“Metonímia é a substituição de uma palavra ou expressão por outra, quando entre ambas existe uma contiguidade (proximidade, vizinhança) de sentidos que permite essa troca.” (FERREIRA, 2011, p. 69)
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Exemplos:
- Use uma colher de maizena apenas na massa do bolo.
- Compre uma qboa para mim, por favor.
- Eu mesmo só uso bom bril.
Essas são frases bastante comuns no dia a dia das pessoas, pois a marca dos produtos acabam servindo de substituintes para as suas verdadeiras designações. Por exemplo, bom bril é uma palha de aço, maizena é amido de milho, qboa é água sanitária, dentre outros casos inúmeros. Esse recurso linguístico pode acontecer também com outros objetos e lugares.
É preciso tomar cuidado para não confundir metáfora com metonímia.
A metáfora se baseia em um mecanismo de associação de ideias, de semelhança, de comparação mental.
A metonímia, por sua vez, é a simples troca de uma palavra por outra. Essa troca só é possível entre palavras que apresentam entre si uma contiguidade de sentidos.
Caso particular: sinédoque
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Existe um tipo particular de metonímia em que a palavra que indica o todo de um ser é substituída por outra que indica apenas uma parte dele. A esse recurso dá-se o nome de sinédoque.
Exemplos:
- O rebanho tinha mil cabeças. (subentende-se mil animais)
- A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos.
- O homem foi à Lua anos atrás.
- Nunca tive um teto para me abrigar.
- A cidade tem 150 mil almas.
- A cidade movimentou-se para ajudá-lo.
- O brasileiro tenta encontrar uma saída para suportar a crise.
- Depois desse caso, desacredito no Juizado brasileiro.
Exemplos de metonímia:
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- Ao final do concerto, o teatro inteiro aplaudiu a orquestra.
- Toda tarde, o velho bronze soava na torre da igrejinha.
- Gosto de ler Machado de Assis e Clarice Lispector.
- Não te afastes da cruz.
- Sócrates bebeu sua morte.
- Moro no campo e como do meu trabalho.
- Os microfones e as câmeras foram atrás dos jogadores.
- Os mortais pensam e sofrem nesse mundo.
- Meu filho adora danone e Yakult.
- A balança penderá para o seu lado.
- Conseguiu sucesso com determinação e suor.
- Tratava-se de um papo-cabeça.
- Era difícil resistir aos encantos daquela doçura.
- Quantos quilos ela come por dia? Quilos, não sei, mas ela é boa de garfo.
- Queria tomar um Porto fervido com maçãs.
- Comprei uma caixa de Gilette.
- O jantar foi servido à base de porcelanas e cristais.
- Enormes chaminés dominam os bairros fabris da cidade inglesa.
- As chuvas chegaram.
- Vou trocar meu carro por um Ford.
- Essa garota vai viver do trabalho.
- Setembro: a estação das rosas.
No cotidiano, a metonímia é também é muito empregada para orientar usuários em guias turísticos, terminais de transporte, ginásios esportivos, postos de gasolina e rodoviários, etc. Eles vêm em forma de criptogramas, imagens ou grupo de imagens que integram uma escrita sintética, resumida.
Referências
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. Volume único. São Paulo: FTD, 2011.
Por Priscila Nayade
Graduada em Letras Português - Licenciatura (UnB)
Nayade, Priscila. Metonímia. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/metonimia. Acesso em: 23 de November de 2024.
1. [FMU/2012] Em: “Ele lê Machado de Assis”, há:
a) Catacrese
b) Perífrase
c) Metonímia
d) Metáfora
e) Inversão
2. [MED – Taubaté/2012] Nos versos: “Deixa em paz meu coração/que ele é um pote até aqui de mágoa” verifica-se a seguinte figura de linguagem:
a) Metonímia
b) Metáfora
c) Perífrase
d) Sinédoque
e) Catacrese
1. [C]
Considerando que a metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, percebe-se esse recurso na frase já que “Machado de Assis” foi empregado no lugar de “o livro de Machado de Assis”.
2. [B]
Sendo a metáfora uma comparação implícita entre dois termos, comparação essa em que não há conectivo comparativo, pode-se observá-la nesse caso. Isso pode ser percebido na relação existente entre “meu coração” e “um pote até aqui de mágoa”.