De um forma geral, ainda que alguns autores considerem que a filosofia do renascimento englobe a filosofia moderna, aceita-se que René Descartes, no século XVII, tenha sido quem deu início a esta fase com seus trabalhos que definiram e deram corpo ao escopo, aos métodos e ao objeto da filosofia moderna.
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O fim, segundo estudiosos, chegou com o trabalho de Ludwig Wittgenstein, dando início ao período pós-moderno da filosofia.
A fase entre o final da Idade Média e o sistema feudal, que tiveram fim com o advento da Idade Moderna, foi marcada por descobertas científicas numerosas no campo da astronomia, física, ciências naturais, matemática, entre outros, abrindo espaço para uma mudança de teocentrismo para antropocentrismo, ou seja, mudando de “Deus no centro do mundo” para “o homem no centro do mundo.
Da mesma forma, a filosofia foi marcada por uma revolução, deixando para trás as explicações baseadas na religião para desenvolver novos métodos de investigação que puxavam mais para o lado científico, enfraquecendo o poder da Igreja Católica.
Nesse momento, o ser humano recebe uma posição mais ativa na sociedade mediante o humanismo, tendo mais liberdade de escolha, passando a ser um ser pensante.
Na época da filosofia moderna, o mundo passava por diversas mudanças, dentre elas a reforma protestante, as grandes navegações, a invenção da imprensa, o início do movimento renascentista, a formação dos estados nacionais modernos, a passagem do feudalismo para o capitalismo, e o surgimento da burguesia.
As Características da Filosofia Moderna
A filosofia moderna foi pautada em conceitos como o do cientificismo e da valorização da natureza, do racionalismo e do empirismo, da liberdade e do idealismo, bem assim do renascimento e do iluminismo, do antropocentrismo e do humanismo, e finalmente, da filosofia laica, ou seja, não fundada em religiões.
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Filósofos modernos
Dentre os filósofos modernos importantes para o período, podemos mencionar o “pai do pensamento político moderno, Nicolau Maquiavel. O filósofo e político italiano introduziu os princípios morais e éticos na política, separando em sua obra “O Príncipe”, a política da ética.
Outro importante nome, é o de Jean Bodin, filósofo e jurista francês. Também na área da política, este filósofo teve importante papel na evolução do pensamento político moderno, tendo sua teoria do direito divino dos reis analisada em sua obra “A República”. Para Bodin, o poder político estaria concentrado em uma única imagem, representando, esta, a imagem de Deus na Terra, baseando-se essencialmente nos preceitos da monarquia.
Além destes, podemos citar Galileu Galilei, astrônomo, matemático e físico italiano que ficou conhecido como o “pai da física e da ciência moderna”. Baseando-se na teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico de que a Terra girava em torno do Sol, colaborou com muitas descobertas no campo científico, contrariando, como os filósofos modernos, os dogmas que eram expostos pela Igreja Católica.
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René Descartes, filósofo e matemático francês, conhecido por sua frase até os dias atuais, “penso, logo existo”, foi quem deu origem à filosofia moderna com o pensamento cartesiano, em sua obra “O Discurso Sobre o Método”.
John Locke, importante filósofo empirista inglês, foi o precursor de diversas ideias liberais que criticavam de forma direta e incômoda o absolutismo monárquico. Para Locke, o conhecimento era proveniente da experiência, tendo, portanto, o pensamento humano, fundamentação nas ideias de sensações e reflexão. Para simplificar, podemos dizer que, para ele, as ideias são construídas ao longo de nossas vidas a partir das sensações e das reflexões diante das experiências vividas por cada um.
A transformação da Filosofia Moderna
Assim como todas as outras coisas, com o passar do tempo, a filosofia moderna passou por alterações, deixando o papel do descobrimento e do conhecimento material para a ciência, bem assim deixando o foco da justificativa das crenças religiosas de lado. A filosofia, segundo Immanuel Kant, passou a ser chamada de virada epistemológica, preocupando-se, a partir de então, com as condições do conhecimento humano, bem assim a sua clarificação.
O homem deixa de ser um meio para se chegar a alguma coisa, para ser o fim para a realização das coisas, tendo ligação com o individualismo e a valorização da ideia sobre o trabalho.
Referências
História da Filosofia Moderna – De Descartes a Kant – Luciano de Crescenzo
Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Filosofia Moderna. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/filosofia-moderna. Acesso em: 22 de November de 2024.
01. [UFFS] No Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein trata, dentre outros assuntos, da relação entre o mundo e a linguagem.
Assinale a alternativa que reflete essa relação.
a) Posso afirmar o que o mundo é.
b) O mundo é a totalidade das coisas, não dos fatos.
c) Dizer algo do mundo é mostrar algo no mundo.
d) Posso descrever o mundo dentro dos limites da minha linguagem, e esta por sua vez é limitada pelo mundo.
e) Na linguagem, a significação de uma expressão qualquer sobre o mundo deve repousar na verdade.
02. [UFFS] Descartes empregou um método universal para o conhecimento.
Qual das seguintes alternativas não está de acordo com o método cartesiano?
a) Nada pode ser aceito como verdade mesmo quando reconhecido como tal.
b) Deve-se dividir os problemas em tantas partes quanto possível.
c) A reflexão deve seguir uma ordem definida, começando com o que for mais simples.
d) Deve-se ter certeza de que tudo foi examinado, sem omissões.
e) A ordem da reflexão pode ser inteiramente fictícia.
01. [D]
02. [A]