estudada pela física, podendo ser de quatro tipos: força nuclear forte e fraca, força eletromagnética e força da gravidade.
Tração
Força de tração é aquela que surge em fios, cabos, cordas ou similares quando eles são puxados.

Plano inclinado pode ser entendido como um tipo de máquina simples. Ele está muito presente em nosso cotidiano. Por exemplo: é mais difícil subir um lance de escadas do que fazer o mesmo trajeto por meio de uma rampa. Para vencer cada degrau, precisamos realizar uma força maior que o peso do nosso corpo. Já para subir uma rampa, realizamos uma força maior que um dos componentes do peso.

Observe na figura que, neste caso, a força normal e a força peso não têm a mesma direção. Isso acontece porque a força normal é sempre perpendicular à superfície na qual o corpo se encontra. Logo, se o objeto está em uma superfície inclinada, a força normal estará a 90° do plano. Já a força peso sempre aponta para baixo.

Tipos de plano inclinado

Para o estudo do plano inclinado, devemos decompor a força peso em componentes x e y, isto é, em componentes horizontais e verticais respectivamente. Consideramos como componente horizontal a superfície do plano inclinado e componente vertical é perpendicular a ela. Dessa forma, as forças que estão sobre a superfície do plano estão na horizontal. Seguindo este raciocínio, podemos realizar o cálculo para diferentes tipos de plano inclinado:

Plano inclinado sem atrito

Todo Estudo

No plano inclinado sem atrito, escrevemos as forças que atuam sobre o bloco. Além disso, decompomos a força peso em componentes verticais e horizontais. A componente vertical do peso (Py) será oposta à força normal. Já o seu componente horizontal (Px) será a força responsável pelo movimento. Assim, devemos encontrar a força resultante para a vertical (y) e horizontal (x). Desta forma:

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Na vertical, isto é, a força em y:

Fy = N – Py = 0

Em que,

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  • Fy: Componente vertical da força resultante (N);
  • N: Força normal (N);
  • Py: Componente vertical do peso (N);

Como não há movimento vertical, ou seja, como o objeto não “pula” no plano inclinado, a força resultante na vertical é nula. Concluímos que:

N = Py

Porém, sabemos que a força peso é dada pelo produto da massa pela aceleração gravitacional. Além disso, como estamos lidando com um componente desta força, consideramos a projeção do vetor do peso sobre o eixo y. Assim:

N = mg cosθ

Em que,

  • N: Força normal (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • g: Aceleração da gravidade (m/s2);
  • cosθ: Cosseno do ângulo de inclinação do plano;

Já para o componente horizontal, isto é, a força em x, temos:

Fx = Px = m a

Em que,

  • Fx: Componente horizontal da força resultante (N);
  • Px: Componente horizontal do peso (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • a: Aceleração a(m/s2);

Novamente, o peso é dado pelo produto da massa pela aceleração da gravidade no local. Porém, agora consideramos a projeção do vetor peso sobre o eixo x. Assim:

Px = mg senθ

Em que,

  • Px: Componente horizontal do peso (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • g: Aceleração da gravidade (m/s2);
  • senθ: Seno do ângulo de inclinação do plano;

Note que a única força horizontal que atua sobre o bloco é o componente horizontal do peso. Isso acontece porque não há atrito entre o corpo e a superfície do plano inclinado. Vejamos agora o que acontece se houver atrito:

Plano inclinado com atrito

Todo Estudo

Caso haja atrito entre o corpo e a superfície do plano inclinado, a força de atrito estará no sentido oposto da componente horizontal da força peso. Além disso, no componente vertical, o cálculo da força continua igual ao cálculo do plano inclinado sem atrito.

Desta forma, para o componente vertical, temos:

Fy = N – Py = 0

Em que,

  • Fy: Componente vertical da força resultante (N);
  • N: Força normal (N);
  • Py: Componente vertical do peso (N);

Como não há movimento vertical, ou seja, como o objeto não “pula” no plano inclinado, a força resultante na vertical é nula. Concluímos que:

N = mg cosθ

Em que,

  • N: Força normal (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • g: Aceleração da gravidade (m/s2);
  • cosθ: Cosseno do ângulo de inclinação do plano;

Já para o componente horizontal, consideramos a força de atrito a qual é dada por

Fat = ?N

Em que,

  • Fat: Força de atrito (N);
  • ?: Coeficiente de atrito (essa grandeza física não possui unidade de medida);
  • N: Força normal (N);

Assim, a força resultante na horizontal será:

Fx = Px – Fat = m a

Em que,

  • Fx: Componente horizontal da força resultante (N);
  • Fat: Força de atrito (N);
  • Px: Componente horizontal do peso (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • a: Aceleração a(m/s2);

Caso o corpo esteja em repouso em relação ao plano ou com velocidade constante, teremos:

Fx = Px – Fat = 0

Px = Fat

Em que,

  • Fx: Componente horizontal da força resultante (N);
  • Fat: Força de atrito (N);
  • Px: Componente horizontal do peso (N);

Caso o corpo esteja parado sobre a superfície inclinada, note que consideramos o atrito estático. Se houver movimento, consideramos o atrito dinâmico. Além disso, o componente horizontal do será igual à força de atrito apenas se o bloco estiver em repouso ou se estiver se deslocando com velocidade constante.

