Considerada um dos berços da civilização, a região da Mesopotâmia foi ocupada por diversos grupos entre os anos 3.000 e 300 a.C., incluindo os sumérios, babilônios e assírios, além de grupos tribais da Ásia Central. O interesse na região se devia principalmente a presença de terras férteis e a proximidade de rios, o que facilitava muito a obtenção de água, as atividades pesqueiras e o transporte.
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A presença dos rios Tigre e Eufrates tornava o solo da região muito fértil, devido às cheias dos rios, oferecendo condição bastante favorável para a agricultura em uma região onde a maioria das localidades era muito árida. Dessa forma, a região da Mesopotâmia, por suas características únicas, permitiu que os povos nômades que ali chegassem pudessem se fixar ao local e desenvolver cidades próprias, deixando de depender exclusivamente da caça e dos recursos naturais oferecidos para sua sobrevivência.
Economia e Sociedade
A principal atividade econômica era a agricultura, predominando o cultivo de trigo e cevada. O comércio atingiu alto grau de desenvolvimento, e a Babilônia se transformou num dos grandes centros comerciais da Antiguidade.
A sociedade possuía uma estrutura piramidal, semelhante à egípcia, na qual existia um rei e a elite econômico-militar que faziam parte do Estado, os camponeses que serviam ao governo, e também os escravos. Embora, assim como no Egito, os governantes mesopotâmicos também fossem tomados por representantes divinos, a sociedade os enxergava mais como intermediadores – e não propriamente como criaturas sagradas.
“Enquanto o rei egípcio é concebido por um pai divino, educado na juventude por divindades e, desde o seu advento, elevado à categoria dos deuses, permanecendo nesta situação após a morte, o rei mesopotâmico aparece somente como o representante da divindade junto aos homens e como representante destes junto àquela, ou seja, como intermediário entre o mundo divino e o humano. Para os seus súditos, constitui, portanto, uma espécie de talismã. Protege-os. Tenta garantir a boa vontade dos deuses a seu respeito, isto é, tenta criar e manter condições favoráveis à sua vida e à sua prosperidade, por meio do acordo com as forças sobrenaturais.” (AYMARD e AUBOYER apud CROUZET, 1965, p. 125).
Religião
Eram politeístas, os principais deuses eram: Marduk, o deus da Babilônia e do comércio; Samash, o sol; Anu, o céu; Enlil, deus do ar; Ea, da água; Ishtar, deusa do amor e da guerra; e Tamus, deus da vegetação.
Não acreditavam na vida após a morte. Os rituais religiosos eram comandados pelos sacerdotes nos templos zigurates.
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Chegada dos sumérios
De origem semita, os sumérios foram provavelmente os primeiros a habitar a porção sul da região, conhecida como Baixa Mesopotâmia. Assim como os povos que ali chegaram, os sumérios realizaram grandes contribuições com relação ao sistema de armazenagem e utilização da água, canalizando rios, construindo canais de irrigação, barragens e diques. Esta evolução do sistema hidráulico realizada pelos povos sumérios foi de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Outra grande contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C, que se utilizava de placas de barro para registrar a escrita. Essa forma de registro é o que nos permite ter conhecimento sobre as atividades cotidianas deste período da história.
Os sumérios também desenvolveram construções em formato de pirâmides denominadas zigurates. Estas construções serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e como templos religiosos. Várias cidades importantes foram construídas pelos sumérios, como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
Babilônios
Os babilônios apresentaram grandes contribuições com relação ao desenvolvimento de leis que regiam a organização da sociedade da época, como por exemplo, o Código de Hamurabi e a Lei de Talião – que punia severamente os criminosos com base na gravidade de seu crime.
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Durante o século VII a.C., Nabucodonosor II ordenou a construção de dois templos de grande relevância arquitetônica: os Jardins Suspensos e a Torre de Babel, que era um zigurate vertical de 90 metros de altura.
Os babilônios também desenvolveram um calendário agrícola, baseado nas cheias do Rio Eufrates, além de um preciso relógio de sol.
Hamurabi governou durante o Primeiro Império Babilônico, fundado pelos amoritas. Após sua morte, a região mesopotâmica foi invadida diversas vezes até a chegada dos Assírios. Os caldeus foram os responsáveis pela derrota dos assírios e pela construção do Segundo Império Babilônico, no qual Nabucodonosor II foi o imperador mais conhecido.
Assírios
Também de origem semita, este povo se destacou pelo desenvolvimento de uma forte organização militar. Dominavam territórios para demonstrar sua hegemonia e eram excepcionalmente cruéis com os povos conquistados. O centro administrativo dos assírios era a cidade de Nínive, que foi saqueada pelos caldeus. Assim foi iniciado o novo império babilônico da Mesopotâmia.
A ocupação pelo Império Persa
Após a morte de Nabucodonossor, iniciou-se a decadência do Império Caldeu (ou Babilônico), até que em 539 a.C, a Babilônia foi conquistada pelos Persas. Este foi o fim da Mesopotâmia com autonomia política, que foi transformada em província persa.
Referências
BONINI, A. et al. História. Curitiba:SEED, 2006.
AYMARD e AUBOYER apud CROUZET, 1965, p. 125
Por Carlos Ferreira
Formado em Ciências Econômicas e Jornalismo. Possui ampla experiência editorial e redacional em conteúdos jornalísticos com foco em mídias digitais.
Ferreira, Carlos. Mesopotâmia. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/mesopotamia. Acesso em: 21 de November de 2024.
(UFSM/04) A região da Mesopotâmia ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da civilização sumeriana devido ao fato de:
a) ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas.
b) ter um subsolo rico em minérios, possibilitando o salto tecnológico da idade da pedra para a idade dos metais.
c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao isolamento necessário para o crescimento socioeconômico.
d) possuir uma área agricultável extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates.
e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para a locomoção de pessoas e apropriado para desenvolvimento comercial.
2. (UFRN/99)
As sociedades que, na Antiguidade, habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tinham em comum o fato de:
a) terem desenvolvido um intenso comércio marítimo, que favoreceu a constituição de grandes civilizações hidráulicas.
b) serem povos orientais que formaram diversas cidades-estado, as quais organizavam e controlavam a produção de cereais.
c) haverem possibilitado a formação do Estado a partir da produção de excedentes, da necessidade de controle hidráulico e da diferenciação social.
d) possuírem, baseados na prestação de serviço dos camponeses, imensos exércitos que viabilizaram a formação de grandes impérios milenares.
1. [d]
A Mesopotâmia marca o período histórico associado ao nascimento das chamadas “sociedades hidráulicas”. O local atraiu diversas civilizações em razão de seus amplos recursos hídricos. Juntamente com o desenvolvimento agrícola, passaram a se formar vários centros urbanos com elaboradas atividades culturais, religiosas e políticas.
2. [c]
Marcando o processo que desemboca na formação das primeiras civilizações, os povos que habitavam a região do Nilo, Tigre e Eufrates engendraram rico suporte hidráulico, promovendo acriação de sociedades complexas onde se vê a presença de um grande contingente populacional, a formação de instituições políticas e estratificação social.