Região Sul do Brasil

Os três estados pertencentes ao sul se destacam entre os melhores índices de qualidade de vida do Brasil.

A região Sul do Brasil é constituída por três estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Fazendo fronteira com Uruguai, Argentina e Paraguai. Assim, representa um espaço estratégico para que as relações internacionais sejam possíveis, como a importação e exportação de mercadorias.

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Ilustração: Reprodução
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1. Economia

A economia da região Sul é bastante diversificada, e considerada a segunda mais representativa do Brasil, ficando apenas atrás do Sudeste. Além do setor das tecnologias, merece destaque o ramo das exportações, especialmente nos setores agroindustriais, relevando-se a importância da criação de aves e a produção de grãos. Há uma tradição agrícola no Sul do país, trazida pelos imigrantes europeus. A região já chegou a ser conhecida como “celeiro do Brasil”, devido às proporções da produção de gêneros alimentícios naquele contexto.

“A produção agrária da região se diversificou, estendendo-se do plantio de grãos à criação de gado, e a produtividade e o volume de produção da agropecuária sulista aumentaram muito.” (TAMDJIAN, 2012, p. 300)

Na região Sul destacam-se duas modalidades de produção:

  • Policultura: geralmente desenvolvida em pequenas propriedades, podendo ser para consumo próprio ou venda em feiras e supermercados. Essa modalidade de produção foi amplamente influenciada pelos costumes dos imigrantes europeus. São cultivados: milho, feijão, mandioca, frutas, verduras, e outros.
  • Monocultura: desenvolvida em propriedades de maiores extensões, com a finalidade de abastecimento do mercado interno, mas também das exportações. Dentre as atividades de maior destaque estão: grãos (soja, milho, café, etc.), erva-mate, algodão, frutas e outros.

A pecuária também tem destaque na região Sul, assim como o extrativismo (mineral, vegetal e animal). O setor industrial também é forte na região, destacando-se as indústrias de laticínios e os frigoríficos.

“A expansão da pecuária mudou o espaço geográfico do Sul do Brasil.” (TAMDJIAN, 2012, p. 35)

A expressividade da pecuária é derivada dos anos após a colonização da região, quando por influência de Portugal, a região Sul expandiu a criação de gado. Com o passar do tempo, houve a intensificação desta atividade, a qual atualmente ocupa vastas extensões sulinas.

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2. Aspectos físicos

Dentre as regiões do Brasil, a Sul é a que possui as menores temperaturas registradas, podendo, inclusive, registrar geada e neve em algumas regiões durante o inverno. Nas áreas de clima subtropical, as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano. Em relação à vegetação, há a presença da Mata dos Pinhais, ou Araucárias (nas regiões de planalto); Mata Atlântica (na região da Serra do Mar); Campos (nos pampas gaúchos). Vejamos mais sobre cada um destes biomas:

Campos Sulinos: presente em parte do território do Rio Grande do Sul, estendendo-se também para outros países na divisa. Os campos são também chamados de “pampas”, devido à sua característica de terreno plano. O bioma lembra em alguns aspectos as savanas, com vastas extensões planas, gramíneas e poucas árvores.

Foto: Reprodução
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Mata Atlântica: É um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. Este bioma está presente nos três estados do Sul, se estendo para vários outros ao longo do território nacional. A mata possui uma característica heterogênea em diversidade, abrigando desde florestas densas, abertas e mistas, até florestas estacionais decíduas e semidecíduas. Há também campos de altitude, mangues e restingas.

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Foto: Reprodução
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Mata de Araucária: Vegetação característica dos estados do Sul do Brasil, por suas características adaptadas ao clima mais ameno. São árvores aciculifoliadas, cujas folhas possuem formato de agulha, e a espécie predominante é o pinheiro-do-paraná.

Foto: Reprodução
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3. População e qualidade de vida

Na região Sul do Brasil existe uma grande diversidade de povos, muito embora a história de colonização dos estados do Sul tenha a forte presença de imigrantes europeus, especialmente italianos e alemães.

“Logo após a independência, o governo imperial incentivou a entrada de alemães no sul do país com o propósito de garantir a soberania num território ainda em litígio, dando aos desbravadores o direito de se apropriar das terras devolutas […] os italianos vieram posteriormente.” (SILVA, 2013, p. 41)

Assim, as características germânicas permanecem em alguns municípios dos estados do Sul. Mais tarde outras etnias também integraram a população desta região. É relevante frisar que antes da chegada dos estrangeiros em terras brasileiras, já havia aqui os indígenas, os quais foram vitimados pela ação colonizadora, e em muitos casos, expulsos da região.

Atualmente os estados do Sul apresentam índices de qualidade de vida que estão entre as melhores do Brasil. Uma prova disso é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos três estados, que estão nas seguintes posições: 2° Santa Catarina: 0,840 – 5° Rio Grande do Sul: 0,832 – 6° Paraná: 0,820. Além do IDH, outro índice importante é o PIB (Produto Interno Bruto), o qual traz os seguintes dados: 4º Rio Grande do Sul: 263 – 5º Paraná: 239 – 6º Santa Catarina: 169 (os valores são em bilhões de reais). Mais uma vez os estados do Sul estão entre as primeiras posições.

Referências

TAMDJIAN, James Onnig (Org.) Geografia: estudos para a compreensão do espaço – o espaço geográfico do Brasil. 7º ano. São Paulo: FTD, 2012.

Luana Caroline
Por Luana Caroline

Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).

Como referenciar este conteúdo

Künast Polon, Luana Caroline. Região Sul do Brasil. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/regiao-sul-do-brasil. Acesso em: 25 de November de 2024.

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1. [FGV/2004] Considere os textos apresentados abaixo.
Região I – A década de 70 marca uma profunda transformação nas estruturas de pequenas propriedades familiares, em função tanto do esgotamento dos espaços rurais pioneiros, já inteiramente ocupados, quanto da forte concentração da propriedade da terra ocorrida com o avanço das áreas sojicultoras altamente mecanizadas.
Região II – O predomínio de latifúndios pecuaristas, do tipo extensivo, a progressiva ocupação das áreas de cerrado pela moderna agricultura mecanizada de grãos tendem a reforçar a tradicional estrutura de grandes propriedades poupadoras da mão-de-obra existente na região.
Os textos referem-se a processos que, no Brasil, provocaram o êxodo rural e consequente aumento de população urbana nas regiões I e II, que são, respectivamente:

a) Sul e Centro-Oeste.
b) Sul e Sudeste.
c) Centro-Oeste e Norte.
d) Sudeste e Norte.
e) Norte e Nordeste.

1. [A]

A primeira afirmativa, sobre o esgotamento dos espaços rurais pioneiros, e a mecanização agrícola para as atividades de monoculturas, está se referindo ao Sul do Brasil. Fator este que começou a tomar intensidade a partir da década de 1970. Já a segunda afirmativa, que se refere aos latifúndios pecuaristas e a ocupação do cerrado, faz referência ao Centro-Oeste brasileiro, ambiente no qual o cerrado é a vegetação predominante.

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