Caso o corpo estiver desenvolvendo um movimento uniformemente variado, isto é, com aceleração constante, deve-se considerar a seguinte relação:

Fx = Px – Fat = m a

Em que,

  • Fx: Componente horizontal da força resultante (N);
  • Fat: Força de atrito (N);
  • Px: Componente horizontal do peso (N);
  • m: Massa do bloco (kg);
  • a: Aceleração a(m/s2);

Além da possibilidade do cálculo das força envolvidas no plano, podemos calcular a aceleração em ambos os casos.

Aceleração no plano inclinado

A aceleração do plano inclinado dependerá do ângulo de inclinação e, também, da aceleração da gravidade no local. No plano sem atrito, encontramos anteriormente que a força resultante na horizontal será igual ao componente x do peso. Isto é:

Fx = Px

Em que,

  • Fx: Força resultante horizontal do peso (N);
  • Px: Componente horizontal do peso (N);

Além disso, sabemos que a força resultante é o produto da massa pela aceleração do corpo e a força peso em x é o produto da massa, da aceleração da gravidade no local e do seno do ângulo de inclinação. Assim:

ma =mg senθ

Em que,

  • m: Massa do corpo (kg);
  • a: Aceleração (m/s2);
  • g: Aceleração da gravidade (m/s2);
  • senθ: Seno do ângulo de inclinação do plano.

Como há massa em ambos os lados da igualdade, podemos tirá-la da equação. Desta forma, ficamos com:

a =g senθ

Em que,

  • a: Aceleração (m/s2);
  • g: Aceleração da gravidade (m/s2);
  • senθ: Seno do ângulo de inclinação do plano.

Note que a aceleração no plano inclinado não dependerá da massa do corpo, apenas da aceleração da gravidade no local e da inclinação do plano. É possível ver que a aceleração do corpo será igual a aceleração gravitacional em um caso limite de um plano com inclinação igual a 90°, porque sen (90°) = 1.

Videoaulas sobre plano inclinado

Agora que já aprendemos sobre o plano inclinado, sua teoria e seus cálculos, vamos aprofundar nosso conhecimento.

Experimento sobre o plano inclinado

Veja uma demonstração experimental do plano inclinado.

Plano inclinado sem atrito

Agora, observe os princípios do plano inclinado sem atrito.

Plano inclinado com atrito

Aprofunde seus conhecimentos sobre o plano inclinado com atrito.

Este assunto muito comum tanto em nosso cotidiano, quanto em avaliações de física. Além disso, é possível relacionar e observar que os cálculos utilizados são aplicações diretas da segunda lei de Newton sobre aceleração e dos conceitos de estática. Vale a pena conferir!

Referências

MENEZES, L. C. et al. Leituras de Física (GREF): Mecânica – ler, pensar e fazer. São Paulo: Instituto de Física da USP. 1998.

Hugo Shigueo Tanaka
Por Hugo Shigueo Tanaka

Divulgador Científico e co-fundador do canal do YouTube Ciência em Si. Historiador da Ciência. Professor de Física e Matemática. Licenciado em Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Ensino de Ciências e Matemática (PCM-UEM). Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática (PCM-UEM).

Como referenciar este conteúdo

Tanaka, Hugo Shigueo. Plano inclinado. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/fisica/plano-inclinado. Acesso em: 23 de November de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UECE]

Suponha que uma esfera de aço desce deslizando, sem atrito, um plano inclinado. Pode-se afirmar corretamente que, em relação ao movimento da esfera, sua aceleração

a)aumenta e sua velocidade diminui.
b)e velocidade aumentam.
c)é constante e sua velocidade aumenta.
d)e velocidade permanecem constantes

Pelos estudos do plano inclinado vistos anteriormente, temos que:
a = g sen θ

Dessa forma, como a aceleração depende apenas da aceleração gravitacional e da inclinação do plano, as quais são constantes, a bolinha desenvolve um Movimento Uniformemente Variado (MUV).
Logo, a aceleração é constante e a velocidade aumenta de maneira linear.
Resposta correta: C.

2. [UEG - Adaptada]

Sobre um plano inclinado e colocada uma caixa em repouso e fixada a um cabo inextensível de massa desprezível. Não existe atrito entre a caixa e o plano inclinado.

Qual será a aceleração da caixa ao se cortar o cabo?

Analisando as forças que atuam sobre o bloco:

Nesse caso, a força de tração (T) é igual ao peso do corpo em x (mg sen30°).

Ao cortar o cabo, temos que a aceleração desenvolvida pelo corpo será igual a aceleração da gravidade vezes o seno de 30 graus:
a = g sen 30°

O exercício não fornece valores para as acelerações. Porém, podemos substituir o valor de sen 30°, que é 1/2.

Assim:
a = g/2

Ou seja, a aceleração desenvolvida pela caixa é igual a metade da aceleração gravitacional.

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