Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral foi umas das principais pintoras do Brasil no século XX e é de extrema relevância até os dias de hoje para compreender o povo brasileiro.

Tarsila do Amaral foi uma pintora brasileira nascida na cidade de Capivari, interior de São Paulo, no dia 1º de setembro de 1886.

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Filha de aristocratas, mais precisamente de uma família de cafeicultores, Tarsila teve uma educação privilegiada.

Biografia de Tarsila do Amaral

Auto-Retrato (1923)

A jovem Tarsila começou seus estudos na Escola de Sion de São Paulo e depois foi estudar em Barcelona, Espanha, onde, aos 16 anos, pintou sua primeira obra: Sagrado Coração de Jesus, em 1904.

Aos 20 anos e de volta ao Brasil, Tarsila casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve sua única filha, Dulce.

Em 1920, retornou à Europa, onde permaneceu por dois anos, continuando seus estudos na Académie Julian, em Paris, e na oficina de Émile Renard onde teve contato com importantes mestres da pintura europeia, entre eles Fernand Léger.

Para a carreira de Tarsila, esse período foi muito importante, pois, foi nestes anos que conheceu o dadaísmo, futurismo e cubismo, com o qual viria a se identificar, se declarando uma pintora cubista.

Dois anos depois, juntou-se ao movimento modernista em São Paulo, fazendo parte do Grupo dos Cinco, junto com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia.

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Esse grupo de artistas proeminentes deu a direção conceitual da Semana de Arte Moderna de 1922, um marco na nossa história cultural.

Foi também nesse período que a artista entrou em contato com outros grandes nomes da arte brasileira: Di Cavalcanti e Cândido Portinari, ambos integrantes do movimento modernista, assim como Tarsila.

A artista ainda introduziu em suas obras a preocupação social à medida em que atingia sua maturidade artística, como retratado na obra Operários, de 1933.

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Tarsila do Amaral faleceu em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973, aos 87 anos, vítima de depressão. Porém, até o ano de sua morte, participou de inúmeras exposições, tanto no Brasil quanto em outros países.

Por que Tarsila do Amaral foi importante?

Não é possível falar da história da arte no Brasil sem as várias contribuições dessa artista.

Tarsila desde cedo soube extrair proveito da sua educação culta e se manteve sempre aberta às novas possibilidades encontradas nas vanguardas europeias, mas sem se desligar de sua herança cultural brasileira a qual retratou com seus traços singulares.

A vida e a obra de Tarsila nos confirmam, sobretudo, sua preocupação com a arte como forma de transformação social, uma vez que nos levam à profunda reflexão sobre os abismos culturais e sociais existentes em nosso país bem como da ideia do “brasilidade”.

Tarsila do Amaral e a antropofagia

Em 1928, Tarsila do Amaral pintou o Abaporu, sua obra mais famosa, para dar de presente de aniversário a Oswald de Andrade, então seu marido.

E, a partir daí, junto com Oswald, liderou o que foi chamado de “Movimento Antropofágico” no Brasil.

Esse movimento, como o próprio nome sugere, defendia a cultura da deglutição, ou seja, “engolir” as técnicas importadas e assimilá-las a um trabalho original.

Principais obras de Tarsila do Amaral

A obra de Tarsila do Amaral é bastante vasta. Aqui apresentamos alguns de seus trabalhos mais relevantes.

1. A Negra (1923)

Imagem: reprodução

2. Manacá (1927)

Imagem: reprodução

3. A Lua (1928)

Imagem: reprodução

4. O Ovo (1928)

Imagem: reprodução

5. Abaporu (1928)

Imagem: reprodução

6. Antropofagia (1929)

Imagem: reprodução

7. Os Operários (1933)

Imagem: reprodução

8. Maternidade (1938)

Imagem: reprodução

Atualmente, as obras de Tarsila estão expostas em museus do Brasil e do mundo salientando sua importância para a compreensão da nossa própria identidade.

Referências

Tarsila do Amaral: A construção de uma narrativa sobre “Brasilidade” – Dalmo de Oliveira Souza e Silva
Um diálogo cultural: Tarsila do Amaral – Sônia Duarte dos Santos

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Tarsila do Amaral. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/artes/tarsila-do-amaral. Acesso em: 21 de November de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [ENEM]

Operários, 1933, óleo sobre tela, 150×205 cm, (P122), Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.

(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)

b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (…)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

Resposta: B

Tanto o autor João Cabral de Melo Neto e a pintora Tarsila do Amaral tratam do mesmo tema: a diversidade individual que é ignorada pelas condições de trabalho que torna a todos “iguais”, desconsiderando suas particularidades enquanto indivíduos.

2. [UFRGS]

Abaporu (1928)

A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, representou um marco na cultura brasileira. Tarsila do Amaral trouxe a público, em 1928, a obra o Abaporu, que passou a ser representativa do Manifesto Antropofágico.

Esse manifesto:

a) defendia a migração de europeus para diminuir a importância dos brasileiros.

b) propunha a “deglutição” da cultura europeia remodelada e devidamente enraizada à terra brasileira, sintetizada na conhecida frase “Tupi or nor tupi, that’s the question”.

c) exalava a cultura europeia e o transplante cultural e artístico do Velho para o Novo Mundo.

d) valorizava a presença da cultura estrangeira no Brasil e também a manutenção de padrões arcaicos.

e) justificava a mentalidade subserviente e o sentimento de inferioridade do brasileiro em relação aos europeus.

Resposta:B

O Movimento Antropofágico defendia exatamente a deglutição dos conceitos europeus de arte para que estes dessem lugar a uma arte genuinamente brasileira.

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